Fluminense 2 X 2 Cruzeiro - Sem Graça Como Salada de Chuchu - Por Cezar Motta. - 12/05/2007

Só vou me conformar com este empate frustrante se vencermos o Cruzeiro no returno, lá no Mineirão. Depois daquela fantástica quarta-feira, foi uma dura aterrisagem de volta ao mundo real.

Uma vitória sobre um rival odiado como o Atlético-PR nos levou ao paraíso; o time mostrou uma garra, um brio e uma vontade de jogar que não víamos desde 2005, quando o time era dirigido pelo Abel Braga

Iniciado o jogo contra o Cruzeiro, porém, voltamos a ver aquele Fluminense preguiçoso, mole, indolente e irresponsável dos tempos de Osvaldo, PCGosmão e Joel Santana. Ninguém marcava, todo mundo caminhava em campo e só se interessava pelo jogo quando tinha a bola nos pés.

E o pior: a bola nos pés dos jogadores do Flu era um pesadelo. Como são ruins de bola os nossos jogadores! Passes absurdos para jogadores que estão marcados, dribles inúteis e improdutivos, chutes a gol primários e ridículos, cruzamentos para o inimigo.

Mas o que mais irritava era a volta da omissão, da falta de profissionalismo, de luta, de garra, de competitividade. O Cruzeiro, também muito ruim, veio para se defender e arriscar a vitória em um contra-ataque com o Araújo.

Logo, logo, no entanto, viu que o leão era manso. O Flu não queria nada com o jogo. E eles começaram a jogar. Até que, aos 25 minutos, vimos novamente aquele Gabriel que nos encantou no Fluminense.

Recebeu pela direita, foi quase à linha de fundo e pôs em grande estilo na cabeça do Araújo, enquanto nossa defesa e nosso meio de campo pareciam ter raízes no chão, como árvores.

Por onde andavam o Ivan e um dos cabeças de área que deveriam cobri-lo, nem Frei Galvão, com a benção do contra-reformista Bento 16, era capaz de dizer. Araújo subiu sozinho e pôs na trave, para nossa sorte.

Estava mole para eles. Jogavam sozinhos, sem adversário. O Flu parecia um time de recém-operados do coração, de velhos incapazes fisicamente.

Aos 29 minutos, o tal do Nenê, um perninha curta que não joga nada, recebeu, olhou, pensou, cuspiu no chão, coçou o saco e, na falta de coisa melhor pra fazer, arriscou o chute de canhota, da intermediária.

Ninguém bloqueou, ninguém tentou tomar-lhe a bola, todos ficaram grudados no chão, olhando de forma bovina, pensando talvez na crise da Bolívia, que está à beira de uma guerra civil.

Nenê, que não tem lido o noticiário internacional e não sabia mais o que fazer com a bola, chutou de curva e meteu no canto esquerdo do Fernando Henrique.

Nem sei se os nossos preguiçosos jogadores perceberam que tinham levado um gol. Aos 32 minutos, o lateral esquerdo deles, Fábio Santos, foi à linha de fundo.

Fez o que quis com o Rafael. Driblou pra lá, pra cá, a bola rodou pela área, uns cinco ou seis passes absurdos, de linha de passe, como se não houvesse adversário. Ninguém deu combate.

O Fábio cruzou e o outro lateral, Gabriel, livre diante de FH, chutou de voleio sem qualquer dificuldade. Nem contra o Democrata de Sete Lagoas ele achou tanta facilidade. Nem contra o Tupi de Juiz de Fora ou o Uberaba.

O que se pergunta é o seguinte: se não foi jogada de contra-ataque, quando a defesa é pega de calças curtas; se não houve nada de extraordinário, nenhuma jogada individual brilhante, porque o raio do Ivan não estava marcando o Gabriel? O Ivan nem apareceu na tela.

E se não foi contra-ataque rápido, por que diabos os nossos volantes não tentaram tomar a bola durante a linha de passe que o Cruzeiro fez, com a bola rasteira?? Por que nenhum canalha cobriu o ruim Rafael, quando o Fábio o costurou em cima da linha de fundo?

Quem viu pela tevê fica sem entender: Quando o Fluminense atacava, levava dois ou três minutos para cruzar a linha do meio de campo e chegar ao ataque. Lentidão de lesma, passes errados ou para trás.

Geralmente, o pesadíssimo, lento e grosso Rafael Moura recebia pelo lado esquerdo, em cima da linha de fundo, como um lateral esquerdo.

E aí atrasava para alguém, que atrasava mais ainda, e todo o time do Cruzeiro se recompunha. De forma que chegávamos finalmente à intermediária deles com apenas dois ou três jogadores se arrastando, contra nove deles.

Claro que nosso time era então desarmado, e aí vinha um contra-ataque rápido com o Araújo ou o Gabriel, que com dois dribles saíam livres na nossa área. Por isso, o Romeu levou um amarelo.

O Araújo recebeu limpa, ninguém marcava. Passou pelo Lenny e só tinha o Romeu pela frente. Onde estava o resto da defesa?? Perguntem a Frei Galvão!

Romeu levou a bola entre as pernas, ficou pra trás e seu último recurso foi dar uma banda no Araújo, que lhe valeu o amarelo.

Se o time não chegava compacto ao ataque, por que raios também não estava fechado lá atrás?? Onde estavam os jogadores? Claro, parados no meio de campo, olhando a banda passar.

Para nossa sorte, o time do Cruzeiro é ruim e está em formação. Não acreditaram na facilidade que tinham e marcaram bobeira, não mataram o jogo.

Rafael Moura enfiou uma bola para Lenny que adiantou muito, deu um toque forte demais para a esquerda. O goleiro Lauro saiu e se precipitou, fez o pênalti.

Carlos Alberto cobrou e marcou. Dois a um contra estava até de bom tamanho para o primeiro tempo.

Mas o quadro geral era lamentável. O goleiro Lauro saía com a bola da área, com os pés, ia até à intermediária, e ninguém o combatia, ninguém tentava tomar-lhe a bola. Apatia total.

No segundo tempo, Thiago Neves no lugar de Romeu. E o Thiago jogou mal o tempo todo, fez tudo errado. Mas, pelo menos, o time demonstrava mais vontade, começou a tomar algumas bolas do mau time deles, que dependia só do Araújo # Gabriel havia sumido.

Aos seis minutos, tabela rápida. Carlos Alberto meteu para Rafael (o lateral) na cara do goleiro.

Era uma bola que um jogador mediano dominaria, olharia para a arquibancada, mandaria beijos para a namorada, pediria a bênção ao papa, esperaria o goleiro sair e tocaria por baixo dele. Mole, mole. Até eu faria.

Mas o Rafael, uma enorme decepção como jogador, apavorado, tentou bater de primeira e protagonizou um lance de comédia pastelão, que Renato Aragão, Mussum, Dedé e Zacarias assinariam em baixo. A bola saiu ridiculamente longe do gol.

Aos 18 minutos, Carlos Alberto perde ridiculamente uma bola no ataque, e o time deles vem em alta velocidade (coisa que, no Flu, só existe nos carrões do Renato e de alguns jogadores).

Maicossuel recebeu de Araújo, meteu entre as pernas inúteis de Rafael e saiu na cara do Fernando Henrique.

Para nossa sorte, FH saiu bem e o Maicossuel se precipitou, chutou por cima do gol, como fariam também Rafael Moura, Thiago Neves etc.

Entraram Tiuí no lugar do Rafael Moura e Júnior César no lugar de Rafael, o lateral. Nada de entusiasmar, mesmo com as péssimas atuações dos que saíram.

Mas o Flu continuava a demonstrar mais vontade, o time deles cansou, e o gol de empate era apenas uma questão de capricho e um mínimo de talento # coisa que não existe no time do Flu.

Valeu o capricho. Córner cobrado pela direita do nosso ataque e o Cícero teve que se jogar no chão para cabecear de lado e deslocar o goleiro Lauro.

A partir daí, o Flu foi todo pressão, e só não virou o jogo por absurda e absoluta falta de talento do nosso ataque.

O Cruzeiro ficou acuado, mas faltava aquela centelha, aquele brilho técnico, aquela tabela rápida, um chute inesperado, um drible imprevisto, enfim, um lance de talento que nos desse a vitória.

Vamos torcer muito pra vencer a Copa do Brasil, porque o Brasileirão nos promete muito sofrimento.

A contratação do Somália seria um desastre, ele é muito ruim. Thiago Silva e Arouca são jogadores fundamentais # sem eles, o Flu se nivela aos piores deste campeonato.

Carlos Alberto jogou com muita vontade, mas novamente errou muito, driblava na hora errada e longe da área, o que é altamente improdutivo.

Parece sem ritmo de jogo, e precisa reciclar sua postura em campo, jogar com mais inteligência.

O juiz deixou de marcar um pênalti escandaloso no Lenny logo no começo do jogo, antes dos 10 minutos.

Enfim, amigos, barbas de molho. Se este título da Copa do Brasil vier, o ano estará salvo, e o que vier depois será lucro.

Pelo menos, mantivemos a escrita de não perder para o Cruzeiro e nem na abertura do Brasileirão. E estamos invictos já há alguns jogos.

Fluminense 2 x 2 Cruzeiro: Fernando Henrique (5); Rafael (1) depois Júnior César (4), Luiz Alberto (5), Roger (5) e Ivan (4); Romeu (5) depois Thiago Neves (2), Arouca (5), Cícero (6) e Carlos Alberto (5), Lenny (5) e Rafael Moura (1) depois Rodrigo Tiuí (3).
Gols: Carlos Alberto, de pênalti, aos 44 do primeiro tempo; e Cícero, de cabeça, aos 33 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Romeu.

Cezar Motta


 
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