Um sofrimento terrível, que poderia ter sido evitado. O Fluminense, se tivesse jogado com mais seriedade a partir do primeiro gol, poderia ter posto dois ou três gols de vantagem ainda no primeiro tempo, porque o Paysandu estava assustadíssimo e com medo de tomar mais gols. Mas o Flu foi arrogante, auto-suficiente, quis esnobar, tocar a bola bonitinho, foi displicente.
Tomamos o gol de empate, como sempre um gol idiota, em que um bandeirinha mais rigoroso marcaria o impedimento, porque os pés, a base, do Robgol, estavam emparelhados com os do Igor. Mas a cabeça e o restante do corpo estavam à frente. Cochilo imperdoável do Juan e do FAbiano Eller, que deixaram o Donizete Amorim cruzar, do Igor, que bobeou, e do Kleber, que mais uma vez não tentou a antecipação.
No segundo tempo, entrou em ação o grande desastre que é esse paulista maluco fantasiado de juiz. O pênalti no Leo Guerra foi bem marcado, e não procede a reclamação dos dois torcedores do Papão que narraram o jogo. O impedimento havia sido desfeito quando o Leo não participou do primeiro lance, o do cruzamento.
Para equilibrar as coisas, o Seneme expulsou o Preto - digamos que foi justo, porque pegou por trás. O problema é que, logo depois, o Diego sofreu falta idêntica quando partia para o gol, e de dois jogadores. Nem cartão amarelo saiu. No final do jogo, o Leandro ia marcar o gol, e o Flávio Tanajura aplicou uma tesoura voadora por trás. Também não recebeu cartão.
Outras barbaridades: o pênalti escandaloso do goleiro no Leandro, que o driblou e ia marcar o gol. Seria pênalti e expulsão do goleiro, mas o palhaço paulista achou que seria demais. Cartão amarelo para o Leandro porque deu um toquinho na bola depois de impedimento marcado. E os jogadores que fizeram os pênaltis, se não me engano, nem cartão amarelo receberam.
Sobre o jogo, a partir da expulsão de Antônio Carlos e Robgol, virou uma grande pelada. No aspecto técnico, não aguento mais Juninho. Erra tudo o que tenta, atrapalha os ataques, é lento. Vimos também que Leo Guerra não é jogador para o Flu. Tiuí andou pra trás, desaprendeu tudo o que mostrou no ano passado, não arrisca os dribles, tropeça na bola e nas pernas.
Caíram de produção também Gabriel e Leandro, o que espero que seja passageiro. Mas tenho a impressão de que todo o nosso time já está pendurado, sendo que alguns cartões foram aplicados por absoluta babaquice dos jogadores, outros por falta de critério e excessivo rigor dos "juízes". O São Paulo, por exemplo, no sábado, no final do jogo, segurava os contra-ataques do Paraná na base do puxão pela camisa e do pontapé por trás, principalmente o Lugano, e nem um cartãozinho saiu...
Mas somos líderes, e é o que importa. Espero ansioso pela volta de Marcão e Tuta, porque sem eles nosso time fica mais fraco. Senti que faltou o instinto assassino, de matar logo o jogo, em vez de ficarmos de babaquice e recuados só porque marcamos um golzinho no começo do jogo. Isso não é postura de quem quer ser campeão. Lamento dizer isso, e sofro com isso, mas o melhor time do campeonato, em todos os aspectos, é o Botafogo, que matou a pau hoje.
Fluminense 2 x 1 Paysandu: Kleber; Antônio Carlos, Igor (Diego) e Fabiano Eller; Gabriel, ARouca, Preto, Juninho e Juan; Leandro e Tiuí (Leo Guerra)(Maicon).
Expulsões: Antônio CArlos e Preto. A
Cartões amarelos: Igor, FAbiano Eller, Juan, Arouca, Diego, Leandro, Preto.
PS: É duro aturar narradores e comentaristas torcedores, como os dois que "atuaram". Eles viram o pênalti no Leandro e ficaram quietos. Inventaram um impedimento no segundo pênalti.

Cézar Motta - cezar_motta@uol.com.br