Atlético-MG 0 x 2 Fluminense - Colaboração UAI FLU - 05/09/2003

Análises dos Tricolores Rodrigo de Paula M. Soares, Marcelo Wellisch e Marcelo Terra - UAI FLU

Raio X Atlético-MG X Fluminense

Depois de toda a complicação para nos livrar do trabalho e chegar ao Mineirão, finalmente conseguimos tomar algumas cervejas antes do jogo começar. O medo era nítido no rosto de alguns torcedores, afinal de contas o Fluminense não ia muito bem das pernas.

Alguns acreditavam, mas achavam que seria um jogo duro, no meu caso, sem nenhum fundamento lógico, apenas emocional, tinha na cabeça que o placar seria 4 x 0 Fluzão! Estava com ódio dos mandos e desmandos que chegaram até a confederação Sul-Americana. Como poderiam mudar as regras do campeonato com pouco mais de 24 horas antes do jogo?

Fomos colocados embaixo das arquibancadas, local onde se vê muito mal o jogo, em alguns momentos não se vê, exatamente, onde está a bola. Mas a presença dos amigos da ?Gigantesca? torcida UAI-Flu compensava o local.

O jogo começou morno, com o Atlético partindo para cima, mas sem muita inspiração. Dava raiva ver o Sorato no ataque do time! Logo em seu primeiro lance, aos 5 minutos de jogo, recebeu uma bola limpa, redonda, que bastava dominar e chutar a gol, mas sua falta de recursos técnicos fez com que ele não conseguisse dominar aquele passe, se não me engano foi do Carlos Alberto.

O jogo seguiu do mesmo jeito até os 20 minutos, quando o time adversário conseguiu armar algumas boas jogadas, principalmente com Lúcio Flávio, que se destacava no meio campo Atleticano, enquanto isso o Flu tentava nos contra-ataques, mas esbarrava em suas peças ?ofensivas? no caso Sorato e Zada. Com o time mineiro não era tão diferente, pois contavam com Fabio Jr.(um dos piores jogadores de futebol que já vi) e Marquinhos, lembram dele?

O Flu só teve, realmente, dois lances de perigo no primeiro tempo num chute de Carlos Alberto, após uma jogada confusa dentro da grande área, a bola sobrou para o menino, que chutou meio torto, no canto oposto do goleiro Velloso, que fez boa defesa, botando pra escanteio. Depois ameaçamos em uma cobrança de falta em jogada ensaiada entre os Tricolores, Carlos Alberto segurou a bola para Rodolfo, que bateu no ângulo esquerdo de Velloso, mais uma bela defesa do goleiro Atleticano.

Tenho que confessar que no segundo tempo já estava um pouco embriagado, mas já havia comentado que o jogo seria exatamente igual à partida contra o Inter. Em lances de contra-ataque, com o menino Carlos Alberto inspirado, conseguiríamos o gol da vitória. Mas era duro de agüentar nosso ataque! Sorato é um imprestável! Duro de aturar! Mais uma vez o Atlético veio para cima e tiveram boas chances de gol, mas São Kleber estava lá e nos ajudou a não sofrer gols.

Então fui comprar mais uma cerveja. Enquanto aguardava o garçom encher o copo de liquido precioso escuto a torcida gritar gol! Mas estávamos no Mineirão e o grito ecoava muito alto, achei que era do Patético. Quando olho para o lado, o amigo Eduardo, que estava com seu radinho de pilha começou a pular e gritar que havia sido gol do Flu, saí correndo para dentro do estádio. Como não estava sóbrio segui gritando gol e pensando: ?Como sou pé frio...?

Chegamos à arquibancada e, praticamente, não houve tempo de comemorar o gol que deixamos de ver ao vivo, junto com os amigos que lá estavam, pois dois minutos depois o menino recebe lançamento na ponta esquerda e carrega para dentro da área, confesso que achei que ele perderia o gol, me lembrei do jogo contra o Grêmio quando quase quebrei a porta da minha casa por conta dos gols perdidos. Mas o moleque não perdoou Velloso e, após aquele drible desconcertante, guardou a bola no fundo das redes. Golaço!!

Daí em diante foi só comemorar, o time do Atlético não tinha mais forças e a alegria foi total. Juntamos-nos à torcida atleticana e, aos gritos de Olé!, vimos o Flu tocar a bola com cautela esperando o término do jogo.

Enquanto isso, Eduardo, ex-Bangu e hoje goleiro reserva do Atlético, ficava indignado no banco de reservas escutando a zoação dos torcedores Tricolores e começou a discutir levando a torcida tricolor ao delírio.

Final de jogo e a torcida comemorava junto com os jogadores que, após a conquista da vaga, foram a beira do campo e beijaram o escudo Tricolor e mandaram beijos da torcida, que nessa hora já havia virado a faixa da young (estava de ponta à cabeça) para sua forma normal.

Que venha o São Paulo!

Rodrigo de Paula Soares e Marcelo Wellisch

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Alma lavada!



Tricolores de todos os cantos do
mundo, é muito difícil colocar em
palavras todos os sentimentos bons que
fluem dessa quarta feira, três de
setembro de 2003.

A Uai-Flu, como todos os tricolores,
sobretudo os que moram em BH, está de
alma lavada. E só Nélson tinha acesso
ao fato que já estava escrito há seis
mil anos: Joãozinho, o projeto de
craque do arqui-rival atleticano,e
Carlos Alberto, o menino de ouro que
nos enche de esperanças, iriam
sacramentar as várias viradas tricolores.

Viramos muitas páginas, meus caros.
Foi-se essa maré sombria de tantos
infortúnios. E foram-se os anos
(décadas, infelizmente podemos dizer)
sem uma vitória tricolor pelas
alterosas. Era a triste verdade:
vitórias do Flu aqui, só pela TV,
rádio ou internet. No Jatobar, na casa
dos amigos, ou mesmo na íntima solidão
do quarto, discutindo com os locutores
e comentaristas que sempre teimam em
não enxergar com nossos isentos olhos
tricolores.

A quarta feira, três de setembro de
2003, começou com toda a expectativa
que uma visita do nosso tricolor
exige. Mas o horário do jogo
dificultava, e a fase sombria
desaconselhava, maiores organizações.
Happy hour e lá estávamos quase todos
(algumas ausências foram sentidas,
inicialmente por nós, ao final,
certamente, por eles). Em pequenos
grupos íamos chegando. Pela primeira
vez retritos às cadeiras, no anel
inferior do Mineirão.

Antes do início, um grupo de
torcedores do América que teoricamente
estava lá para torcer pelo Flu,
praticava seu esporte favorito: dizer
impropérios para a torcida do Galo.
Fora isso, ambiente natural de
arquibancada tricolor, com aquele
misto de tensão, esperança, ansiedade
e cerveja.

Pelo rádio, ficamos sem saber o banco.
O Tiuí estaria disponível? Apesar dos
jornais falarem em Zada improvisado no
ataque, tudo aquilo nos soava
enganação, e um enredo meio
preocupante: um meio campo só de
cabeças de área, com Carlos Alberto e
Sorato na frente.

Bola rolando. E não é que o Zada
acreditou nessa balela dos jornais e
está mesmo jogando de atacante! Quer
dizer, tentando... A boa notícia é
que, apesar das claras limitações, o
bando virou um time. Temos tudo o que
o bê-a-bá do futebol exige. Temos "uma
dupla de dois zagueiros", bem
posicionados e protegidos primeiro
pelo Marcão, e pouco mais avançados,
Diego e Sidney. Um atleta se posiciona
em cada lateral. Com um pouco mais de
trabalho de marcação para o Jadílson e
uma grande dose de confiança para o
Jancarlos, podemos passar a ter dois
laterais. Temos o famoso "número 1". É
verdade que ele gosta demais da bola,
que vai muito atrás buscá-la e que
perde algumas boas possibilidades de
tocá-la mais rápido e deixar o drible
para perto da área. Isso até os anos
do gato das Laranjeiras sabem. Mas até
aí surge a esperança: como o setor
defensivo começa a se estruturar e
começamos a ter jogadores mais
dispostos e habilidosos, como é o
Diego, pode ser que a bola comece a ir
ao Carlos Alberto, que assim já estará
mais perto da área e tanto poderá usar
seus dribles, como encontrar os
companheiros mais próximos da meta. E
esse era o problema do time: onde
estavam os companheiros mais próximos
da meta??? Sentados no banco, ou no
Rio de Janeiro. Não havia companheiros
próximos à meta. Tanto assim que as
melhores oportunidades do Flu no
primeiro tempo vieram do próprio
Carlos Alberto, e de uma cobrança de
falta de nosso zagueiro-artilheiro
Rodolfo.

Essa cobrança de falta vale um
comentário a parte: em volta da bola
Carlos Alberto, Rodolfo e Diego.
Carlos Alberto acariciou a
gorduchinha, os três conversaram um
bocado, Rodolfo rolou, Carlos Alberto
parou a criança (qual das quatro
crianças!?) e Rodolfo concluiu
magnificamente, com Velloso em uma
mistura de competência, cinismo e
mania de estragar prazeres não
permitiu que a rede bem a nossa frente
fosse estufada. E aí vem o "comentário
a parte": os três meninos se
cumprimentaram, felizes pela jogada
bem executada, mesmo que infértil.
Essa é a alegria que um time com
nossos garotos campeões pode nos
devolver. É o prazer de fazer a coisa
certa, sabendo que o resultado há de
vir por esses caminhos.

Intervalo. Hora de comentar a partida,
pegar uma filinha no bar, encontrar
mais tricolores. E cada um fazer seu
trabalho de técnico: uns pedem Lopes,
outros preferem Tiuí no intervalo,
Lopes já depois dos 20. E para alguns
devia sair o Jancarlos, com Zada
passando a lateral.

Começa o segundo tempo. E começam as
angústias. Nenhuma mudança! O Galo
vindo para cima, com sua torcida
também angustiada e começando a se
virar contra a própria equipe. A
lembrança triste é que foi exatamente
nessas circunstâncias que o Augusto
nos fez perder o jogo do turno do
Campeonato Brasileiro...

Mas quem disse que não houve mudança?
O Diego encontrou no vestiário o
futebol maravilhoso que lhe rendeu
tantos elogios nas categorias de base
e que justificam sua efetivação no
time de cima. Que segundo tempo!
Quantos contra-ataques saíram de seus
pés, com a simplicidade dos craques. E
também o Rodolfo, ainda que não
impecável no desarme, deu um
espetáculo a parte com passes
precisos. Sim, havia mudança!

E para a mudança se sacramentar,
corrigiu-se o erro e passamos a ter
atacantes: sai o falso ponta Zada e o
centro-avante em noite infeliz Sorato,
para a entrada de Lopes e Joãozinho.
"Cadê o Tiuí?" era nossa pergunta. Mas
os fatos deram razão ao Joel.

Lopes fez sua melhor partida pelo Flu.
Joãozinho fez seu primeiro (belo) gol,
num passe do "Tigrão". A torcida
explodiu em alegria, ainda que com a
certeza da angústia de sofrer pressão
do Galo, empurrado pela sua torcida, e
buscando o 1 a 1 que a Comebol já lhes
havia dado de presente... No minuto
seguinte Kléber nos salva com os pés.
Sufoco, bicho, sufoco... Sabíamos que
não seria fácil e que o sofrimento
ainda duraria muito.

Tanto quanto a eternidade de uns 10
segundos. Com uma rápida e envolvente
troca de passes, a bola saiu da meia
lua tricolor, e em poucos toques
chegou aos pés do Carlos Alberto (mais
um passe do Tigrão). Aì vem a
angústia. O moleque entra na área, vai
se aproximando do Velloso com a bola
nos pés e gingando. CHUTA! E ele chega
mais perto. CHUTA LOGO!! E ele avança,
requebra... CHUTA!!! desloca o
goleiro e bola para dentro. Coisa de
craque. Coisa de moleque. Só não
entrou com bola e tudo porque o Jorge
bem foi inventar essa de humildade em gol!

Acabou todo o sofrimento. Ali só havia
espaço para alegria. Naquele cantinho
do anel inferior, que fez ecoar por
duas vezes o chiado mais irritante do
mundo: grito de gol da pequena torcida
do time visitante. Mas havia espaço
para mais: olé!! olé!! olé!! que
molecada folgada. Colocaram o Galo
lado a lado com o Flamengo. Os dois
tiveram o prazer de levar olé dos
nossos garotos. E com que satisfação
eles faziam a bola rolar, de pé em pé.
Olé!!!

Ahhh é Frango Assado!
Ahhh é Frango Assado!

Mineirão esvaziando... Torcedor comum
indo para casa, sentindo o gosto
amargo de ter menosprezado o Flu.
Outros mais afoitos ainda queriam
extravasar de alguma forma.

Fim de jogo. Comemoração tricolor no
gramado e nas cadeiras. Sidney, Carlos
Alberto, Rodolfo e Diego correm em
direção à torcida para fazer festa. A
festa é nossa!! O Mineirão é nosso!

Ainda há tempo para aquele perrengue
usual de visitante. A polícia fecha
nossa saída. Nos colocamos a paisana,
a saída é tranqüila e o Jatobar nos
recebe com toda a tranqüilidade do
orgulho reconquistado e a esperança de
um futuro mais digno das três cores
que traduzem tradição.

Marcelo Terra

Rodrigo de Paula Machado Soares e Marcelo Wellisch - rodrigo.soares@telemigcelular.com.br


 
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