Vencer o Flamengo e assumir a liderança isolada e, de quebra, empurrá-los merecidamente para a zona de rebaixamento, não tem preço. É muita notícia boa para um domingo só.

Houve ainda, sobre tudo isso, para dar mais sabor, um champignon extra: o choro, a revolta, o esperneio, o piti da escória, da escumalha, da canalha, da corja formada por Kleber Brega (o Marcola inculto da Praia do Pinto), Márcio Leite e Michel Assaf, que formam o PCC, o Comando Vermelho do futebol.

Chorem na cama, que é lugar quente, patifes, processem o juiz, o bandeirinha, o diabo. Mas chorem publicamente, passem ridículo.

São tão pequenos, mesquinhos, desonestos, rasteiros e desleais que não aceitaram adiar a final dos juniores contra o Flu. Aproveitaram a ausência do time titular de juniores do Flu, que estava na Suíça, para ser campeões em cima dos nossos juvenis.

Mas deixa pra lá. Não vale a pena gastar vela com defunto ruim, e nem tempero com galinha estragada. Vamos à nossa vitória, que nos levou à liderança.

Como tem acontecido sistematicamente, começamos mais ou menos bem. Com algumas ações ofensivas, sempre pela esquerda # o lado direito do nosso ataque é uma terra de ninguém, já disse e repito.

Logo, veio o gol de Tuta. Falta sobre Marcelo, pela ponta esquerda. Petkovic bateu em curva, entre a marca do pênalti e a linha da pequena área. Tuta precisou até mesmo se agachar para cabecear para o chão, matando o cara manchada Diego.

Voltamos, então, ao panorama recorrente em todos os nossos jogos anteriores. Time recuado, sofrendo pressão, valendo-se exclusivamente da firmeza da zaga e da ótima fase do Fernando Henrique.

Já que o Flu joga assim, precisa então tirar proveito do estilo. Ou seja, vencer os jogos em contra-ataques mortais. Mas não. Nosso treinador não consegue preparar ou treinar nem uma jogadazinha sequer de contra-ataque, e ontem houve inúmeras chances de matar o jogo em contragolpes.

Ficamos reduzidos a chutões da defesa na direção do peito do Tuta. Sempre recebendo petardos de costas para o gol adversário, Tutão é facilmente neutralizado. Quando consegue o domínio, os juízes invariavelmente marcam faltas dele. Arouca faz falta, é claro, mas é preciso ensaiar outras opções de rapidez na ligação com o ataque.

Durante todo o restante do primeiro tempo, o panorama não mudou: o Flu esperando, defendendo-se com competência, mas sem jogadas de contra-ataque. E dois jogadores absolutamente ausentes do campo: Rogério e Petkovic. Aliás,
Rogério protagonizou a mais lamentável atuação de um jogador com a camisa do Flu desde os tristes tempos de terceira divisão.

Desta vez, ele não se limitou a arrastar-se em campo, atrasar bolas burocraticamente e observar o jogo. Não, ele foi mais longe. Atrasou duas bolas simplesmente nos pés dos atacantes do Flamengo. Fiquei tão enfurecido que, sinceramente, não me lembro de quem foram os atacantes, que desperdiçaram os gols por pura ruindade, e também graças à competência do Fernando Henrique.

Veio o segundo tempo, e o jogo continuou da mesma forma. Todos nós esperando o encaixe de um contra-ataque que definisse o jogo, que matasse o time deles. Mas, nada.

Entrou o boêmio Peralta e tentou fazer graças, mas a defesa do Flu continuou segura, com atuações excepcionais do Thiago Silva e do Roger, com boas participações também do Gabriel Santos e do FH. Nossa única alternativa de ataque era com as subidas do Marcelo, sempre perigosas.

Tuta foi expulso aos 18 minutos do segundo tempo, em lance excessivamente rigoroso do PC. Mas não podemos reclamar. E, para os que duvidam da importância do Marcão no grupo, pela tevê era possível ver o nosso capitão dar uma enorme bronca no Tuta, ao mesmo tempo em que fazia a reclamação protocolar contra o árbitro.

Tivemos um grande alento com as entradas do Radamés e do Juliano, nos lugares dos inexistentes Rogério e Petkovic. E, aí, quero me redimir de um pecado cometido pela pura paixão de torcedor: fui precipitado ao julgar o Juliano pelo que tinha visto do garoto até este ano.

Radamés e Juliano entraram com uma gana incrível e, aí sim, surgiu a possibilidade de contra-ataques. O Juliano teve ótima atuação, corajosa, partindo com a bola para cima da mulambada e criando excelentes jogadas.

Como diria o outro Fernando Henrique, o Cardoso, esqueçam o que eu escrevi! O Juliano pode, sim, dar um ótimo jogador. Estou, novamente, apostando nele.

Vamos ver agora se Arouca e Thiago voltam, se o que tudo que suspeitamos em relação ao Tuta se confirma, e se conseguimos uma vitória contra o São Paulo lá dentro daquele Carandiru chamado Morumbi. Mas é preciso lembrar que o nosso melhor zagueiro, Thiago Silva, está suspenso, com o terceiro cartão amarelo.

Seria fantástico, assistir à Copa do Mundo na condição de líderes isolados, com mais de três pontos na frente do segundo. E com Flamengo, Parmêra e Botafogo na zona da morte.

Se o Gabriel voltasse, seria melhor ainda.

Fluminense 1 x 0 Flamengo: Fernando Henrique (8); Thiago Silva (10), Gabriel Santos (8) e Roger (10); Rogério (1) depois Radamés (8), Marcão (7), Romeu (7), Petkovic (5) depois Juliano (8) e Marcelo (8); Tuta (6) e Lenny (5) depois Pitbull (6).
Gol: Tuta, aos 8 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Marcão, Thiago Silva e Tuta.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br