Cristóvão fez o certo: entrou com Rafael Sóbis e deixou Fred no banco. Manteve a forma como o time vem jogando e deu moral a quem vem muito bem, principalmente, nos aspectos tático e de comprometimento. É certo que o Fred vai reassumir a titularidade, mas a transição deve acontecer aos poucos, sem forçar a barra.

Outros pontos importantes são os posicionamentos do Valência e do Wagner. O colombiano faz um misto de volante e de terceiro zagueiro. Forma um triângulo com Gum e Henrique. Quando o Fluminense ataca, a figura geométrica estica e, quando é atacado, encurta. Às vezes, quase fica entre os dois. Isso diminui a importância do Jean na marcação e, também, dá liberdade ao camisa 7 para chegar próximo a Conca e Cícero para fazer a bola circular.

Wagner tem se posicionado numa das pontas da primeira linha de marcação, pouco à frente de Carlinhos. Assim, o lado esquerdo tem ficado reforçado. Ao recuperar a posse de bola, Wagner se lança. Tem sido comum partir da intermediária, pela meia-esquerda, invadir a área para finalizar ou fazer a assistência. Hoje, fez uma de cada: passou ao Conca para o segundo gol e quase marca um golaço, mas errou demorou em chutar.

Mais uma vez, é preciso parabenizar o técnico Cristóvão Borges pelo belo trabalho que vem realizando à frente de um ótimo elenco, mas que estava destroçado moralmente depois do rebaixamento ano passado e pelo massacre que sofreu devido à falta de profissionalismo de Flamengo e Portuguesa e de setores da imprensa esportiva.

Com relação ao jogo em si, o Fluminense fez um ótimo primeiro tempo. Ocupou de forma muito inteligente o campo e variou velocidade com posse de bola. Cícero teve participação fundamental na transição do campo defensivo para o ataque. É um jogador que tem muita facilidade para se desmarcar. Melhor, para não se deixar marcar. Sempre é opção para o passe. Num ritmo intenso, o placar foi construído e poderia ser mais elástico.

No segundo tempo, aos poucos, claro, o time sentiu o esforço. Então, os espaços apareceram para o Goiás, que levou perigo ao gol de Cavalieri. Mesmo assim, algumas boas chances surgiram.

Se há um clamor nacional por ?jogar bem?, aí está uma equipe que tem apresentado um futebol vistoso e eficiente.

Atuações

Cavalieri ? muito bem quando foi exigido. Tranquilo. Está em ótima fase.

Bruno ? guardou posição. Ajudou muito o sistema defensivo. Tem boa impulsão e é importante na bola aérea defensiva.

Gum ? subiu de produção com a chegada de Henrique. Precisa corrigir um velho defeito de marcar a bola e largar o atacante às suas costas.

Henrique ? depois de uma estreia ruim, cresceu muito. Tranquilo, bom posicionamento e ótima impulsão, vem trazendo segurança ao time.

Carlinhos ? algumas boas jogadas ofensivas, mas, no geral, foi discreto. Com a ajuda de Wagner, está mais protegido.

Valência ? excelente partida na marcação. Tem ótima recuperação e noção defensiva.

Jean ? bom jogo, principalmente, na participação de apoio aos demais companheiros de meio-campo.

Cícero ? exemplo acabado de futebol moderno. Mesmo não sendo um craque, defende, arma e conclui com muita eficiência.

Wagner ? um leão. Atuação espetacular no aspecto tático. Fechou o lado esquerdo e se lançou sem bola para surpreender a defesa goiana e conseguiu por duas vezes: no segundo gol e no lance em que invadiu a área adversária, driblou Renan, mas errou na conclusão.

Conca ? o show de sempre. Construiu o primeiro gol e foi o autor, de direito, do segundo. No fim, quase marca um de placa.

Rafael Sóbis ? um guerreiro. Correu, movimentou-se, abriu espaços. A insistência no segundo gol foi brilhante. Merece ser titular.

Chiquinho ? mais uma vez, entrou mal. Errou passes e perdeu bolas perigosas. Acho que há melhores opções para situações como as de hoje.

Fred ? boas participações em alguns lances, mas ainda está longe daquele jogador de 2012. Não é preciso precipitação. Vai recuperar a vaga naturalmente e não pode atrapalhar o bom momento do time.

Rafinha ? entrou para recuperar o poder de marcação do meio-campo e conseguiu.

Arbitragem (Héber Roberto Lopes)

Comete erros bobos, fáceis. Talvez, porque gosta de chamar a atenção. Faltas claras e não marcadas. Cartões óbvios e não mostrados.

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