Mais uma vitória sofrida, que nos impede o sono por causa da adrenalina. Mais uma vez, um Fluminense covarde, acuado, marcando muito atrás e muito mal, dando espaços excessivos ao Santos, principalmente no segundo tempo. Nâo temos nenhuma segurança.

Não podemos jogar assim contra o time do Parmêra, que tem atuado na base do entusiasmo, da garra, da correria, ou teremos mais um desgosto. Mais uma vez, uma atuação deficiente de Arouca, Milton do Ó e de Romeu, que alternam bons desarmes com passes desastrosos, que armam contra-ataques mortais. Mais uma vez, um Tuta inoperante, paradão, pesadão, sempre mal colocado e sem capacidade de finalização.Mais uma vez, um time acuado, medroso.

O Fluminense foi salvo de uma derrota contra o Santos pela excelente atuação de Kleber (mais uma) e do Felipe. E, por incrível que pareça, nosso melhor zagueiro, como no último jogo, foi o Gabriel Santos, hoje de novo seguro, sem ser brilhante.

O Abel tem que impor ao Preto Casagrande uma bateria de treinos físicos fortes, pô-lo em forma e lançá-lo em lugar de Romeu. O Romeu até começa bem as partidas, mas vai caindo no decorrer do jogo, desconcentra-se, cansa, dá espaços demais aos meias adversários.

Na única jogada que tentou, no primeiro tempo, aos 21 minutos, o Tuta recebeu passe de Gabriel, girou em cima do zagueiro e atirou-se ao chão, cavando um pênalti de forma competente. Mas fracassou redondamente nas duas cobranças. Não interessa se goleiro se mexeu, se o bandeirinha errou. Ele bateu pessimamente.

Redimiu-se aos 42, desta vez em enfiada de bola magnífica de Felipe entre as pernas do marcador, Flávio, deixando o Tuta olho-no-olho com o goleiro do Santos. Quase que perde, pela sua falta de velocidade. Conseguiu, no entanto, caindo, dar um toquezinho e desviar a bola do goleiro. A bola entrou mansamente, chorada.

No segundo tempo, levamos um show de bola do Santos. A marcação, como sempre, era muito atrás, frouxa, à distância, o que permitiu ao Giovanni, que entrou no lugar do zagueiro Rogério, deitar e rolar. Ninguém encostou nele para marcá-lo, e aos 10 minutos ficou patente a falta de inteligência de Romeu e Arouca. Giovanni recebeu a bola pela ponta direita, os dois patetas foram em cima dele e ele simplesmente enfiou entre os dois para o Flávio (ex-Flu) ir à linha de fundo e cruzar limpa para o Elton marcar.

Confesso que temi pela derrota, porque o volume de jogo do Santos era maior, a marcação deles mais dura e em cima. Mas aí, brilhou novamente o talento do Felipe. Recebeu pela direita, deu um drible que deve ter quebrado algumas vértebras do Zé Elias e enfiou magnífica bola para o Beto, semelhante à que fez no jogo contra o Vasco. Desta vez, o Beto cruzou na medida para o Gabriel marcar, aos 18 minutos.

A partir daí, novamente massacre do Santos contra o nosso acovardado time. A entrada de Juninho no lugar de Tuta, de Preto no de Romeu e de Tiuí no lugar de Beto pareciam melhorar o time, mas era ilusão. A burrice de Tiuí desperdiçou inúmeros contra-ataques, o Juninho entrou dispersivo e o Preto também não acrescentou muita coisa.

Como já disse, destaques absolutos para Felipe, Kleber e o Beto, que precisa, no entanto, ser mais inteligente para finalizar a jogada. Cruza quando tem que chutar, chuta quando precisa cruzar. Gabriel, mais uma vez, displicente, salvando-se apenas pelo gol que marcou # mas perdeu um ainda mais fácil no final, depois de novo cruzamento de Felipe, em jogada de ponta direita.

Não sei se no jogo da Vila Belmiro Petkovic e Thiago estarão em campo, mas são desesperadamente necessários. O desperdício de bolas paradas é impressionante. E o Milton do Ó ainda não convenceu. É o ponto fraco da defesa, comprometendo todo o sistema.
Fluminense 2 x 1 Santos: Kleber; Gabriel Santos, Milton do Ó e Igor; Gabriel, Arouca, Romeu (Preto), Felipe e Juan; Beto (Tiuí) e Tuta (Juninho). Cartões amarelos: Arouca e Tiuí. Juiz: Leonardo Gaciba, de quem não podemos nos queixar.
Gols: Tuta, aos 41 minutos do primeiro tempo, e Gabriel, aos 18 minutos do segundo tempo.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br