Amigos, em primeiro lugar quero despejar toda a minha indignação contra o
Sportv e os canalhas que transmitem nossos jogos.

Eu pago quase 400 reais por mês para ter o Pay-per-view, mais filmes etc. E me sinto, toda semana, lesado por uma empresa inidônea e por falsos profissionais, por canalhas e torcedores travestidos de jornalistas, como esses do Sportv.

Parabéns a quem foi ao Maracanã. Uma torcida vibrante, apaixonada e compromissada com o clube. Nós, que moramos longe do Rio, e somos obrigados a entubar o tal #Premiére#, somos roubados, mais do que em um jogo apitado pelo #árbitro# Edílson, ou pelo Wilson de Souza Mendonça. Canalhas!

O tal canal #Premiére# mobilizou toda a equipe para anular um cartão amarelo ao Abedi, que debochou do Fluminense ao marcar o gol. Atirou-se ao chão, deu cambalhotas, fez palhaçadas, deu socos na bola. #Ah, mas o filho dele é doente, ele prometeu isso ao menino#, disseram, em uníssono, os patifes que #reportaram# o jogo.

Ou seja, não vale a regra do jogo. Vale o compadrio entre o Vasco, os #jornalistas# e o juiz. Digamos que o Rafael Moura aplicasse um soco no Dudar, zagueiro do Vasco, e alegasse que brigou com a mulher, que estava #com um problema doméstico#. Aí eu queria ver o tal Ruy Debilóide alegar que #o juiz tem que ser compreensivo, tem que entender# etc.

Nós somos desrespeitados diariamente pelo Sportv. O decrépito, vaidoso, bajulado e arrogante Armando Nojeira disse, em uma dessas inacreditáveis #mesas redondas#, que torceria por #9 a 0 para o Figueirense# no primeiro jogo.

O tal sósia do Renato Aragão (mais burro e menos engraçado do que o original mais velho) disse que #só falta agora pedir a Taça Olímpica de 1951#, quando um outro deles achava que o Flu era favorito contra o Figueira, por ter mais camisa.

Mas, vamos ao jogo. Novamente, o jovem time B do Flu comportou-se bem. Marcação implacável, seriedade, quatro pontos em dois jogos contra os times principais de Inter e Vasco.

Claro que falta talento a este time B, mas sobram vontade, aplicação, profissionalismo, coisas que têm sido raras no Flu desde 1985.

Não entendo por que o André Moritz não começa jogando. É um jogador de bom nível técnico, alto e forte, ótimo finalizador, de apenas 20 anos. Há o mito de que #está na night, bebendo, correndo atrás de mulheres#.

Ora bolas, com 20 anos, um salário razoável pra um garoto de sua idade, boa pinta, forte, saudável, por que ficaria enfurnado em um quarto de hotel, se não tem chances de jogar? Tem mesmo que conhecer a noite do Rio.

Quanto ao jogo, foi uma dura batalha de dois times nivelados, que usam mais força e aplicação do que talento. Não vencemos porque o juiz não quis assim, e porque nos faltou ataque.

O Alicio, coagido pela equipe de tevê, achou melhor expulsar absurdamente o Maurício, depois de um esbarrão com o Morais. Claro que a pressão da tchurma do Sportv por causa do Abedi levou o mineiro safado a fraquejar.

O Vasco marcou aos 29 minutos em um cochilo do meio de campo (não da defesa). O Abedi recebeu livre pela meia direita e bateu cruzado. A bola pareceu defensável, de muito longe, o Fernando Henrique pulou atrasado. Pareceu desatento. Mas é incrível como deixamos que os adversários chutem da intermediária.

Abedi debochou, rolou pela área, deu tapas na bola. Mas a equipe do Sportv se mobilizou pra anular o merecido cartão amarelo. Até a entrevista com o juiz no intervalo do jogo foi uma coação.

Bola rolando no segundo tempo, e só não vencemos porque Tiuí e Rafael Moura são fracos. Lutaram, esforçaram-se, mas faltaram técnica e rapidez ao Rafael Moura e um pouco mais de força e espírito de competição ao Tiuí.

E volto a insistir: há anos, criticam falta de preparo físico no Flu, mesmo sem conhecimento de causa; e soltamos foguetes quando foi contratado o Fábio Mahseredjian. Pois o Flu não venceu hoje também porque alguns jogadores cansaram: Rafael, Ivan, Thiago Neves, Davi, Maurício.

Pelo menos, não houve câimbras, um absurdo, coisa que só acontece em atletas amadores. Profissional de futebol com câimbra não é normal, insisto, a menos que seja em final de temporada e em prorrogações.

Em começo de temporada, atletas profissionais, jogando uma vez só por semana, com várias pré-temporadas (depois de eliminações vergonhosas), cãimbra é tão normal quanto cheque sem fundo, chuva no Saara ou seca prolongada na Floresta Amazônica. Alguma coisa está errada.

Câimbra é resultado do estresse muscular em gente que não treina, em sedentários, ou em um esforço superior à capacidade de uma pessoa. Quando ocorre em atletas jovens e preparados, geralmente se deve à escassez de potássio, sódio, sais minerais, coisa que os caras bebem nos gatorades do intervalo dos jogos, ou nas interrupções. Eu não aceito isso, acho vergonhoso.

Duvido que se veja um jogador do Grêmio ou do Santos com câimbras nestas semifinais de Libertadores. Quando o Arouca, com 20 anos, poupado nos finais de semana, com três pré-temporadas no lombo em 2007, assim como o Carlinhos, sofre de câimbras, é o mesmo que um funcionário da compensação do Banco do Brasil ordenar o pagamento de um cheque sem fundo. Alguém errou gravemente.

Quando o Figueirense corre mais do que o Flu no Maracanã, depois de viajar por 14 ou 15 dias, jogando com times mais mistos do que o nosso, e nos engole no aspecto físico, apesar do apoio de 64 mil tricolores, alguma coisa está errada.

Tudo bem. Nada está perdido. Aposto na nossa vitória na quarta-feira, e no título da Copa do Brasil. E o empate contra o Vasco foi um bom resultado. Pena que o time principal não tenha mostrado, no Maracanã contra o Figueira, o mesmo espírito de luta, a mesma raça, do time B, que está invicto em casa.

Quanto a este time que empatou com o Vasco, cabem algumas considerações: Rafael começa bem, mas cansa ao longo do jogo. Inexplicável. Alô, alô, Mahseredjian!! Anderson demonstra segurança, mas precisa amadurecer. Roger é um monstro, é um dos nossos 300 de Esparta.

Reza a lenda de Esparta, uma cidade guerreira, voltada para a guerra, que as mães diziam aos filhos: #Volte com o escudo no braço e a cabeça erguida, se voltar vitorioso. Ou volte morto, deitado sobre o escudo, se perder.# Não se admitia a derrota pela rendição.

E o Roger é assim. Técnicamente, não é primoroso; mas é um guerreiro, um exemplo de profissional, um modelo para os garotos que começam a carreira, um cara inteiramente dedicado à sua profissão, detesta perder. Jogou muito bem novamente.

Já o Ivan, nunca vai me convencer. Não é jogador para o Flu. Nem como reserva. O Romeu é útil, e o Maurício pode crescer e virar titular, mas precisa de mais força física e mais experiência. Enfim, o time B é competitivo, aplicado, não faz feio. Thiago Neves é útil, assim como David. Tiuí e Rafael Moura não podem estar em nosso elenco.

Antes do jogo, novo mico de #Obrigado Eurico# Horcades, entregando camisa ao Romário, babando o saco dos vascaínos. #Obrigado Eurico#, balofo, subserviente, ridículo, é uma vergonha, não se cansa de nos humilhar. Quando perguntaram ao Romário como retribuiria a homenagem, o Baixo disse: #Metendo gol neles#. Ainda bem que não viu a bola.

E vamos vencer lá em Floripa, amigos. É mais gostoso com mais sofrimento. O Flu tem jogado melhor fora de casa, e não é possível que nossa camisa seja mais uma vez humilhada em rede nacional. Desta vez, teremos uma vitória heróica, com a nossa história se impondo sobre um emergente.

Fluminense 1 x 1 Vasco: Fernando Henrique (6); Rafael (6), Anderson (6), Roger (7) e Ivan (5); Romeu (7), Maurício (6), David (6) depois André Moritz (sem nota) e Thiago Neves (7); Rafael Moura (5) depois Lenny (6) e Rodrigo Tiuí depois Luisinho (sem nota).
Cartões amarelos: Anderson, Roger, Maurício.
Gol: Rafael, aos 39 minutos do primeiro tempo.