SEMPRE FLU

Há dois pontos a considerar em relação às nossas duas últimas partidas. São os seguintes, a serem desenvolvidos separadamente:

1) A partir de agora, vamos ser roubados sistematicamente pelos juízes, a mídia em peso estará a favor do Parmêra e a arbitragem jogará a favor deles, para que levem a última vaga para a Libertadores.

2) É uma total falta de respeito com o clube, com a camisa do Fluminense e com os seus torcedores que alguns jogadores ainda entrem em campo pelo Flu, e que diretoria e técnico tenham errado tão sistematicamente nos últimos e decisivos jogos.

Dito isso, vamos a cada um dos tópicos: 1) Márcio Rezende de Freitas já nos tinha roubado contra o Vasco em lances decisivos, como o falso pênalti do Arouca com 4 minutos de jogo.

Ele jamais marcaria se fosse do outro lado do campo. Até o mais estúpido e cínico dos comentaristas do Sportv ou da Espn, no fundo, sabe disso.

Com a vaga da Libertadores em jogo, acabou o #rigor# dos juízes com a artimanha dos goleiros de se adiantar nas cobranças de pênaltis contra alguns clubes.

No jogo contra o Juventude, aos 46 do segundo tempo, Marcos deu dois passos à frente para defender o chute do Enilton. Eu reparei, e o bandeirinha nem estava colado junto à linha de fundo, como sempre faz, para observar esse detalhe. Repetir a cobrança? Nem pensar!!

No deplorável jogo contra o Galo, fomos #operados# de forma desavergonhada pelo trio paulista que, obviamente, estava a serviço do Parmêra.

Não que o Parmêra tenha pago a eles, nada disso. É um conjunto de fatores, como o bairrismo paulista, inclusive dos juízes, o interesse explícito da TV Globo, da CBF, da mídia em geral, em favor do Porco.

O gol anulado do Adriano Magrão (exconjuro!!) contra o Galo foi perfeitamente legítimo. No cruzamento do Lino, ele estava, sim, impedido. Mas o zagueiro Cáceres antecipou-se e retardou a bola de cabeça para o goleiro. Neste momento, Adriano Pesadão não estava mais impedido. A posição irregular foi anulada pela nova situação de jogo. Ele cabeceou e marcou, de forma legítima.

Podemos isentar a Ana Paula, que levantou o pau (sem nenhuma ironia com as preferências sexuais da moça) visando o primeiro lance, cruzamento do Lino, no que acertou.

Mas o larápio tinha todas as condições de corrigir o engano na seqüência da jogada, pois estava perto do lance, o que fica claro quando ele levanta o braço quase junto ao Cáceres e ao Magrão.

O primeiro pênalti foi tão escandaloso que até o Raul Quadros e o Lucas Pereira gritaram juntos #pênalti!# quando o beque do Galo esticou o braço para cortar a bola dentro da área. Até mesmo eles, repito, que torciam tanto pelo Atlético e elogiaram o time mineiro durante toda a transmissão.

Se o Flu sai na frente no placar, o nervosíssimo e fraquíssimo time do Galo (talvez o pior do campeonato) jamais teria condições de reagir. Mas o Sálvio Espíndola e a incompetência do nosso time estavam ali para impedir isso.

O segundo pênalti ocorreu já com o placar de 2 a 0. Adriano Magrão ia marcar, mas sofreu um golpe de judô, uma queda, dentro da área.

A quem teve paciência para ler até aqui, peço que observem os próximos #trios de arbitragem# de Fluminense e Parmêra. Teremos domingo, em Fortaleza, o mesmo juiz que nos roubou em Caxias do Sul, contra o Juventude: Clever Assunção Gonçalves.

Já o Parmêra terá Giuliano Bozzano, que sempre favorece os porcos. Lembro, para resumir, apenas de um jogo contra o Flamengo, quando o Parmêra caiu para a segundona, em 2002.

Na ocasião, Bozzano roubou o Flamengo (o que é inacreditável de se ver) de forma descarada, e o urubu só conseguiu um empate em um a um porque o Porco estava destroçado emocionalmente, e por causa do talento do Liedson.

O script deve prever uma disputa #sensacional# pela vaga na última partida, lá no Parque Antártica, com um juiz cuidadosamente escolhido para fazer o trabalho sujo.

Alguém como Wilson de Souza Mendonça, Bozzano, Márcio Rezende de Freitas ou o Lourival. E o final do filme já conhecemos. Será o mico do ano, perder essa vaga.

Vamos então ao segundo tópico: 2) Vou repetir uma frase: é uma total e absoluta falta de respeito com a torcida, com as tradições do clube e com a camisa do Fluminense que jogadores como Milton do Ó, Lino, Tiuí, Adriano Magrão e alguns outros ainda entrem em campo pelo Flu.

São jogadores derrotados, sem mínimas condições técnicas, físicas ou emocionais de defender um clube de primeira divisão.

Não interesssa se não havia opções, embora as houvesse, sim. Juliano de saída e Leandro no ataque, por exemplo.

Milton do Ó levou uma seqüência de três dribles desmoralizantes do tal do Tchô que nos matou de vergonha. Quanto aos outros, prefiro até esquecer que existem.

O outro aspecto é a grande incompetência demonstrada pela direção do clube e pelo Abel na reta final do campeoanato. Tenho defendido o Abel desde o início do ano, principalmente porque não via ninguém melhor do que ele disponível, nem tão identificado com o clube.

Mas não será nunca vencedor de títulos importantes um técnico que comete tantos erros nas horas decisivas. Ele foi incapaz, contra o Galo, de armar um time minimamente organizado, e fez as escolhas erradas.

Principalmente na hora de substituir. Ao tirar Lino e pôr em campo o Alexandre Acerola, ele acabou de desmontar o mínimo de organização que havia, e permitiu que o Zé Antônio fizesse um carnaval pelo lado esquerdo da nossa defesa. Afinal, quem não gostaria de jogar contra o Tiuí improvisado de lateral esquerdo?

Foi um erro parecido com o que nos custou a Copa do Brasil. No primeiro jogo, em Jundiaí, totalmente desfalcado, o Flu foi razoável no primeiro tempo, defendendo-se com segurança, com dois volantes ainda verdes, Radamés e Fernando.

No intervalo, Abel tirou o Fernando e pôs um terceiro atacante, o que desguarneceu totalmente o sistema defensivo e deu de presente o contra-ataque ao adversário. E ali perdemos a Copa do Brasil, porque o 2 a 0 seria mesmo difícil de desfazer no Rio.

Também não posso aceitar um técnico que não saiba armar um sistema defensivo. Vários tricolores, em sites abertos e fechados, crucificaram o Kleber e os zagueiros ao longo do ano. Mas o erro é de todo o sistema defensivo, o que agrava as limitações individuais dos zagueiros.

Perdi a conta, desisti de contar o número de gols que tomamos quando perdemos a bola na saída da defesa. Ou em faltas idiotas pelas laterais da área no começo do jogo ou do segundo tempo. Coisa elementar, que jamais aconteceria com um Antônio Lopes, por exemplo.

Nossa defesa tem vivido de bons momentos do Kleber e do esforço do Marcão e do Arouca, e até do Leandro, que é obrigado a recuar para cobrir os avanços do Gabriel e do Juan. Nada mais.

Nossa diretoria, por sua vez, já tinha desistido de tudo na semana passada. Horcades falava em contratações, em projetos para o ano que vem, como sempre deslumbrado com o assédio da mídia, o que desmobilizou todo o clube, os jogadores etc.

Enfim, se perdermos essa vaga para a Libertadores, podemos esperar o pior para o ano que vem: Investimentos menores da Unimed e da Adidas, desmoralização nacional, enfraquecimento da marca, humilhação da torcida, repetição de bordões como #cavalo paraguaio# por parte dos #analistas# de televisão, volta à briga contra rebaixamento etc.

Vamos ouvir a glorificação do Leão como #grande treinador#, elogios à #força da camisa do Parmêra# e outras baboseiras semelhantes. Os holofotes estarão sobre Joel Santana, Kleber Leite, #El Tigre# e, claro, Romário e Eurico, que gloriosamente #salvaram# seus times da queda.

De longe, a impressão que temos é que ainda falta ao Flu estrutura de clube grande, profissionalismo, nas horas decisivas.

Velhos defeitos de oito ou nove anos atrás continuam nos atormentando, e volto a isso no último artigo do ano. Desesperadamente, precisamos de um empate contra o Fortaleza e uma vitória sobre o Juventude, no mínimo.