Pelo que temos acompanhado pelos jornais e por informações de amigos, a Adidas vai pagar ao Parmêra, no ano que vem, o dobro do que paga ao Fluminense pelo uso de seu material licenciado.

A diretoria do Fluminense vinha pedindo à Adidas equiparação ao Parmêra, sob o argumento de que o Flu teve maior exposição na mídia este ano e que disputaria a Libertadores em 2006.

Diante da vergonha que temos presenciado, o que diz a lógica dos negócios? Diz que a Adidas vai oferecer ao Flu exatamente o que pagou este ano, 2005, e olhe lá.

Sim, porque a esta altura dos acontecimentos, ninguém tem mais dúvidas de que a vaga para a Libertadores foi para o espaço. Ou melhor, para o Parque Antártica.

E essa pode não ser a pior das notícias. A pior pode ser a Unimed anunciar que não vai aumentar os investimentos no Flu, já que o time não corresponde. Isso ainda não aconteceu, mas a mim não surpreenderia se acontecesse.

Parece que o Fluminense nunca vai esgotar a capacidade de nos decepcionar a todos e de envergonhar as glórias passadas, os ídolos e os grandes atletas e jogadores que construíram uma bela história ao longo de todo o século 20.

Hoje, somos obrigados a ver um bando de fracassados e irresponsáveis em campo, todos com salários em dia, mas sem dignificar a própria profissão. E um técnico que esgotou toda a sua capacidade de cometer erros.

Erros que ficaram mais gritantes à medida que os campeonatos entravam na reta decisiva e, principalmente, quando era importante pelo menos garantir a tal vaga na Libertadores # torneio que, tenho a impressão, nunca mais voltaremos a disputar, pelo jeito.

Quando um técnico que é apenas um motivador não consegue mais motivar o grupo a correr, a honrar o salário, o que resta fazer?

Será que o Fluminense está mesmo condenado a ser um time médio, um Guarani, um Paraná, uma Ponte Preta? Todos nós, torcedores, quase brigamos quando somos postos diante dessa realidade em conversas de bar. O bom humor dá lugar à irritação. Mas parece que é o que está acontecendo diante dos nossos olhos.

Poucas vezes vi um time desistir de jogar de forma tão chocante bem antes do final de um campeonato como este decepcionante Fluminense de Abel Braga.

Até mesmo os times rebaixados do Flu lutaram até o fim, sem conseguir evitar o desastre afinal porque eram times realmente muito ruins. Mas este time atual simplesmente entrou em férias quatro ou cinco rodadas antes do fim do Brasileiro.

Claro, eles não pagam as contas e nem têm satisfações a dar à torcida ou ao clube. Estão com os salários em dia e, no fim do ano, vão alugar seus serviços a outro patrão. Hoje, até mesmo Leandro jogou a toalha e apenas andou em campo. Somente Marcão lutou e honrou o salário que ganha.

E justamente Marcão saiu para dar lugar ao patético, lamentável e esquálido Lino, um homem que deve ser doente. Com a saída do Marcão, o único que marcava e lutava, levamos logo mais dois gols relâmpagos, como um time de velhos cardíacos e asmáticos.

Se o Fluminense tivesse uma direção séria, seria o momento de uma profunda reflexão. Em primeiro lugar, concentrar todo o time e exigir a vaga na Libertadores, em um esforço final. Depois, começar já o planejamento para o próximo ano, dispensando a grande maioria deste elenco.

Nem quero ouvir ou ler que #o Fluminense teve um excelente ano#. Não teve coisa nenhuma. Perder a final do Cariocão para o Volta Redonda no Maracanã seria o fim do mundo. Seria para repensar tudo e até mesmo extinguir o futebol no clube.

Perder a final da Copa do Brasil para um time que nem existe mais, o Paulista, é uma vergonha que nenhum clube grande que se preza pode sofrer. Mas o Fluminense sofreu.

E olhem que havia o precedente do Flamengo, com o mesmo técnico, no ano anterior. Nada foi aprendido, pelo jeito. Nenhuma vergonha é grande o bastante para o Flu.

E ainda houve o mico monumental, do mesmo tamanho da derrota, de ver a faixa #Obrigado Eurico#, carregada por uma lamentável figura obesa que representa o nosso clube, lá dentro da pocilga de São Januário, em rede nacional de televisão.

Ou seja, foi um ano péssimo, e com uma folha salarial que está entre as três ou quatro maiores do Brasil. Uma vergonha.

Amigos, infelizmente, nada há a dizer sobre o jogo. É doloroso ver aquele bando anoréxico vestido com o mais belo uniforme do Flu, o de número dois, o branco, envergonhando a camisa e a torcida.

Apenas uma dúvida: será que a insistência com Tiuí, Lino e Adriano Magrão tem o propósito de irritar e afrontar a torcida? Que eu me lembre, quando Leandro e Beto estavam machucados, Lenny era o titular do ataque.

Hoje, o Lenny voltou a campo, mas pelos juniores, desmotivado, para enfrentar o Flamengo, em mais uma vergonha para todos nós, uma ridícula derrota de 3 a 1.

E o Tiuí em campo, atirando-se ridiculamente ao chão toda vez que a bola vai em sua direção.Tuta, mais uma vez, foi uma tremenda decepção. Sobre a zaga, é melhor não falar nada, em nome do decoro.

Nem vou escrever aqui a ficha do jogo e a escalação do Flu, porque apenas Marcão entrou em campo e merece ser citado. Meus pêsames, amigos, por sermos tão desrespeitados como temos sido.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br