Ganhamos, vamos dormir felizes e começar bem a semana, vencemos o Galo pela primeira vez em 13 anos no Mineirão, temos a melhor campanha fora de casa, passamos à sexta colocação, estamos a apenas três pontos do líder, temos a segunda melhor defesa, mas não cabem ilusões.

Foi uma apresentação muito ruim do Fluminense, covarde, acomodada, diante de um adversário que já entrou derrotado em campo. Como se previa, três zagueiros e mais Romeu e Arouca, todos juntos em campo, tornaram o time muito defensivo, o que não significa uma defesa firme.

Em termos de tabela, foi excelente, porque, dos que estavam à nossa frente, só o Botafogo venceu, e temos um jogo teoricamente fácil na quarta-feira, em casa, contra um Fortaleza desfalcado de seu bom zagueiro Alan. Podemos fazer uma tripleta (três vitórias seguidas), o que seria excelente, com possibilidades até de chegar à vice-liderança ou ao terceiro lugar.

O jogo, no entanto, foi de uma pobreza técnica de dar dó. Atuações individuais muito ruins de vários dos nossos, como o Juan (o pior de todos), o Arouca (a pior partida dele no time principal, das que vi), o Beto, o Tuta (como sempre, pesadão, lento, mal colocado, errático), e até mesmo do Felipe # apesar de alguns momentos luminosos, o Felipe cometeu também erros infantis.

O Abel escalou apenas três homens ofensivos, Tuta, Beto e Felipe. Todos os outros eram defensores. E foi o que se viu. No começo até que o Galo tentou, mas o Flu conseguiu responder com contra-ataques perigosíssimos, o que os assustou. Daí, ficaram quietinhos, tocando bola no meio de campo (e errando passes), no que eram imitados pelos nossos jogadores. Exatamente como o Flu deveria ter jogado contra o Paulista no primeiro jogo, lá em Jundiaí.

No segundo tempo, o Abelão fez apenas meio certo. Pôs o Leandro no lugar do Beto (eu poria também o Juninho no lugar do Gabriel Santos), e o Leandro, em apenas 45 minutos, ganhou o jogo. Fez um golaço logo no comecinho do segundo tempo e deu o passe milimétrico para o Gabriel Santos fazer, de cabeça, o segundo, quando eu, pelo menos, estava temendo a virada do Galo.

Em suas explicações, o Abel disse que a cautela e a paciência, esperar o Galo lá atrás e explorar contra-ataques, foi uma opção baseada no desespero do Atlético. Deu certo, mas poderia não ter dado. Foi um risco enorme. Houve um terrível cochilo no gol do Rodrigo Fabri (deixaram o Euller manobrar totalmente à vontade em frente à área).

Mas se o Juan fosse um pouquinho melhor, só um pouquinho, poderíamos ter feito mais uns três gols. Dois ele desperdiçou, na cara de Danrley, e um ele estragou, ao perder a bola de forma ridícula para o Fábio Baiano em um contra-ataque. Como erra o Juan!! Para quem acha dispensável o Petkovic, lembro as três faltas que tivemos bem em frente ao gol, e que foram desperdiçadas porque não temos cobradores. Uma delas, a primeira, o Juan quase aproveitou: a bola bateu no travessão, depois do toquinho do Danrley, no primeiro tempo.

O Leandro provou que não pode sair do time, mas precisa ser menos ansioso e mais objetivo. Não temos centro-avante, o Tuta é absolutamente incapaz de aproveitar cruzamentos, passes verticais ou qualquer outra bola que chegue à área adversária. Milton do Ó é bom jogador, sim, sabe sair jogando e o problema continua sendo o Gabriel Santos, embora tenha feito o gol da vitória.

E, para quem, como eu, é mau e vingativo (brincadeira, hein, gente...), é delicioso vencer e empurrar mais pra baixo o time do traidor Danrley, principalmente com a torcida reclamando dele no segundo gol (ficou plantado como uma árvore no segundo gol). Mas quase o Kleber dá a eles o mesmo prazer, ao vacilar em uma bola recuada pelo Gabriel. Nosso goleiro deixou a bola passar, distraído, embaixo de suas pernas, o que deve ter garantido ao Horcades alguns pacientes a mais (inclusive eu).
Atlético Mineiro 1 x 2 Fluminense: Kleber; Gabriel Santos, Milton do Ó e Igor; Schneider, Arouca, Romeu, Felipe (Maicon) e Juan; Beto (Leandro) e Tuta (Juninho).
Gols: Leandro, aos 7 minutos, e Gabriel Santos, aos 32 minutos. Cartões amarelos: Milton do Ó e Romeu.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br