Grêmio 4 X 4 Fluminense - Por Cezar Motta. - 16/07/2006

É difícil aceitar uma coisa dessas. Um time que vira um placar adverso de 2 a 0 contra o Grêmio, lá no Olímpico, é um time forte. Por pior que esteja o Grêmio, é uma camisa de respeito, um time de garra, uma torcida encardida, um clube de tradição.

Mas um time que vence por 4 a 2 até os 43 minutos do segundo tempo, de forma gloriosa, e permite a virada, é um time fraco, fraquíssimo, com sérios problemas.

Está certo, a virada de 0 a 2 para 4 a 2 foi sensacional, mas a explicação, pelo menos na minha ótica, é a mesma para as que impusemos ao Juventude no mesmo jogo, no meio da semana.

E o segredo é preparo físico e motivação. O time, é evidente, está com excelente condição física. E a disputa por posições tem motivado o grupo, cada um tenta dar o melhor de si.

Outro ponto positivo é que o Osvaldo é um excelente motivador, ele não permite que o reserva se abata, relaxe. Osvaldinho sabe como unir o grupo e criar um ambiente positivo.

Se há tantos fatores positivos, o que há de negativo? Em primeiro lugar, o Fluminense não tem esquema ou padrão de jogo. É um bando. E a culpa é do técnico, que teve 40 dias e não definiu nem mesmo um time titular.

O esquema 3-5-2 funcionou enquanto era novidade, e enquanto os dois Thiagos estavam voando em campo, assim como o Roger. Mas o esquema ficou manjado, não temos alas (o Rogério é paradão), a saída de bola ficou lenta, o Lenny e o Pet caíram de produção. E o Tuta tem a velocidade de um pensamento do Eduardo Suplicy depois de duas doses de Lexotan.

Depois de 40 dias de treino e da Copa do Mundo, o Flu voltou em um 4-4-2 vagabundíssimo, banguçadíssimo, em que uma troca de bolas no meio de campo dura intermináveis minutos.

Um desarme da zaga ou do Marcão, até que se converta em ataque do Flu, demora pelo menos cinco minutos. Dá tempo ao adversário para voltar com todo mundo e marcar atrás da linha da bola com quantos jogadores queiram, oito ou dez.

Foi o que vimos no primeiro tempo contra o Grêmio. O Flu foi um time lento, apático, sem esquema, sem saber o que fazer, pessimamente treinado. Preparo físico, dez. Arrumação tática e estratégia de jogo, zero!

Assim, o Flu só conseguiu virar os jogos contra Juventude e Grêmio na base do preparo físico e na motivação dos reservas.

E, aí, os lorpas, os pascácios e os bovinos, que comentam pela televisão e escrevem nos jornais, vão dizer que #as mudanças do Osvaldo fizeram o Flu reagir#. Conversa fiada!

O Osvaldo, neste domingo, foi o grande responsável pelo empate do Grêmio. Pela covardia e por não saber ler o jogo. Desarmou o meio de campo ao tirar Arouca e Juliano e pôr Beto e Evando. Nada contra o Beto. Mas não é possível tirar as calças para proteger a cabeça.

É evidente que há o fator imponderável do futebol, que há a garra e a vontade do Grêmio, que os chutes do tal Herrera e do outro foram espíritas, mas abriu-se uma avenida no meio de campo e na defesa.

O Osvaldo não arma esquema tático, não sabe treinar contra-ataques, o time é lento na saída de bola, não tem jogadas ensaiadas, ninguém sabe quem é quem. O grande mérito do time tem sido preparo físico e motivação.

Quando o adversário está cansado, achando que venceu o jogo, o Flu tem conseguido reagir de forma heróica, na base do preparo físico, do esforço individual, coisas que pouco têm a ver com o técnico, exceto pela motivação.

Osvaldinho, por favor, treine coletivos, treine saídas de bola em velocidade da defesa para o ataque. Contra-ataque não é só o Fernando Henrique tentar lançar o Pitbull, na devolução de bola, na base do chutão!!Só deu certo uma vez!

Treine jogadas de triangulação pelas laterais, o tal dois-em-um, cronometre, nos coletivos, o tempo que leva o time do desarme, lá atrás, até a chegada na área inimiga.

O Cuca trabalha assim. O Cuca marca no cronômetro: feito o desarme, na defesa, o time tem dez segundos para fazer a transição e criar uma situação de gol, ou ele interrompe o coletivo e tenta tudo de novo.

Eu não sei se os outros tricolores concordam comigo, mas ainda prefiro o 3-5-2, com os dois Thiagos e o Roger, ou até com o Gabriel Santos no lugar de um dos Thiagos. Ou com o Djordjevic ou o Anderson, na ausência de um dos zagueiros. É um esquema de jogo, pelo menos. E deixa a defesa protegida.

Se fica o Pet, ou se fica o Juliano, é outra história. Que fiquem então os dois e se tire um centro-avante, sei lá!!

Enfim, amigos, fomos rapidamente do inferno ao céu, em apenas um partida. Em pouco menos de dez minutos. E quando estávamos felizes e instalados lá, ouvindo harpas e vendo tudo azul, fomos devolvidos ao purgatório em apenas um minuto e meio. O quarto gol deles, então, foi revoltante.

A defesa toda aberta, a bola vai em balão pro meio de campo, um jogador do Flu domina e perde de forma ridícula. Todo mundo abre para que o atacante do Grêmio chute, da meia lua. Revoltante! O Gabriel Santos ficou olhando o cara abrir para a perna direita e chutar.

O Marcão sumiu nos minutos finais. Seríamos vice-líderes, a apenas um ponto do líder São Paulo, se mantivéssemos a vitória. Teríamos ultrapassado Inter e Cruzeiro.

O empate me lembrou um outro, no Maracá, em 2004, contra o Botafogo, pelo Brasileirão, no primeiro turno, e que nos tirou da Libertadores.

Vencíamos por 3 a 2, depois de uma virada sensacional, em que até o Arilson fez gol, até aos 48 do segundo tempo. Aí, um zagueiro de merda daqueles do Botafogo saiu jogando, e nosso ataque, em vez de marcar, fazer a falta, ficou olhado.

O cara foi, foi, foi e lançou na ponta-esquerda pra uma merda ambulante do Botafogo, que empatou de forma lamentável.

Bem, há coisas positivas. Eu destacaria o espírito dos jogadores # estão todos com vontade, com garra, e em boas condições físicas. O ruim é que não há um time armado, temos um bando em campo, porque o técnico não sabe armar um time. Vamos em frente, ver se pelo menos uma vaga na Libertadores descolamos.

Grêmio 4 x 4 Fluminense: Fernando Henrique (6); Rogério (4), Gabriel Santos (4), Thiago Silva (5) e Marcelo (6); Marcão (4), Arouca (5) depois Beto (4), Petkovic (7) e Juliano (6) depois Jean (zero); Tuta (1) depois Evando (4) e Cláudio Pitbull (5).
Técnico: Osvaldo de Oliveira (3).
Gols: Evando (31), Petkovic (34), Marcelo (36) e Pet (43).

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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