Fluminense 2 X 3 Internacional - Por Sérgio Pardellas - 03/06/2006

Perder sempre é ruim. Mas, neste caso, a derrota foi mais amarga pois vimos escapar por entre os dedos a oportunidade de irmos para o recesso da Copa na condição de líderes absolutos do Brasileiro. Pior. Fomos derrotados em casa por um adversário direto na difícil busca pelo título.


Em termos de classificação, a rodada até que nos foi favorável. Poderia ser pior, não fossem os tropeços de Santos e São Paulo. Terminamos, por assim dizer, dentro da meta estabelecida pelo Oswaldo - a de, pelo menos, figurar entre os quatro primeiros.

Claro, as circunstâncias da partida jogaram contra a gente. O Inter "achou" dois gols em momentos cruciais do jogo e fez o terceiro num contra-ataque, aproveitando-se do afã quase pueril do jovem time tricolor pela virada, e da lambança produzida pelo senhor de preto ao expulsar com rigorismo extremo, aquele só aplicado ao pior dos inimigos, o excelente zagueiro Thiago Silva. Mas, como as falhas que determinaram a derrota foram cometidas por jogadores nossos, não há muito o que discutir, elucubrar, nem buscar no imponderável as razões para o infortúnio.


Sou contra a histeria, abomino o discurso do "quanto pior melhor", "fora esse, fora aquele", muitas vezes sem qualquer base fática, mas entendo a aflição do torcedor. A sensação que ficou no primeiro semestre foi , mais uma vez, a do "quase". A liderança isolada, neste momento, atenuaria os efeitos da trágica eliminação para o Vasco na Copa do Brasil. Mas não.

Para um clube com cacife para investir, graças ao suporte da Unimed, um dos poucos a se dar ao luxo de pagar em dia e de poder contar com um craque na acepção da palavra, no caso o Petkovic, foi muito pouco. Continuo considerando o elenco entre os 5 melhores do país, acho que o time titular não deve nada para o do São Paulo, cantado em verso e prosa como o melhor do Brasil, mas chegamos num "estágio", para repetir as palavras do Celso Barros, em que não basta disputar e "ah, não ganhamos, está tudo certo, vamos embora para a casa". Precisamos brigar efetivamente pelos títulos ou, no caso de um campeonato difícil como o Brasileiro, pelo menos terminar entre os classificados para a Libertadores. É imperativo, portanto, o comprometimento de todos do time, da direção, da comissão técnica, em torno deste objetivo.

É hora de disposição, inteligência e sobriedade para a correção de rumo. A torcida também deve ser parceira nesse projeto. Ou alguém tem dúvidas de que o Beira-Rio estaria lotado no sábado, início de mês, último jogo antes da Copa, com o time na co-liderança do campeonato ?

Gabriel, pra ontem. Denílson, a julgar pela qualidade dos nossos atacantes, acho uma boa se estiver a fim de se enquadrar no "plano de metas" pensado pela cabeça cada vez mais pragmática do Celso Barros. Qual seja: o salário é "x" em 2006. Se carimbar o passaporte para a Libertadores 2007, há um reajuste e os vencimentos passam a ser "x+y". Os vídeos com os lances do Denílson no Bordeaux revelam que bola ele ainda tem e muita.

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Ao jogo:

O Fluminense entrou apático e, com 30 segundos de jogo, foi castigado pela indolência e pusilanimidade do volante Romeu, que cometeu uma falha imperdoável para um jogador de futebol profissional com pretensões de vestir a camisa de titular num clube grande. Perdeu a bola na intermediária proporcionando um contra-golpe mortal do adversário diante de uma defesa estupefata. Com toques de Fernandão e Rafael Sóbis, o Inter abria o marcador, gol de Iarley.

O gol enervou o time e a torcida passou a ecoar uma sonora vaia toda vez que o volante Romeu tocava na bola. Mas o time do Fluminense é bom, se comparado aos que estão por aí, por isso está entre os 4, e passou a dominar as ações do jogo a partir dos 12 minutos. O gol viria aos 25. Jean, em bela jogada individual, recebeu pela esquerda e chutou com força. A bola ainda desviou em Bolivar antes de entrar. Empate tricolor: 1x1.

Com o empate, o time adiantou a marcação e cresceu empurrado pela torcida. A partir daí, faltou, na minha opinião, maturidade ao jovem time do Fluminense para terminar o primeiro tempo em vantagem no placar. Faltou futebol também para o atacante Alex que, em duas ocasiões, poderia ter marcado. Na primeira, quando entrou no mano a mano com o zagueiro adversário dentro da área e, em vez de partir pra cima, tocou atabalhoadamente para a cega perna direita do Jean. Na segunda, já no fim da primeira etapa, chutou fraco e sem colocação após receber lindo passe de Juliano.

No segundo tempo, a história se repetiria como tragédia, diria 18 Brumário de Bonaparte. Primeiro lance de jogo e gol do time gaúcho. Desta vez, Jorge Wágner cobrou a falta, o prata-da-casa Radamés desviou e marcou contra. 1x2 Inter. Depois do gol que colocava novamente o colorado em vantagem, ao contrário do que ocorrera no primeiro tempo, o Fluminense se perdeu em campo. Sentiu o gol. Passou a errar muitos passes e, até os 20/25 minutos, foi presa fácil para um Inter que havia voltado mais bem postado em campo.

A entrada de Lenny, aos 28, deu velocidade e novas opções de jogadas à equipe. Arisco, voluntarioso e jogando com personalidade, Lenny, aos 31, disparou com a bola dominada e foi atingido por trás por Edinho. A falta não foi violenta mas, como foi por trás, num lance em que o atacante seguia em direção da área, cartão vermelho. Todos tricolores, como eu, devem ter pensado: como o Inter está com um jogador a menos "o empate é questão de minutos".


Mas três minutos depois, aconteceu o que, pra mim , acabaria sendo determinante para o resultado final. A injusta expulsão do excelente zagueiro Thiago Silva numa falta boba, despretensiosa, embora também por trás, no meio-campo.

Aos 36, no entanto, foi a vez do Fluminense surpreender. Tuta, em jogada individual, aproveitando o buraco na defesa adversária, chutou meio que na orelha da bola e empatou: 2x2. O empate foi como um bálsamo, uma injeção de ânimo para um time que, até aquele momento, parecia não mais acreditar na vitória. A torcida voltou a gritar e o Oswaldo tomou uma decisão de alto risco. Colocou Evando no lugar de Radames e passou a jogar com quatro atacantes em campo. No afã de liquidar a fatura, a juventude tricolor deixou a defesa suscetível ao contra-ataque do Inter. Não deu outra. Aos 43, Iarley deu números finais à partida. Flu 2x3 Inter

FLUMINENSE : Fernando Henrique (5), Gabriel Santos (5), Thiago Silva (6), Roger (8); Radamés (4) (Evando - sem nota), Marcão (7), Romeu (2) (Lenny 7), Jean (7), Juliano (7); Tuta (7), Alex (5). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

INTERNACIONAL : Clemer, Bolívar, Índio, Ediglê, Ceará, Edinho, Jorge Wagner, Tinga (Wellington), Rafael Sobis (Michel), Fernandão (Perdigão), Iarley. Técnico: Abel Braga

Maracanã - RJ
Wilson Luiz Seneme
R$ 117.258,00 - 9.719 presentes

Sérgio Pardellas - pardellas@jb.com.br


 
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