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O Fluminense Morreu (17/07/2018)

Passado o encantamento da Copa do Mundo, somos obrigados a enfrentar a realidade do nosso querido Fluminense ? o futebol é uma paixão, não há como fugir disso. Antes, porém, leio que a CBF assinou um contrato milionário com o grupo Pão de Açúcar, que vai patrocinar o Brasileirão pelo seu produto Assaí. Sei lá que diabo é isso...

É claro que os clubes que disputam o campeonato, que cedem suas marcas à quadrilha de bandidos que dirige o futebol brasileiro, não vai ao menos sentir o cheiro desse dinheiro. Quanto ao Fluminense...pobre Fluminense! Virou um clube de bairro, um Tijuca Tênis Clube, um Riachuelo. Só que mal dirigido, endividado e ridicularizado.

Lá vamos nós para a Ilha do Governador, por causa de uma dívida com um consórcio liderado pela Odebrecht (nem é preciso explicar o que é a empresa), que nos roubou e quebrou um contrato com o Fluminense ? contrato assinado, pelo nosso lado, por um pilantra e mentiroso que presidiu o clube.

O consórcio quebra o contrato, e o Fluminense paga. É inacreditável. Agora, vamos ceder o Douglas ao Curíntcha. Evidentemente, de graça, porque somos os otários do país. ?Ah, mas vamos receber o Júnior Dutra?, dirão os ingênuos. Ou seja, vamos pagar para perder o Douglas, porque o Dutra é castigo.

O outro que viria, o Paulo Roberto, de 31 anos, não quer jogar no Flu. Prefere ser reserva no Curintcha. Quem é esse Paulo Roberto? Com 31 anos de idade, nunca foi titular em um time da Série A. E caga na nossa cabeça, solenemente.

Há anos, só abrimos sites de futebol para ler notícias desmoralizantes sobre o o nosso clube. A última coisa positiva foi o título da Primeira Liga - já abortada, porque não interessava nem à Globo, nem aos protegidos dela. Por que essa gente não larga o Fluminense?

Existe na administração pública, desde 2000, um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal (maio de 2000) apelidado de Regra de Ouro. Está no Artigo 2°, Parágrafo 2. É proibido tomar empréstimos para pagar despesas correntes: salários, aluguéis etc.

Empréstimos são permitidos apenas para investimentos ou abatimento de dívidas anteriores ? toma-se o empréstimo com juros menores e prestações mais longas, o que é um bom negócio.

E o que a ?administração? Abad vem fazendo? Exatamente o que a lei proíbe na administração pública: pega empréstimos para pagar salários atrasados. Aumenta as dívidas, aumenta os juros a pagar, enforca o clube e mata o futuro.

Fico aqui, em minha agonia, imaginando o que se passa na cabeça desses caras. É como o sujeito que descrevi no artigo anterior, que se enforca com o cartão de crédito e com o agiota. O isolamento cresce cada vez mais. Os salários, mesmo com o endividamento mortal, continuam atrasados.

O Curintcha vai pagar ao Fluminense pelo Douglas? Claro que não! Abad quer apenas folga na folha de pagamento. Solta o jogador em troca do não pagamento dos atrasados. Assim como aconteceu com Abel Braga: o técnico abriu mão dos salários atrasados em troca da liberação da cláusula contratual de rompimento do contrato.

E, claro, Marcelo Oliveira e sua comissão técnica são mais baratos.

E o Samorim? Virou motivo de vexame no noticiário. Salários atrasados, jogadores que não podem viajar porque não há dinheiro para as passagens. Será que Mateus Pato, agora do Samorim, ou o Patrick Carvalho, que foi do Tupi para a Suíça, são piores do que o João Carlos, ou do que o cara que vem do São Bento?

O Fluminense vai conseguir arcar com a folha de pagamento até dezembro, a fim de nos livrar do rebaixamento? Claro que não! Por quanto tempo os jogadores vão se dedicar em campo, sem ver a cor do dinheiro? E até quando o Marcelo Oliveira vai aguentar, antes de pedir demissão?

Cadê o dinheiro que Marcelo Teixeira doou ao Sport Recife pelo Diego Souza? Ou a grana que nos devem a fornecedora canadense de material esportivo, o Mate Vitton, a tal da patrocinadora de camisa que não paga há meses. Imaginem, três meses de patrocino equivalem a 900 mil reais. Coisa de Madureira ou Bangu.

Agora, um tal de Praxedes, de 16 anos, da base do Fluminense, esculacha o clube em redes sociais e diz que é torcedor do Flamengo, diz que Xerém é uma porcaria. Os urubus o teriam orientado a fazer isso. Ainda bem que, se depender de futebol, vai morrer de fome.

Nos tempos sombrios de Gil Carneiro de Mendonça e Álvaro Barcelos, pelo menos os empresários não nos esculachavam, porque sabiam que o Flu era uma espécie de depósito de lixo para os pernas-de-pau sob seus cuidados. Agora, nem esses parasitas nos respeitam mais.

Eles mataram o Fluminense. Resta o consolo de saber que isso vai ficar na história de suas vidas.

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