Fluminense 0 X 2 Curintcha - Por Cezar Motta. - 06/10/2005

É difícil e doloroso escrever sobre o Flu depois de uma derrota justamente para o inimigo mais protegido e inflado pela mídia. Uma derrota que deixou em estado de euforia, por exemplo, o Casagrande, que ganha um belo salário para torcer e distorcer ao vivo pelo seu Curintcha, e toda a turma do Sportv.

Foi uma derrota que me lembrou, pelas circunstâncias, aquela, pelo mesmo placar, que sofremos contra o Paulista, no primeiro jogo das finais da Copa do Brasil, lá no chiqueiro de Jundiaí. Desfalques sérios, dos principais jogadores, e time cheio de garotos lançados no fogo em um jogo de vida ou morte.

Claro que há os que argumentam: #Ah, mas se o garoto é bom mesmo, é em momentos assim que ele tem que mostrar serviço e arrebentar com o jogo#. Sabemos que não é bem assim.

Vamos inverter a equação e imaginar o Flu com o Pet, o Felipe em boas condições, o Preto, o Leandro, contra um Curintcha com Jô, Abuda, Fininho, e sem o Roger, o Gustavo Nery e o Tevez. Quem venceria?

Mas o #se# não joga, e mais uma vez, acho que o Abel errou pelo excesso de ousadia. Claro que, se desse certo, eu e todos os tricolores estaríamos chamando o nosso técnico de #gênio#, de #visionário# etc.

Mas, realmente, foi um susto ver em campo o Toró e o Lenny. O meio de campo, exceto o Juninho (que também é muito jovem), tinha idade para disputar a Copa Cultura de Juniores: Arouca, Radamés e Toró, sem contar o Lenny.

Acho que o mais correto seria apostar em um time mais experiente, com Marcão naquele papel de terceiro zagueiro, e o Preto no meio de campo, mantendo-se o Lenny, que foi o nosso melhor atacante.

O garoto Lenny promete, é habilidoso, abusado, arriscou os lances, driblou várias vezes os zagueiros curintchanos em seqüência e só não marcou por puro azar e por ansiedade e nervosismo de estreante.

Outra infelicidade do Flu foi que alguns jogadores fundamentais jogaram muito mal. O Tuta, por exemplo, esteve irreconhecível.

Radamés, que merece toda a confiança e o apoio da torcida, também não esteve bem. Uma coisa é, garoto ainda, jogar em um time armado, experiente e forte, como o Flu sem desfalques. Outra, muito diferente, é encarar a pressão de um jogo decisivo em um time também de garotos. Juan não acertou sequer uma jogada.

Enfim, o Flu tem 48 pontos e 14 jogos por disputar, ou seja, 42 pontos. Precisamos vencer 10 dos 14 jogos. Daria 30 pontos, o que nos levaria a um total de 78 e, muito provavelmente, ao título.

Se os desfalques não forem em massa, como no jogo desta quarta-feira, é possível, sim, chegar ao título, apesar da pressão geral que vai haver para entregar o título à Lavanderia.

Pressão da mídia, da CBF, da arbitragem etc. É importante que o comando do futebol do Flu, além do Abel e dos jogadores, não se entreguem, mantenham o ânimo firme e a disposição de enfrentar a tudo e a todos. É na bola o Flu pode ser campeão, e tem bola para isso.

Apesar do otimismo, não posso conter uma ponta de indignação e de desencanto com a viagem do Pet à Suíça, no meio do campeonato, em uma semana decisiva.

Isso me lembra os tempos de bagunça do Flu, de zona, em que os compromissos profissionais eram deixados de lado, tempos em que os interesses do clube e da torcida ficavam sempre em último plano. São 12 horas pra lá, 12 pra cá, com um fuso horário altamente desfavorável. E o descanso?

Por que a porra do gringo não enviou um procurador, ou resolveu a pendenga com sua conta numerada por fax ou telefone, e não ficou aqui fazendo tratamento para o tal edema no glúteo, reforço muscular, e os outros treinos especiais de que tanto precisa? Depois me vem o Abel reclamar de excesso de viagens...

Para encerrar, outra coisa que me deixa puto da vida é que o Curintcha é nosso freguês, quase sempre vencemos. Mas perdemos para eles sempre em jogos decisivos, quando não dá para perder.

Foi assim em 1976, em 2003 (quando o careca Heber "Rouberto" nos roubou no Pacaembu, com apoio do Galvão Bueno e da Globo) e nesta fatídica e infeliz quarta-feira.
Fluminense 0 x 0 Curintcha: Kleber; Gabriel, Gabriel Santos, Igor e Juan (Lino); Radamés, Arouca, Toró (Adriano Magrão) e Juninho; Lenny (Schneider) e Tuta.
Cartões amarelos: Radamés (terceiro; está suspenso).

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
JOGOS ANTERIORES:

Fluminense 3 x 1 Toluca - 24/07/2002
Fluminense 0 x 1 Palmeiras - 21/07/2002
Fluminense 1 x 0 Corinthians - 14/07/2002

 Primeira  Anterior  13  14  15  16  17  18  19  20  21  (22)     
  


Copyright (c) 1998-2025 Sempre Flu - Todos os direitos reservados


Fatal error: Uncaught Error: Object of class mysqli_result could not be converted to string in /home/sempreflu/sempreflu.com.br/tools/control.php:19 Stack trace: #0 /home/sempreflu/sempreflu.com.br/tools/control.php(19): array_unique(Array) #1 [internal function]: shutdown() #2 {main} thrown in /home/sempreflu/sempreflu.com.br/tools/control.php on line 19