O jogo se anunciava tenso, afinal, qualquer time do mundo se ressente de dez desfalques, mesmo que alguns deles não tenham tanta moral junto à torcida. A imprensa, destacando sempre os desfalques, os últimos resultados fora de casa do Fluminense e o bom momento vivido pelo time paraense, praticamente dava como certa a classificação do Paysandu, time cujo principal jogador tem nome pitoresco, mas vem sim se destacando, mas na Série B. O que muitos não contavam, é que ontem era dia do Fluminense ser Fluminense, e foi.

Até os 25' do primeiro tempo, o Fluminense teve absoluto domínio da partida, conseguindo chegar com perigo ao gol adversário pelo menos três vezes pelo lado esquerdo, onde Gustavo Scarpa, de volta ao meio (como pedi na análise anterior), comandava as ações e fazia com que nosso veterano centroavante e limitadíssimo zagueiro improvisado pudessem participar do jogo. Em cruzamento de rara felicidade de Vitor Oliveira, o aniversariante do dia, Cícero, executou um dos fundamentos que domina com maestria: Goooollll de cabeça! 1 a 0 Flusão.

Ao Paysandu não restava alternativa a não ser atacar, pois àquela altura do jogo, somente vencendo por três gols de diferença se classificaria. Fluminense recuou para trás da linha da bola deixando o Paysandu jogar, mas sem grandes perigos, até que o limitado Vitor Oliveira voltou a ser Vitor Oliveira e fez pênalti desnecessário num jogador do Paysandu. 1 a 1 e fim de primeiro tempo.

Na volta do intervalo o Paysandu se mandou pra frente, como tinha de ser, no entanto, apesar dos desfalques, o Fluminense tinha jogadores técnicos em campo e mostrava muita aplicação na partida, e foi a superioridade técnica que prevaleceu, pois em jogada com toques rápidos entre Cícero, Scarpa, Magno Alves e Marco Junior que o Flusão assumiu novamente e em definitivo a dianteira do placar e confirmou a classificação.

A não ser pela maldita cotovelada que quebrou o nariz do Edson, e que absurdamente o comentarista e ex-jogador do Fluminense Edinho disse não ter sido nada demais, nada mais aconteceu no jogo, pois o time soube controlar bem as desordenadas investidas do mandante. Fim de jogo!

Vitória e classificação de um time que soube se superar, um time que parece gostar de viver no limite do erro e do acerto, um time que soube misturar nas doses certas pegada e frieza. Resultado justo e merecido. Dia em que o Fluminense fez papel de Fluminense.

Tricoladas:
Gustavo Scarpa vem jogando com excelente regularidade. Às vezes parece um veterano. No meio é muito mais útil ao time, mas o Enderson precisa encontrar alguém para suprir a lateral esquerda. Se o Vitor Oliveira fosse costumeiramente o do excelente cruzamento para o gol do Cícero, ótimo, o problema estaria resolvido, mas o problema é que na maior parte do tempo, ele é o do pênalti infantil.

Achei pênalti, mas que tem coisa muito pior não sendo marcado, ainda mais pelo bandeirinha, por aí, não tenho dúvidas. Resta saber se a questão é técnica ou política.

Hoje, 27/08, às 16:30 no Maracanã tem o primeiro jogo da final do Campeonato Brasileiro Sub-20 contra o Vitória. Ingresso será apenas 1 kg de alimento não perecível. Defendo que categorias de base têm como fim último a revelação de jogadores e não a conquista de títulos dessas categorias, mas habituar-se a conquistas pode ajudar, e muito, na formação de um elenco vencedor nos profissionais. Vamos, Flusão!

A bruxa continua solta no Laranjal. A bola da vez é o Edson que, se confirmada a fratura no nariz, deverá nos desfalcar por um bom tempo. Pena! Mesmo não estando no auge da sua capacidade, é um jogador que o elenco não apresenta substituto a altura.

Domingo tem Atlético-MG no Maraca. Provavelmente com retornos de Cavalieri e Ronaldinho, o nosso time não pode pensar em outro resultado que não seja a vitória, sob risco de complicar-se na briga pelo G4. Pra cima deles, Flusão!

Saudações Tricolores!

Marcus Bomfim - marcus.bomfim@gmail.com