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Um Banho De Realidade (02/03/2018)

Quinze dias fora do Brasil, em Cuba, sem celular, praticamente sem Internet (muito precária) e notícias sobre a nossa sequência de vitórias só nos comentários de tricolores, alguns otimistas, outros acusando o fogo de palha de todo início de ano. Por isso, estava ansioso pra ver o jogo contra o Avaí pela Copa do Brasil.

Para minha tristeza, mas como já esperava, filiei-me à turma do fogo de palha. Defeitos antigos, que vêm desde Levir Culpi. O time começou bem, arrumado em campo, jogadores ligados na partida. Logo, conseguiu meter um a zero, em uma jogada bem ensaiada e que tanto cobrávamos.

Com um meia mais efetivo e audacioso, e um centro-avante com presença de área, poderíamos ter liquidado o jogo até os 20 minutos, sem muitos problemas. Não nos esqueçamos que o Avaí foi um dos times rebaixados no último brasileirão, e não melhorou nada. Os mesmos Betão, Marquinho, Alemão etc.

A novidade era o ex-tricolor André Moritz, bom jogador, mas já em declínio e mais pesado do que quando passou pelo Flu em 2006. Aranha no lugar do ótimo Douglas, que foi para o Bahia.

Logo, ali pelos 20 minutos, como disse, o nosso time começou a murchar. Passes errados, desconcentração, os velhos defeitos e problemas que tanto conhecemos. Nossa zaga não consegue sair jogando com segurança, nosso meio de campo não se impõe tecnicamente e nem fisicamente.

Sornoza é inconstante, Pedro é verde. Por isso, o time do Avaí, aos poucos, foi se impondo na base da disposição e explorando as nossas laterais, que ficam frágeis com o 3-5-2. Não que o esquema seja de todo ruim, mas está ainda pouco treinado.

O empate saiu nas nossas falhas individuais. Erramos na saída da defesa, a bola cruzou sobre a nossa área duas vezes, Gilberto perdeu na cabeça e André Moritz recebeu e matou, na indecisão de Ibañez. O jogo estava mais para eles.

No segundo tempo, o panorama não mudou. O Avaí veio com mais disposição e organização e nosso banco de reservas não está à altura, como todos sabemos. Quando Marcos Júnior e Sornoza cansaram, perdemos a capacidade de ataque. O Avaí foi rebaixado no ano passado, mas é organizado e tem uns dois ou três bons jogadores jovens.

O técnico Claudinei Oliveira é bom e já demonstrou isso em outros clubes do Sul. Lê bem o jogo, sabe o que fazer, como explorar defeitos do adversário. E o Fluminense arrisca-se a cair na mesma roda vida que vem destruindo o clube.

Fez alguns cortes de despesa administrativamente absurdos e não investiu, sob o argumento de reduzir despesas. Pois agora arrisca-se a uma realidade muito pior: a eliminação precoce da Copa do Brasil, que vai distribuir prêmios milionários ? para padrões brasileiros, claro. Vamos de novo jogar dinheiro no lixo.

E a marretada na cabeça da torcida também vai custar dinheiro de bilheteria ao clube. A menos que consigamos uma vitória por dois gols na Ressacada, onde costumamos vencer bem.

E o Abelão, a quem respeito, precisa tomar cuidado. Sua declaração de que está ?cagando e andando? para críticas está no território da política do clube, e não no âmbito do futebol. Ele não pode se meter nisso, ou perde legitimidade, vai tomar partido de uma facção.

Enfim, chego e vejo que não há grandes esperanças à frente. Vai ser novamente a rotina de torcer para não cair, e com salários atrasados, devido a erros administrativos absurdos.

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