É duro, sofrido e difícil, amigos, escrever imediatamente depois de uma derrota lamentável como esta para o Grêmio.

Dói mesmo, e todos nós sabemos disso. Não sei se o PCGosmão seria o técnico ideal para este momento.

Claro que não defendo a demissão dele. Seria um erro absurdo trocar novamente de técnico. Mas o Gosmão parece mais abalado e intranqüilo do que qualquer um de nós, do que qualquer jogador.

As imagens e sons do treino da terça-feira, a figura transtornada dele, tudo isso intranqüiliza também o time. E o time é de garotos. Se o comandante está alucinado, não pode transmitir confiança a ninguém...

Tomamos dois gols que time nenhum da segunda divisão tomaria. Absurdo, principalmente, sabendo que havia jogadores experientes em campo, como o Marcão, o Tuta, o Evando. Não pode.

Pela televisão, deu pra ouvir o grito de alguém, talvez do Fernando Henrique, depois do segundo escanteio a favor do Flu, no finalzinho do jogo, placar de um a um: #Volta, Marcão!!# Não deu tempo, e tomamos o segundo gol.

Ridículo! O Flu é um time intranqüilo, nervoso, ansioso. A bola queima os pés dos jogadores, até mesmo dos mais experientes.

Não podemos reclamar de falta de raça, de vontade, de empenho. Ninguém se escondeu, todo mundo deu sangue em campo. Mas futebol não é só isso.

Antes, na Era Osvaldinho, faltava essa garra, essa vontade. Todo mundo jogava com preguiça, de salto alto, de batom, como o próprio técnico.

Por isso, permitimos ao Grêmio empatar em quatro gols, depois de estarmos com 4 a 2 a favor lá no sul. Todo mundo olhando o jogo, chupando sangue. Em vários jogos, vimos essa falta de vontade.

Agora, ao contrário, quando bateu o desespero, a faca estava entre os dentes, sobrava vontade. Mas, com desespero, tudo é mais difícil.

Erros infantis, como o do primeiro gol. Erros absurdos, como o do segundo gol. E não há jogadores de talento pra pôr a bola no chão, pensar o jogo, desequilibrar.

O único que poderia fazer isso, este único jogador, parece que abandonou de vez a profissão. Ou a profissão o abandonou # claro que me refiro ao Petkovic.

Sem ele, Pet, o talento solitário deste time, o Flu do PCGosmão, e à beira do rebaixamento, é uma correria louca, irracional, sem inteligência tática.

Ainda acho que dá pra salvar. Só não sei como ficará agora o espírito do grupo, a motivação, a vontade de reverter o quadro.

É disso que depende o Flu, de motivação, e dos próprios jogadores. Os dirigentes, esses não valem um tostão furado.

E o PCGosmão demonstra intranqüilidade, medo, teme rebaixar o Flu e ver a própria carreira comprometida.

Essa insegurança do técnico, claro, abala também os jogadores. Quanto à "diretoria", isso não existe no Fluminense.

Se dependêssemos da "diretoria", já estaríamos rebaixados há muito tempo. Esses estrumes sumiram, nunca mais se ouviu falar do estrume Horcades, do estrume Gustavo Mendes, de todos os estrumes que destroem a nossa paixão, o nosso time.

Vamos tentar falar do jogo: Logo de início, estava claro que só por milagre conseguiríamos uma vitória.

O Flu corria, lutava, mas havia ansiedade demais. O Grêmio parecia mais organizado, mais racional, embora também aguerrido e bem sólido na defesa. E também mais forte fisicamente.

Quem conseguir se lembrar dos dois jogos em que os eliminamos da Copa do Brasil no ano passado, não pode acreditar na mudança. Eles, pra melhor. Nós...sem comentários.

Sem o Pet, com o Arouca fora de combate, o Marcelo cada vez pior, era difícil ao Flu criar jogadas. Ficava tudo muito na base do entusiasmo, da vontade, da correria. E aí, claro, o Grêmio é superior.

É um time formado pra jogar assim. Jogadores fortes, altos, com enorme preparo físico, e em bom momento.

O clube Grêmio, bem, depois de subir no campo, com espírito guerreiro e empolgante, o clube, repito, está saneado financeiramente, com fontes de receitas de tudo o que é lado, mais de 30 mil novos sócios pagantes etc. Já o Flu...

Alguém acredita que Pedrinho, Neto, Juliano, Marcelo, Bruno, poderiam jogar na base da força com galalaus como Jeovânio, Evaldo, William, Rômulo?

Todos eles jogadores medíocres, mas que se sentem em casa quando pinta um jogo na base da correria, um jogo de entrechoques, de força física.

E assim foi. Todo o primeiro tempo. Lá pelos trinta e tantos do primeiro tempo, falta boba pela direita da defesa do Flu, esquerda do ataque deles.

O tal do Rafinha cobrou, bola alta na área, e o que todos temíamos e esperávamos, aconteceu. Subiu Marcão. Errou. Subiu Gabriel Santos. Errou. Subiu Thiago Silva. Errou.

A bola bateu na trave do lado esquerdo do Fernando Henrique e morreu lá dentro da teia da aranha. Peixe na rede do Flu.

Um gol que só é visto em torneios amadores, de solteiros e casados, contabilidade contra departamento pessoal, futebol de mulheres em churrascos de fim de semana. Time profissional que se preza, não toma um gol idiota assim.

Aí, claro, o time desmontou de vez. Bateção de cabeça. Correria inútil, passes errados por nervosismo. Espaços enormes na nossa defesa porque todo mundo se mandava, tentando resolver o jogo.

Quem poderia rearrumar o time, acalmar todo mundo, organizar a coisa toda, parecia mais nervoso e desesperado do que o mais doente dos torcedores e o mais inseguro dos jogadores: ele mesmo, o PCGosmão.

Para o segundo tempo, Gosmão trocou logo o Bruno pelo Juninho e o Juliano pelo Lenny. E continuou totalmente descontrolado, o
Gosmão. Grita as coisas certas, mas não transmite segurança.

Claro que nada deu certo. O Grêmio recuou e, com um time forte fisicamente, e bem arrumado taticamente pelo excelente Mano Menezes, foi administrando a coisa.

Por sorte, em um escanteio pela ponta direita do Flu, a fraqueza técnica individual do Grêmio ficou inteiramente exposta.

Bola cruzada pelo Juninho, o Evaldo tentou rebater e chutou pra trás, matando o goleiro Galatto. Um a um. Novas esperanças de um outro acidente, uma jogada de sorte, uma falha gremista.

Nada disso aconteceu. O que aconteceu foi mais um erro de juiz contra o Flu. Em uma bola cruzada na área, em novo escanteio, o Evaldo fez pênalti escandaloso no Tuta, empurrou o nosso bonde com as duas mãos nas costas dele.

O Tuta caiu em cima do goleiro Galatto, que sofreu uma espécie de cama-de-gato e bateu com a cabeça no chão. A contusão do goleiro escondeu a verdade do lance: foi pênalti no Tuta.

A partir daí, desespero. E aí, as portas do inferno voltaram a se abrir: como diria Augusto do Anjos, um urubu voltou a pousar na nossa sorte: ele mesmo, o sinistro, o terrível, o macabro, o inusitado, o inenarrável, o indefectível EVANDO, surgiu na beira do campo.

Talvez o pior jogador da história do Fluminense. E eu vejo o Fluminense jogar desde 1958. E confesso: nunca vi um jogador tão ruim, tão improdutivo, tão errático, tão burro, como o pobre do Evando.

E pobres de nós, também, que o Evando não tenha sido contratado pelo Eurico ou pelo Kleber Leite. Ou pelo Bebeto de Freitas.

Prometi a mim mesmo: quando o nosso técnico recorrer ao Evando, mandar o Evando se aquecer, qualquer que seja o técnico ou o placar, vou desligar a televisão. Não cumpri a promessa desta vez, mas cumprirei na próxima.

Enfim, o Grêmio se defendia como podia. E o Flu atacava, de forma atabalhoada, errando passes, fazendo cruzamentos por trás do gol, chutando bolas lá no alto forno da Companhia Siderúrgica Nacional. Os gritos alucinados do PC Gosmão enervavam ainda mais o time.

Nada contra técnico guerreiro, que cobra dos jogadores. Tanto que a gente não aguentava o Osvaldinho Pachorra. Mole, indolente, preguiçoso.

Mas o PC não transmite segurança, apenas enerva e torna ainda mais errático e inseguro o time. Aos 45 minutos, jogo terminando, três escanteios seguidos a favor do Flu.

Alguém aí se lembra de ter visto o Flu fazer gol em cobrança de escanteio, exceto os gols olímpicos do Pet contra o próprio Grêmio?? Nunca. Não fazemos mesmo. Três escanteios cobrados, três cortes da defesa deles.

Na terceira cobrança, um time bem treinado soube tirar proveito. Os berros eu ouvi aqui de Brasília, pela tevê: #Volta, Marcão!!# #Volta, Marcão!!#.

A bola foi cortada pela defesa deles e o contra-ataque foi armado, com enorme facilidade, e grande velocidade.

Marcão veio lá do ataque, alucinado, bufando, correndo como um louco. Sabe que a defesa depende 80% dele.

Mas a bola esticada era mais rápida. Lá atrás estavam o Romeu e o Gabriel Santos. Um gremista recebeu em velocidade pela esquerda e lançou entre Gabi e Romeu, bola alta, na meia-lua, para o tal argentino Herrera, que é ruim demais.

O Herrera apenas meteu o cucuruto na bola e jogou por cima de um desesperado Fernando Henrique.

Ridículo. Patético. Nenhum de nós pensava que o Flu fosse pagar mais semelhante mico, há coisa de seis meses.

Até mesmo na vergonhosa eliminação do campeonato carioca, pensávamos. #Ah, a pré-temporada foi ruim, o time vai se recuperar#. Mas a coisa só piorou.

Se o clube cair, a perda de receitas, o desgaste da marca, o prejuízo técnico, financeiro, institucional e de torcida, será terrível.

E o que os filhos da puta, os excomungados, os patifes que dirigem o clube, vão sofrer por conta desta destruição patrimonial, institucional, que provocaram??

Como esta praga ruim do inferno que se chama Horcades (e todos os que o apoiaram e votaram nele) vai compensar as barbaridades que cometeu, as fanfarronices que vomitou, os danos que causou ao Fluminense, à nossa torcida, à nossa paixão?

Aquele desacerto que resultou no gol de cabeça do Herrera tem a cara do Horcades e de seus asseclas e puxa-sacos, seus gustavos mendes e seus tótis menezes, seus paulos bherings.

Essa gente arrogante, medíocre, vaidosa, burra, provinciana e irresponsável que vem destruindo o Fluminense como uma praga de cupins, de gafanhotos, como a peste da Idade Média, como a gripe espanhola, o vírus ebola.

Quando me lembro do Gustavo Mendes, depois da Copa do Mundo, dizendo #nunca vi uma pré-temporada tão produtiva, tão proveitosa#, tenho ganas de...de...meter um processo neste filho da puta, por dano ao patrimônio público, ou coisa pior. E ainda querem reeleição.

E o Horcades, dizendo que o estádio do Flu começaria a ser construído no segundo semestre, que aliás já está acabando? E a promessa de um CT igual ao do Real Madrid e ao do Manchester United ao lado de Xerém?

"O futebol do Flu vai dormir em 31 de dezembro nas Laranjeiras e vai acordar no dia 1° de janeiro em Xerém", disse o balofo mentiroso. Como este calhorda vai pagar por tudo isso?

Aliás, quem devia processar a todos eles era a Unimed. Celso Barros, meta os dirigentes do Flu na Justiça, por quebra de contrato, administração temerária, não faltará argumento jurídico.

Esses canalhas têm que servir de exemplo, pra que nenhum outro incompetente queira dirigir o clube por pura vaidade, sem um projeto administrativo viável, sem qualquer compromisso ou responsabilidade.

Precisam ser punidos judicialmente, Horcades e sua canalha, têm que ser responsabilizados pelas dívidas do clube e pagar com o seu próprio patrimônio pessoal. Não podem ficar impunes.

Chega! O Flu não agüenta mais um Horcades, um rebaixamento. O Vasco está cada vez mais próximo da Libertadores, faz campanha brilhante, e o Flu cada vez mais chega perto da Segundona. Basta! Horcades, vá para o inferno! Deixe o Flu em paz, o clube não lhe pertence!

Fluminense 1 x 2 Grêmio: Fernando Henrique (5); Gabriel Santos (5), Marcão (5), e Thiago Silva (5); Neto (4), Romeu (5), Bruno (3) depois Evando (0), Juliano (4) depois Juninho (5) e Marcelo (4); Pedrinho (4) depois Lenny (4) e Tuta (4).
Gol: Evaldo (contra), aos 14 minutos do segundo tempo, em cobrança de escanteio.
Cartões amarelos: Romeu.
Raça: 10. Inteligência, técnica e consciência tática: 0.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br