Fluminense 2 x 1 Guarani - 30/09/2002

Desafogamos!!! Agora rumo ao ?baba, baby?

Hoje, minha irmã chegou de viagem com o meu cunhado e tinha trago um presente para mim. Desde pequeno, meus presentes favoritos são produtos relacionados ao Fluminense. Ela sabe bem disso e comprou uma tulipa bem sugestiva. Era repleta de areia com as cores verde, branco e grená. Ainda havia um escudo do Flu ao centro. Porém, quando abri o presente só vi pó e caco de vidro. Foi triste a cena. Ela trouxe aquilo com tanto carinho e acabou chorando. Eram 15h e estava indo chateado para o Maraca. Antes de eu sair, minha irmã, profeticamente, falou: ?Daniel, tenho certeza que o Flu vai vencer.?

Minha certeza não era tanta. O Flu de Renato Gaúcho consegue ser ainda pior do que o Flu de Robertinho. Nos cinco jogos com Renato vencemos dois e perdemos três. Foram oito gols feitos, mas incríveis dezesseis tomados. Até para um otimista nato, como eu, era difícil ganhar ânimo. Cheguei ao Maraca sabendo que só a vitória interessava. Quase sempre prefiro ficar nas arquibancadas, mas hoje optei pela tribuna de imprensa. A única vantagem de lá é a vista do estádio. No entanto, como é ruim ver um jogo sozinho... Estava nervoso demais.

Meu nervosismo foi um pouco abafado quando vi o Flu bem distribuído em campo nos primeiros minutos. Começamos com um ritmo bem acelerado e não demorou quase para sair o primeiro zero do placar. Logo aos 3 minutos, Alonso (ele e Marquinhos são o literal seis por meia-dúzia) bateu lateral para Magno. Magnata estava próximo da grande área, pela esquerda do ataque. Ele se livrou de um dos vários fracos beques bugrinos e chutou no canto direito. O goleiro deles pulou atrasado na bola e aceitou. 1 a 0 Flu.

Após o gol, felizmente, não recuamos. Prosseguiu uma blitz total tricolor. E aos 8 minutos, Flávio cruzou pela direita e o guerreiro Marcão cabeceou, com categoria, no canto esquerdo de Edervan. 2 a 0 Flu. Estava tudo perfeito. Estava tão perfeito que até o Renatão estava sem a camisa da sua churrascaria no banco de reservas. Fiquei pensando após o gol no meu chefe, o Airam Lima Junior, torcedor fanático da Ponte Preta. Quando sai do trabalho na sexta falei com ele: ?Sábado é vitória do Fluzão contra o Guarani e domingo vai dar Macaca contra o Fla. Vamos chegar na segunda rindo à toa.?

Naquele momento, a vitória já era certa para mim. Achava que já tínhamos matado o jogo em menos de dez minutos. O Guarani, de Jair ?Vicerni?, era um time só tático. Individualmente não existia. Incrível estar bem a nossa frente na tabela de classificação. Nessas horas que é possível verificar como um bom técnico pode influenciar no resultado de uma equipe.

O Bugre não estava morto. Até porque nossa zaga ressuscita qualquer adversário. Eles chegavam perto e sofriam faltas sempre na entrada da área. Numa delas, Andrei levou o terceiro amarelo. Não quero nem imaginar qual será o seu substituto no próximo jogo porque as teorias da Lei de Murphy iriam trazer pesadelos. Numa das faltas, aos 15?, Marquinhos chutou na trave. Por pouco eles não descontaram.

O jogo estava movimentado e aos 18?, falta na entrada da área, mas dessa vez para a gente. Magno, que tem um aproveitamento ridículo nos treinos, cobrou e a bola bateu no travessão. Aleluia !!! Quase ela entrou. Todavia, seria estranho demais ter um gol de Marcão e um de falta do Magno num mesmo jogo. Eu, com minha crença judaico-tricolor, começaria a suspeitar que isso era um sinal e o Messias estava chegando na Terra.

Aos 21?, um dos limitados zagueiros bugrinos empurrou o Beto na área. Pênalti para o Flu. Romário chamou para si a responsabilidade, mas bateu mal. Edervan, adiantado como quase todos os goleiros sempre ficam nas cobranças, pegou com facilidade. Naquele momento temi que a torcida, pouco mais de 6 mil de novo, pegasse no pé do baixinho. Felizmente isso não ocorreu.

O Flu se abateu com o penal perdido e o Guarani partiu para cima. Aos 38?, Sergio Alves (aquele mesmo que amarelou na Série B) quase fez de cabeça. A bola bateu na trave do seguro Kleber. O Bugre prosseguiu pressionando, mas sem nenhuma objetividade. Para nossa sorte, o ataque deles, que tinha o coroa João Paulo (brigou com Andrei o jogo todo), vacilava no último toque. O primeiro tempo terminou 2 a 0 e torcia para o sufoco ocorrido contra o Figueirense não se repetir na segunda etapa.

No intervalo fui para a cabine da minha ex-rádio. Matei saudade de uns profissionais que realmente gostam de futebol e, mesmo sem salário, não deixam o amor ao trabalho de lado. Resolvi ficar o segundo tempo por lá. A visão neste local também é excelente. Tentei achar o meu amigo Emiliano, que prometeu estar com uma placa na geral, mas não o vi. Ele comentou comigo que no jogo passado ficou rouco de tanto xingar o Ricardo Pinto.

O segundo tempo começou e houve uma substituição no Flu. Zada (estava sumido) entrou no lugar de Beto. Achei estranho. Perguntei ao comentarista da rádio se sabia de algo. Ele disse que o Beto desceu vomitando no intervalo. A minha noitada de sexta foi ótima, mas eu não sou atleta e não trabalharia no sábado. A night do Beto, então, deve ter sido até melhor que a minha, mas no caso dele ...

O nível técnico dos 30 primeiros minutos do segundo tempo foi tenebroso. Parecia uma legítima pelada, tal a quantidade de passes errados, faltas desnecessárias, ausência de finalizações e bolas rifadas. Era um perde e ganha sem parar. A torcida tricolor só acordou quando Renato chamou Yan para entrar no lugar do Alonso. Um coro de vaias foi inevitável.

A etapa final só deu o ar da sua graça mesmo depois da merecida expulsão do lateral-esquerdo Emerson Ávila. Em uma das suas várias faltas violentas, ele foi premiado com o segundo amarelo e saiu de campo aos 32?. Pensei: ?Agora o jogo está definido. Vamos partir para cima e melhorar o nosso saldo.?

Zada concordou com o meu pensamento e aos 33? quase fez um golaço de cobertura. Aos 35?, Magno Alves, enfim, deu um passe para o Romário. O baixinho não perdoou e colocou a bola na rede, mas o juiz anulou o gol. Era muito estranho mesmo. O passe de Magno, além de sem querer, foi com a mão. Pouco depois do lance, Romário deu aquela sua mancada característica numa arrancada, mas foi só um susto.

Quem não estava nem um pouco assustado era o empolgado Marcão e aos 36? quase ele faz o seu segundo gol na partida. Zada tocou na frente para Magno, que mostrou a sua habitual dificuldade em dominar e controlar a bola. Magnata (pelo menos ele sempre abre nos dois lados do campo), na direita, passou com sorte por um adversário e lançou Yan pela ponta-esquerda. O famoso sonífero da meia cancha tricolor deu um toquinho para Marcão (disparado o melhor em campo), que vinha de trás como um míssel. Podia ser o gol da consagração, premiando uma bela jogada coletiva, mas o nosso Rei Zulu versão moderna isolou.

Aos 40?, César, sempre ele, cometeu um pênalti infantil. Sergio Alves, aquele, bateu forte, no meio do gol, e descontou. Na hora surgiu um desespero. Impressionante como essa zaga não consegue ficar um jogo sem tomar gol. É a pior do campeonato com 27 sofridos.

O jogo estava fácil, tranqüilo, podíamos aproveitar o fato de estar com um homem a mais para golear, mas fizemos questão de complicar. O árbitro ainda deu três minutos de descontos. Eu olhava para o relógio de dez em dez segundos. Felizmente eles nem ameaçaram empatar e ganhamos três pontos importantíssimos. Fui, então, direto para o vestiário tricolor. Adoro sentir o clima de lá quando vencemos.

Encontrei por lá alguns colegas do jornalismo esportivo que não via desde o fatídico Fla-Flu. Conversei rápido com nossos assessores de imprensa Gustavo Mendes e Ricardo Arêas. Falei com o Cássio também. No entanto, meu objetivo principal era procurar o Marcelo Penha. Queria marcar uma entrevista especial para a Sempre Flu.

Penha, alvo de muita perseguição no Fala Tricolor, apareceu junto ao Michael Simoni. Nosso brilhante médico chegou até a mim e disse mais ou menos o seguinte: ?Daniel, coloca para mim na Sempre Flu que o Maurício Fernandes tem um problema pubiano crônico e ele está vetado até dezembro. Comuniquei o fato no clube desde junho para, se quisessem, trazer um outro atleta.? Perguntei para ele sobre o Sidnei, que passou rápido pelo vestiário. Simoni disse que Sidney volta até o final do Brasileiro, mas ainda não há uma previsão para o retorno. Dei um abraço no nosso competente e educado médico e fui em direção ao Penha.

Nosso vice-presidente, como sempre, também me atendeu muito bem. Todos os repórteres em volta dele queriam saber se chegaria mais algum reforço no Flu. O prazo final para as inscrições no Brasileiro se encerra às 19h de segunda-feira. Ele disse que gostaria de trazer um zagueiro-central e um meia-ofensivo, tem uns nomes na cabeça, mas está com dificuldade de lembrar algum bom zagueiro disponível no mercado. Falou sobre vários assuntos, mas nada de muito novo. Fiquei satisfeito porque consegui marcar o que eu e meu amigo Rodrigo Joe tanto queríamos.

Ainda deu tempo para eu dar uma passada rápida no Bar dos Esportes. Tive um papo legal com o Casoba e o Marcelo Marins, que veio de Juiz de Fora. Depois voltei para casa na carona agradável do nosso grande colunista Casoba, que encanta a todos com suas brilhantes palavras na Sempre Flu.

Agora o adversário da vez é o Vitória, quarta-feira, lá no Barradão. Tenho certeza que a sensacional galera pé-quente da Axé Flu fará uma linda festa. No último Flu x Vitória por lá vencemos por 4 a 2. Aliás, não me recordo de uma derrota nos últimos dez anos, pelo menos, para eles. Todavia, gostaria de esquecer uma certa vitória, triste demais, em 96.

O duelo de quarta valerá seis pontos porque o Vitória tem 18 somados em 14 jogos, enquanto o Flu tem 17 em 13 partidas. Se vencermos, além de ultrapassar o time baiano das cores do mal, podemos partir para uma arrancada fulminante, como a dada no Rio-São Paulo deste ano, mas lamentavelmente interrompida por Marcos Sena.

Faltam 12 jogos para a gente e, como o mestre Ari tanto enfatiza, precisamos vencer 2/3 dos jogos para ficar entre os oito primeiros. Disputaremos 36 pontos e são necessários 24 deles. Nossa vantagem é que dos dez primeiros do campeonato (Coritiba, Juventude, Corinthians, São Caetano, Atlético-MG, Atlético-PR, Santos, Guarani, Cruzeiro e São Paulo) só não enfrentamos o Corinthians. Teoricamente temos muitas babas pela frente.

P.S.: Vou jogar uma no ventilador, mas não darei o nome aos bois por uma questão ética. Um dos titulares do Fluminense falou recentemente o seguinte: ?Não contrataram o Beto para dar passes ao Romário? Então deixa que ele dê os passes. Eu que não vou dar. Até porque eles estão ganhando em dia e o resto não. Não coloque isso no jornal porque negarei.? A declaração foi dada em off para um colega que cobre o Flu. Entretanto, fiquem certos que os dirigentes do Fluminense saberão disso e espero que tomem medidas.

P.P.S.: Amigos jornalistas e alguns sempristas sabem o quanto lutei para o Fluminense fechar uma parceria com o seu homônimo da Bahia. Conversei na sexta com o presidente do clube de Feira de Santana e até o momento não houve contato por parte de ninguém da gente. O bem intencionado Marcelo Fischel comentou comigo que já fizeram até uma reunião no clube para discutir o assunto e acham a idéia ótima. Só falta agirem !!!

Daniel Cohen - daniel.cohen@sempreflu.com


 
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