Flu 3 X 0 Inter - Momento Mágico - Por Cezar Motta. - 26/05/2007 Que delícia! Podíamos combinar de só jogar contra o Inter, no Rio, com o time reserva, porque parece que as vitórias por 3 a 0 serão sempre garantidas. Vimos uma atuação segura do ponto de vista tático, e brilhante do ponto de vista individual de alguns jogadores, como Roger, um monstro em campo. Confesso que me preparei para ver o Flu derrotado, pela aparente fragilidade de um time com os excessivamente jovens e inexperientes Anderson e Maurício e pelos limitados Ivan, David, Rafael Moura e Tiuí. Do outro lado, o Inter com o que tem de melhor, Fernandão, Pato, Índio, Galo, uma verdadeira granja # aliás, faltou o próprio, o Elder Granja, além do Perdigão, para que o clima rural e agropecuário ficasse completo. Para minha surpresa, certamente dos três ou quatro amigos que me lêem, e dos quase cinco mil heróicos e apaixonados tricolores no Maracanã, vimos um Flu bem arrumado em campo, seguro, apostando em contra-ataques rápidos. Se não fossem as limitações técnicas de Tiuí e Rafael Moura, teríamos marcado um ou dois gols antes dos 20 minutos. Em um deles, Thiago Neves ajeitou meio sem querer, dentro da área, para o voleio de Tiuí, como pé direito, para fora. Rafael Moura também recebeu bola recuada, depois de ótima jogada de Tiuí, e chutou rasteiro, para defesa do goleirinho. Pelo lado do Inter, só o Pato oferecia algum perigo, mesmo assim não muito. Criou dois lances em duas falhas do Ivan: na primeira, Roger, com sensacional senso de cobertura, tirou com o peito dentro da área e, como toda a sua experiência, aliviou o perigo. Na segunda, Ivan bobeou na marcação, o Pato aplicou uma meia lua no Romeu, foi ao fundo e cruzou para a entrada de alguém. Mas Fernando Henrique antecipou-se de forma notável e abraçou a bola no chão. A partir daí, só deu Fluminense. Muita garra e aplicação, que resultaram em uma falta sobre o Rafael Moura na intermediária, longe, aparentemente sem perigo, embora de frente para o gol. Thiago Neves ajeitou, o goleirinho pôs apenas dois na barreira. Thiago bateu forte, de curva, e o tal Renan aceitou. Pôs a mão esquerda mole na bola e deixou que a gorduchinha entrasse, de curva, no ângulo esquerdo. E alguns bobos viviam pedindo esse Renan para o lugar do Fernando Henrique. Fernandão saiu e entrou o Yarlei. Mas não era aquele Yarlei do ano passado, felizmente. Foi totalmente dominado pelo Anderson e pelo Roger, soberbos em campo. No segundo tempo, o Flu caprichou ainda mais na defesa fechada, com saídas rápidas em contra-ataque. Méritos para o Renato Gaúcho, que melhorou muito como técnico e dá animadores sinais de amadurecimento. Logo aos quatro minutos do segundo tempo, o Flu recuou todo, desarmou um sonolento ataque do Inter e David, com boa clarividência, enfiou uma bola perfeita para o lateral direito Rafael, livre, mas ainda no nosso campo. Ainda bem que era o lateral Rafael, e não o Rafael Moura. Ele arrancou, mesmo perseguido, correu todo o campo do Inter e, já na entrada da área, chutou rasteiro, à direita do goleirinho, que ficou estático no gol # ainda bem. Nosso time ganhou moral e a granja deles desmoronou. Aos 12 minutos, o monstro Roger fez tudo o que manda o figurino do ex-zagueiro Edinho, um dos melhores que já atuaram no Brasil desde que o futebol foi introduzido aqui. Dentro da nossa área, Roger tomou a bola do Alexandre Pato e arrancou pela esquerda, como um lateral. E foi embora, passou por um, por outro, foi à linha de fundo e cruzou, caindo, para Rodrigo Tiuí, na cara do goleirinho. Foi só tocar de canhota no canto oposto ao que o Renan tinha escolhido. O tal de Lucas Mendes, narrando o jogo, queria anular o gol, alegando que Tiuí estava fora de campo e não havia sido autorizado a entrar. Logo depois, a imagem recuperada o desmentiu. Entraram ainda Lenny no lugar de Tiuí, Alex no de Rafael Moura e André Moritz no de Thiago Neves. O domínio foi então ainda maior, porque os três, descansados, impuseram uma marcação por pressão na saída de bola do Inter, retomaram várias bolas e desperdiçaram chances de gol. Lenny foi ao fundo e cruzou para defesa de Renan. Alex infernizou a defesa deles com sua velocidade. Moritz, mesmo aparentando estar fora de ritmo, pôs pressão sobre os volantes colorados e deu chutes perigosos ao gol. Nossos sofridos torcedores puderam cantar à vontade o nome dos jogadores, para valorizá-los (show de bola e de empolgação dos torcedores), e entoar o saudoso #olé#, quando o time colorado era posto na roda. Diante do que vimos, só há uma coisa a dizer: ainda bem que o Flu contratou Renato Gaúcho, e não Alexandre Gallo, como quase aconteceu. Os reservas deram show e passearam em campo, com garra, aplicação e alguma habilidade. Vamos esperar agora que os titulares atropelem o Figueirinha na quarta-feira. A repetição do placar de 3 a 0 já seria suficiente. Fluminense: Fernando Henrique (8); Rafael (8), Anderson (8), Roger (10, espetacular!) e Ivan (6); Romeu (7), Maurício (6), David (7) e Thiago Neves (8) depois André Moritz (6); Tiuí (7) depois Lenny (6) e Rafael Moura (6, pela luta) depois Alex (7). Gols: Thiago Neves, aos 36 do primeiro tempo, de falta; Rafael, aos 4 e Tiuí aos 12 do segundo tempo. Cartões amarelos: nenhum. E QUE VENHA O FIGUEIRA. O FLU VIVE UM MOMENTO MÁGICO! Cezar Motta JOGOS ANTERIORES: Fluminense 3 x 1 Toluca - 24/07/2002 Fluminense 0 x 1 Palmeiras - 21/07/2002 Fluminense 1 x 0 Corinthians - 14/07/2002
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