Patético pára o Nense

Não foi o time das cores do mal que venceu o Fluminense. Perdemos para nós mesmos. Nosso comandante é o estagiário mais bem remunerado do mundo e que ainda tem um patrocínio particular. O Renato ?Porção? Gaúcho, maior ídolo do clube na década de 90, está sendo mais um dos heróis de uma centenária história a ser queimado por ?mentes brilhantes?. Os xingamentos de ?burro? e ?veado? devem ser direcionados a quem o contratou.

O duelo entre o criador Valdir ?Marlon Brando? Espinosa contra a criatura Renato ?Richard Gere? Portaluppi foi marcado por gentilezas, dignas de cinema, dos dois lados. O dublê de treinador escalou um certo Zé Carlos, que não consegue jogar uma partida sem entregar um gol. Adriano foi o presenteado da vez, logo aos 50 segundos do segundo tempo. Muitos tricolores nem tiveram tempo de ir ao banheiro.

O bonde Zé ?Elias Maluco? Carlos nem fez tão feio em categorias inferiores porque o seu vigor físico prevalece, mas nos profissionais ... Nossa !!! Pensei que estava doente ao ter saudade do Maurício Fernandes, mas não. Esse Zé Carlos consegue ser tão ruim quanto o Alê e o Mano. Tem que fazer igual ao Vitor Belfort. Reconhece que sua praia é outra e parte para os Prides ou Ultimates Fightings da vida. Se não quiser lutar, espero que ele siga o caminho do Junior César e nunca mais vista a camisa titular do Fluminense.

O mestre espinhoso teve pena do seu pupilo. Seu time, que jogou desfalcado de Preto (era fácil contratá-lo) e Alex ?Paolo Rossi? Mineiro, fez de tudo para tomar um gol, mas a estrela do Cabrito, dessa vez, não colaborou. É triste ser freguês de uma corja dessa. Quase ocorre o replay do jogo contra o Santos, mas quando é freguês não tem jeito. Também se uma das grandes esperanças de gol passa a ser Andrei ?mulher de malandro? S.A. (tomou outra porrada, mas dessa vez involuntária) em faltas, fica difícil acreditar. Assim, vamos sempre cair de bunda.

Não aproveitamos o salto alto dos burro-negros paranaenses como o ?Framengo? (tudo bem que foi ajudado pelo juiz com a invenção de um pênalti, mas pelo menos teve vontade de vencer). Erramos passes demais (para variar), a saída de bola foi sem objetividade e jogadas pelas laterais pouco existiam. Digo pouco porque o estreante Alonso até tentava algo, o zumbi da direita nem isso. E entrou uma lata da casa ainda pior em seu lugar. Enquanto isso, na verdadeira vergonha do Brasil, vulgo ?reino da lavagem de dinheiro?, surge atletas como Adriano, Kleber, Kleberson, Dagoberto, Alessandro, entre outros.

Poucas pessoas sabem, mas o CAP (o nome completo deles é um palavrão) foi rebaixado algumas décadas atrás no Estadual e virou a mesa, assim como o São Paulo fez no início da década de 90. O destino real deles era ser um Pinheiros ou um Colorado, ou seja, se fundir para virar um time decente. No entanto, a indecência prevaleceu e a quadrilha ?Petraglia? criou este monstro, com direito à Arena e tudo.


O pior é que este monstro impediu que chegássemos a Libertadores e que os salários do elenco estivessem em dia. Nem assim, os covardes ?sangues de barata? tricolores conseguem ânimo para buscar uma vitória. Qual o estímulo deles? Não existe mais amor à camisa e não ganham por produtividade. Aí, fica difícil.

Dos males o menor. Mostramos um melhor condicionamento físico nesta partida. Foi nítida a marca da troca de um recreador por um preparador físico. Pelo menos nisso acertamos. Agora só falta o resto. Chega de abnegados passionais mandando! Precisamos de profissionais do ramo!

Beto (quem dera se fosse o Fábio Baiano) correu mais, mas parece que tem medo de fazer gol. Perdeu um gol feito, após quase gol espírita do Roni ?marajá?, e, em outro lance, tocou a bola quando tinha que chutar, defeito clássico dessa geração tricolor perdedora que o contaminou. Pelo menos, o refugo da Gávea está mais magro. Provavelmente perdeu muitas calorias nos dez dias de folga. Trocou o prazer de beber pelo gozo de comer algumas galinhas da Terê Fantasy loucas para chocar pela Granja Comary.

Dessa vez, o Fernando ?Beira-Mar? Diniz não jogou. O chefão do Laranjal (determinados dirigentes parecem que fizeram escola com ele ao optar pela truculência no lugar da competência) foi substituído pela categoria de Yan ?tá lento?, que é um dos aposentados mais bem remunerados do país. Não dava para ele continuar e entrou mais um playboy de Xerém em seu lugar, que cansou rápido nos trinta minutos que ficou em campo. Eu entendo. Ter 19 anos não é fácil. Você quer curtir a vida e acaba pintando aquela preguiça.

O Flu colabora mesmo com o INSS e um dos baluartes de tal marketing é o Fabinho, que dessa vez não tomou cartão, talvez porque o juiz os esqueceu em casa. Alguns membros de torcidas organizadas devem ter ficado irados com ele. Os torcedores pateticanos (e amarelões) não vieram e muitos que entram sem pagar não tinham ninguém para dar porrada. Provavelmente queriam que o Fabinho fizesse o serviço dentro de campo, mas o seu ?breve retiro espiritual? o deixou mais tranqüilo.

O único que salvou, como sempre, foi o guerreiro Marcão, que, além de capitão do time, era o único que chegava junto ao árbitro nos vários momentos de cera deles e gritava com os companheiros, pois não é passivo na derrota como os demais. Magno Alves, que completou 250 jogos com a camisa tricolor e mais alguns gols feitos perdidos para a sua coleção, parecia estar sem tesão. Também não deve ser fácil ficar sem receber o seu ?humilde? salário, que se perder dois zeros a direita já está acima do que recebe a maioria dos 6 mil que foram vê-lo no Maraca.

Enfim, chega de lamúrias e vamos à realidade. Definitivamente estamos no lado de baixo da gangorra do Brasileiro. A possibilidade de rebaixamento existe e temos que trabalhar para vencer os jogos de seis pontos que teremos contra Paysandu, Vasco, Botafogo, Paraná, Goiás e Bahia. Se ganharmos cinco destes seis jogos, a degola não acontece. É triste pensar pequeno. Entretanto, caso voltemos para a segunda divisão, ainda mais com Romário e no ano do centenário,