Preparemo-nos, amigos. Vai ser um outro ano de sofrimento.

Mesmo com a vitória de 2 a 1 sobre o América de Natal na última quarta-feira, durante toda a semana a Sempreflu manteve a crônica da nossa vitória de 3 a 1 sobre a Cabofriense na primeira página, com o subtítulo #ainda está ruim#.

E como houve reclamações! #Você gosta de criticar até em vitórias#, escreveram alguns ingênuos.

Vários tricolores protestaram, alguns ofensivamente, dizendo que eu tenho #o prazer de criticar e falar mal#, mesmo quando vencemos. São os que vivem no mundo da fantasia, no #Fabuloso Mundo de Bob#.

Perdemos com um gol que time profissional algum pode tomar. Ridículo. Vergonhoso. O tal do Diguinho, que parece um anão de circo com suas perninhas curtas, recebeu a bola de uma cobrança de falta quase no meio de campo.

Dominou, olhou, parou, sem ser incomodado por ninguém. Todo mundo em nosso meio de campo olhando, passivamente. Como amadores.

Ele, o anão de circo, é destro, mas chutou de canhota lá da intermediária. O nosso goleiro, mais uma vez, mostrou que tem que seguir sua carreira em outro clube.

No Fluminense, não é mais possível; cometeu todos os erros possíveis, durante três anos, sempre em momentos decisivos.

Fernando Henrique tomou um gol inaceitável, de mais de 40 metros, em um chute fraco, previsível. Nem dá pra torcer assim, tamanha a insegurança que ele transmite.

Perdemos o jogo assim. Nosso melhor jogador, o maior salário em campo, desperdiçou um pênalti de forma absurda, ridícula.

Nossos dois atacantes, em quem tanto apostávamos, perderam uns cinco ou seis gols feitos, na cara do goleiro, de forma bisonha, risível, lamentável. Deu vontade de desligar a televisão.

Cícero? Só notei que havia entrado em campo quando foi substituído pelo Lenny. Apático, medroso, omisso, desinteressado, o Cícero, pra mim, é a maior decepção dos nossos 17 novos jogadores.

Alex Dias tinha que voltar pra buscar jogo, ou a bola não chegaria ao ataque. Lutou, mas não pode perder gols feitos como os que perdeu.

Desde os primeiros minutos de jogo, ficou claro quem entrou em campo pra vencer, com apetite, com vontade de ganhar, com garra: o Botafogo.

Confesso, ainda no calor da derrota, que estou decepcionadíssimo com o time e com o Joel.

Pior: estou desencantado com os jogadores em quem depositava as maiores esperanças: Carlos Alberto, Alex Dias, Soares, Cícero. Não vale fazer gols contra a Adesg.

Aos amigos que sempre culpam o #preparo físico# pelos maus resultados, aí está a prova: o Flu contratou o que é considerado o melhor, depois do Paulo Paixão, o Fábio Mahseredjian. Mesmo assim todas as divididas eram do Botafogo. Todas as bolas em velocidade, eram da cachorrada.

O problema é estrutural, a preguiça é crônica, o voluntarismo do planejamento é evidente.

Não adianta orçamento alto no futebol se temos um bando de idiotas no comando do clube.

Claro que é preciso mais tempo para que os realmente profissionais imponham seu trabalho.

Mas isso não é mais possível em um futebol deficitário como o carioca, em um clube falido e administrado por gente absurdamente incompetente como Horca, com uma torcida que não agüenta mais sofrimento, frustrações, derrotas inaceitáveis.

É preciso vencer rápido, não dá mais para aceitar a desculpa do "início de trabalho".

Voltando ao tema da preparação física, por muitos apontada como responsável por maus resultados, tivemos hoje a prova.

Não é preparo físico o problema. É motivação, liderança, organização. E eles, a cachorrada, por incrível que pareça, conseguiram isso mais rápido do que o Flu, mesmo sem patrocínio forte.

Basta ver o noticiário da semana. Quem ocupou as manchetes, pressionou a arbitragem, uniu o grupo, quem tem buscado sanear o clube, obter o apoio da mídia, todas essas coisas, tem sido o Botafogo.

Mas nada disso justifica perder um pênalti de forma bisonha, lamentável, ridícula, como perdeu o Carlos Alberto. Não podemos absolver também os jogadores, com seus salários milionários.

Nada disso, fraqueza da diretoria, justifica tomar um gol em um chute fraco de 40 metros, previsível, como tomou o Fernando Henrique, em momento crucial do jogo.

Fernando Henrique estava desatento, distraído, pulou tarde. Falha imperdoável. De matar de raiva; não merecemos isso. É preciso uma decisão profissional em relação a esse rapaz.

Nada justifica passar um tempo e meio de jogo sem ouvir o locutor sequer falar o nome de um jogador de meio de campo, como foi o caso de Cícero.

Não fez um desarme, não foi visto em campo, não criou uma situação de gol. Nem fazer desarmes faltosos ele faz. É um zero.

Não temos meio de campo. Quando vi, no começo do jogo, que o Romeu substituiria o Arouca, tremi nas bases.

O Arouca está mal, não tem marcado ninguém, mas pelo menos tem mobilidade e toque de bola.

Se até a Adesg desfilou em campo até a nossa área enquanto teve pernas, imaginem um time motivado, aguerrido, e de bom nível técnico, como a cachorrada, com uma torcida que dividiu o Maracanã.

Já estamos ameaçados de ficar fora da decisão. O Volta Redonda venceu um time misto de juvenis e mulambos do Flamengo, que certamente escalará o time principal contra o Flu, entrará para vencer.

Aos que vão me acusar de pessimista, de só falar mal, de só gostar de criticar, digo que não escrevo para um site da diretoria do Fluminense, nem para bobos que querem se iludir.

Escrevo para torcedores que não se iludem, que estão vendo os defeitos do time mesmo nas #vitórias sensacionais# contra Adesg e Cabofriense.

Os defeitos, os erros de todo mundo, são evidentes, do #presidente# ridículo que temos ao técnico Joel, passando pelos jogadores que não podem falhar em momentos decisivos # mas têm, sim, falhado de forma lamentável.

Ou o Joel banca o profissional, assume responsabilidades, e toma as decisões que tem que tomar, ou vai ficar claro que é apenas um técnico obsoleto e #tapa-buracos#, que ganhou quatro ou cinco estaduais há dez anos, quando o futebol era diferente.

Joel não pode mais trabalhar à base de #panelinhas#, de jogadores #amigos#, ou que têm empresário forte.

De qualquer forma, quero elogiar a excelente atuação da nossa dupla de zagueiros, Thiago Silva e Luiz Alberto, que foram perfeitos, a boa atuação do Carlinhos, a raça do Fabinho e...nada mais. O resto do time foi uma decepção, inclusive o Roger, em quem tanto apostávamos.

O Roger foi muito bem no primeiro tempo, #matando# o Joilson, que apóia o tempo todo. A capacidade de marcação dele permitia que o nosso meio de campo jogasse mais solto.

Mas... cadê o nosso meio de campo? O Roger, visivelmente, cansou no segundo tempo, e começou a perder bolas na corrida para o cavalo Joilson.

Em defesa de Alex Dias e Soares, diga-se que são jogadores que precisam de um meio de campo consistente, que os lance em velocidade.

Não podem ficar voltando pra buscar jogo, como aconteceu contra o Bostafogo. E o nosso meio de campo não tem existido.

Marca mal (ou melhor, simplesmente não marca), e não cria jogadas, omite-se.

Enfim, amigos, em uma visão realista, séria, sem ilusões: o time do Fluminense, como temos visto, não tem condições nem mesmo de vencer o Cariocão.

Se eu fosse arranjar desculpas para a derrota, elogiar o #projeto#, o Branco, bancar a Pollyana, não estaria sendo honesto. Nem comigo, nem com os tricolores que me lêem.

Todo o #projeto# ainda é um esforço improvisado, amadorístico, embora envolvendo gente séria, e que só poderá trazer resultados se for mantido a longo prazo.

Se houver um tropeço contra o Madureira, adeus Cariocão. E tudo pode ruir como um castelo de cartas.

Fluminense 0 x 1 Botafogo: Fernando Henrique (0); Carlinhos (7), Thiago Silva (7), Luiz Alberto (7) e Roger (5) depois Júnior César (5); Fabinho (6), Romeu (5), Cícero (0) depois Lenny (6) e Carlos Alberto (2); Alex Dias (3) e Soares (4) depois Thiago Neves (sem nota).
As notas baixíssimas de Fernando Henrique, Cícero, Carlos Alberto, Soares e Alex Dias se justificam porque falharam em momentos decisivos # justamente os jogadores que deveriam ser decisivos.
Cartões amarelos: Fabinho e Romeu.