Que outro time supostamente grande no Brasil submeteria sua torcida a semelhante vexame, sofrer uma goleada com direito a show de bola em sua própria casa, e para o vice-lanterna do campeonato?

Não me citem, por favor, as goleadas que o Curintcha levou este ano e no ano passado. Foram sofridas contra times grandes, como São Paulo, ou bem colocados na tabela, como Figueirense ou Atlético Paranaense. E a recuperação foi rápida # no ano passado, foram campeões, e neste ano, vão chegar à Libertadores.

Nem o Flamengo ou o Vasco, nos últimos e vergonhosos anos, sofreram goleadas de lanternas ou vice-lanternas em casa.

Só o Fluminense é capaz de proporcionar tal desgosto a quem compra ingresso, paga PPV e ainda perde tempo em torcer por este bando de vagabundos sem fibra e sem caráter que suja a nossa camisa tricolor.

É por isso que alguns tricolores afirmam que o Flu deixou de ser um clube grande, passou a ser uma coisa amorfa, inodora, insípida e incolor como uma Portuguesa de Desportos. Eu ainda discordo deles mas, honestamente, não sei por quanto tempo mais.

E isso acontece porque desfibrada e sem caráter é, antes de tudo, a diretoria do Flu # por que, então, haveriam os jogadores de proceder de maneira diferente? Vi derrotas de outros times grandes que devem ter sido doloridas para seus torcedores, e há pouco tempo:

A do Parmêra para o Santa Cruz foi, certamente, traumática. Mas os jogadores do Parmêra lutaram, quase reverteram o placar, passaram os últimos 15 minutos de jogo praticamente dentro da área do time pernambucano, ruins de bola, mas guerreiros. E o jogo era fora de casa.

O Flu não. Faz questão de ser humilhado diante da torcida, e de forma apática, sem luta, porque os jogadores sabem que nada vai acontecer. E estamos falando de uma das cinco maiores folhas de pagamento do país.

Quando o time resolveu jogar, por escassos cinco minutos, o Beto fez o gol. Era fácil. Depois disso, no entanto, os vagabundos desistiram novamente do jogo e passaram a caminhar em campo.

Será que querem derrubar o Lopes? Ou falta mesmo caráter, brio, hombridade, profissionalismo? E isso é triste em garotos que mal se iniciam na carreira.

O que dizer também de veteranos como Rogério e Tuta, que não demonstram o menor respeito pelo trabalho ou por quem lhes paga o salário? São vagabundos, não-profissionais, que me perdoem os tricolores pelo exagero provocado pela indignação.

O Beto, no segundo tempo, tentou alguma coisa, mas isoladamente e na base do desespero. Recebia a bola e não vinha sequer um canalha para ajudá-lo. O pobre coitado, que não é jogador de time de primeira divisão, rodopiava, lutava, até perder a bola, esgotado e solitário. O resto do time? Olhava o jogo, preguiçosamente.

Foi um placar injusto. O Fortaleza mereceu devolver no nosso lombo os cinco gols que sofreu no primeiro turno. Deitou e rolou, diante de um time de parasitas, preguiçosos, que desonram a camisa do Flu, a nossa torcida, e a si próprios.

Quando, na quinta-feira, li que Petkovic, Marcão e Roger não jogariam, logo vi que a derrota era certa. Pet é o destaque técnico do time, o único capaz de criar alguma coisa, mesmo aparentando um desânimo assustador este ano. Quando vemos o que o time realmente joga sem ele, Marcão e Roger, compreendemos um pouco o desânimo dele.

Marcão e Roger são os únicos homens do elenco, os únicos profissionais, carregam o time nas costas, apesar da implicância de alguns bobos com o Marcão. Há ainda o Thiago Silva.

Sim, o Thiago Silva também merece ficar de fora desta execração geral que todos os tricolores devem estar fazendo com o time. É um ótimo zagueiro, profissional, que está se perdendo no meio da mediocridade desses parasitas ou, para usar uma expressão da moda, sanguessugas.

Sim, temos um time de sanguessugas.

Estou a ponto de romper com o time este ano. Um outro vexame como este e vou pedir exoneração do compromisso de escrever sobre as partidas, porque a família não merece que eu fique prisioneiro de jogos do Flu no fim de semana. Para quê? Apenas para me aborrecer, estragar o final de semana?

É tempo de fazer contas: Ou o time muda de atitude depois da parada eleitoral, e jogadores importantes como Thiago, Thiago Silva, Roger, Marcão, Petkovic e Marcelo assumem o compromisso de salvar o time do rebaixamento, ou virá o pior.

Acredito que haja apenas mais uma vaga no trem da morte, porque o Santa Cruz, o próprio Fortaleza e o São Caetano não devem mais se recuperar a tempo (tomara!).

Temos agora que torcer (será que vale a pena?) contra Ponte Preta, São Caetano, Fortaleza, Parmêra, Goiás e outros fracotes. Uma forma covarde de torcer, uma maneira vergonhosa de acompanhar futebol. Ficamos reduzidos a isso.

Pouco há a dizer sobre o jogo. É gastar raiva e frustração à toa. Livro a cara apenas do Diego (evitou vexame maior), do Thiago Silva e do... do... bem, talvez do Beto, pelo gol e pela luta.

O resto, os outros jogadores, deveriam ter vergonha de se olhar no espelho para se barbear, ou de olhar nos olhos dos filhos quando voltassem para casa.

Não adianta culpar o Lopes, ou chamá-lo de burro. Ele não tem culpa pela apatia, falta de vergonha na cara e de caráter, preguiça, descompromisso e antiprofissionalismo da maioria dos jogadores.

Os caras corriam para não chegar na bola, dividiam para perder, jamais ajudavam um companheiro cercado pelo adversário. Corpo mole mesmo.

Desculpem pela irritação e pelo sentimento de desesperança em relação ao time, aos jogadores, aos dirigentes, mas acredito que a maioria dos amigos esteja sentindo o mesmo.

De qualquer forma, um ótimo fim de semana para todos, com a família e os amigos. É o que realmente importa.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br