Olá, amigos. Benvindos à velha vaca fria, como se dizia nos anos 50 e 60. Vamos todos ser sinceros: sofremos, foi um jogo feio e sofrido, mas estávamos todos com saudades de ver o nosso verdadeiro time em ação.
Vamos, primeiro, às más notícias, às impressões ruins, ao que deu raiva, ao lado ruim de torcer pelo Flu de hoje:
1)O Osvaldo de Oliveira é daqueles técnicos pernósticos, metidos. Ele gosta de falar bonito (artificialmente) e cagar regras (com o perdão das amigas tricolores pela expressão de péssimo gosto).
Lamenta sempre, o nosso Osvaldinho, que #os técnicos brasileiros não têm tempo de armar um time, não têm pré-temporadas adequadas#.
Pois ele teve tudo isso. Teve 30 dias para treinar o time, para definir táticas, ensaiar jogadas, apurar detalhes. E não fez merda nenhuma do que prega.
Vimos um bando em campo. Um time que não consegue trocar três passes seguidos. Um time que não sabe o que fazer com a bola e, o que é pior, não sabe o que faz SEM a bola. Ninguém sabe a quem marcar, a confusão é total, o time não sabe o que fazer, é uma bagunça tática completa.
Temos um melhor time, individualmente, do que o Juventude? Sem dúvida! Temos melhor elenco, mais opções táticas, mais variedade de jogadores? É evidente que sim! Mais banco? Claro!
Mas, enquanto o Juventude teve pernas, agüentou correr, dominou o jogo taticamente, mostrou estar mais bem armado. Então, podemos supor: o técnico do Juventude é bom? Nããão!! É o Ivo Wortmann ( Ortimam, segundo o Raul Quadros).
Aliás, voltar a aturar Raul Quadros é um castigo que nos vai valer vários créditos na hora do Juízo Final, diante do Criador. Deus vai nos dar vários abatimentos de pecados. Vá ser ruim assim, Raul, na PQP!
Por que, então, viramos e vencemos?
1) Porque o time do Flu é infinitamente melhor, individualmente.
2) Porque, realmente, fisicamente, o Flu está muito melhor do que o Juventude. Só por isso. No segundo tempo, o time correu muito e, mesmo de forma confusa e atabalhoada, sufocou a gauchada.
De resto, vimos uma exibição coletiva pífia do Flu, confusa, taticamente errada, lenta na saída para o ataque, com falta de ritmo dos jogadores.
Uma outra consideração: acabamos de assistir, todos, a uma Copa do Mundo dos goleiros. Goleiros sensacionais, perfeitos. Até o Dida. Os únicos mais ou menos eram o Barthez, da França, o Abbondanzieri, da Argentina, e o Kawaguchi, do Japão.
Todos os outros eram perfeitos, sensacionais: o Buffon, o Lehmann, da Alemanha; o sueco; o Zuberbuller, da Suíça; o Czec, da República Tcheca. Goleiraços.
E aí somos obrigados a cair na real e ver o Fernando Henrique tomar dois gols que só goleiros de pelada, gordos e encachaçados, tomam.Ridículo, amador, bisonho.
No primeiro gol, a defesa caiu na conto do vigário da linha de impedimento à la Roberto Carlos e a bola veio alta, muito alta, para o Christian, péssimo centro-avante que foi demitido do Botafogo por incompetência (suprema humilhação).
O que um goleiro de primeira linha faria? Sairia do gol, na direção do Christian, e abafaria o lance. Mesmo que trombasse com ele, com risco de fazer pênalti.
O Castilho não tomaria um gol daqueles nem que estivesse doente. Imaginem um goleiro desses da última Copa, gigantes de impressionante presença física. Mas o nosso FH, espertíssimo em boates, tomou o gol. Ficou parado, estupidamente, olhando o Christian encobri-lo de cabeça, de forma quase amadora.
No segundo gol, bola parada, na nossa lateral esquerda. O lateral direito deles cobrou, bola que cruza toda a nossa área. Do outro lado, cruzam novamente. Falhou a defesa ao permitir que um adversário cruzasse de novo na área, rasteirinho.
Bola para o goleiro. Qualquer um. Bastaria cair na horizontal e neutralizar o chute, ou abafar o cruzamento. O nosso FH, de novo, ficou olhando, como um babaca. Ficou estático em cima da linha do gol. Mole, mole. Até o Horcades, de centro-avante do Juventude, marcaria o gol.
Bastou ao decadente e artrítico Christian (demitido do Botafogo, é bom relembrar) empurrar para dentro.
Bem, vencemos. Estamos lá em cima da tabela. Então, chega de reclamações e vamos ao lado bom do jogo:
1)Grande esforço pessoal de cada um dos jogadores.Há motivação e união no grupo, pelo menos aparente.
2) O condicionamento físico está realmente muito bom, pelo menos melhor do que o do Juventude, que tradicionalmente corre muito.
3) A boa exibição técnica pessoal do Juliano, que cresceu no segundo tempo e teve ótimos lampejos. Parece que, à medida que ganhe mais força física, mais confiança, vai se tornar um excelente jogador. Mas tem que se cuidar fisicamente, buscar evoluir, não pode cair na noite com o Fernando Henrique.
Vamos adiante: 4) Boas atuações individuais, por incrível que pareça, do Gabriel Santos, do Roger, boa aplicação pessoal do Petkovic (mesmo jogando mal) e.... acabou!
Estiveram muito mal individualmente o Fernando Henrique, o Marcelo, o Tuta, o Lenny, o Arouca. Vamos dar um desconto, afinal era a primeira partida oficial depois de mais de 30 dias.
Mas é preocupante: nosso leniente técnico não consegue dar padrão tático ao time, rapidez na saída de bola, não consegue extrair o melhor de cada jogador.
Li no Lance desta quarta-feira sobre a excelência física do Tuta e do Fernando Henrique. Percentual de gordura baixo para os dois (!!??. Pois estiveram péssimos no jogo.
O Tuta, mesmo aparentemente magro e fininho, não consegue correr dez metros. Lento, pesado, sem reflexos, mole, com as pregas presas, é desarmado com incrível facilidade. Com raízes no chão.
Idem o nosso goleiro. Mas vamos manter viva a esperança, nenhum time mostrou nada, até agora, neste retorno. No caso do Flu, pode ser falta de ritmo. Pelo menos o ânimo dos jogadores é bom.
FLUMINENSE 3 X 2 JUVENTUDE: Fernando Henrique (2); Rogério (3), Gabriel Santos (7), Roger (7) e Marcelo (4); Marcão (5), Arouca (5), Juliano (7) depois Radamés (sem nota) e Petkovic (5); Tuta (3) depois Pitbull (6) e Lenny (4) depois Evando (4).
Cartões amarelos: Roger (está fora do próximo jogo, contra o Grêmio, domingo # deve voltar o Thiago Silva).
Gols: Christian (Grêmio), aos 26; Gabriel Santos (Fluminense), de cabeça, aos 31; Christian, aos 38 do primeiro tempo; Roger (Fluminense), aos 27, e Juliano (Flu), aos 30, do segundo tempo.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br