Fluminense 2 x 1 São Paulo

Foi uma vitória segura, sólida, construída com autoridade, embora eu, particularmente, continue achando que o time pode ainda render bem mais. Em primeiro lugar, falta o camisa 10, um articulador dos ataques, um homem que municie Tuta e Leandro, e que jogue com Leandro e com os laterais. Tem que ser também bom finalizador # enfim, o homem que dê o toque de classe. Ele pode se chamar Diego (ex-Santos), ou Petkovic, ou Alexotan, mas não sei se pode chamar-se Márcio Mossoró. O time ficaria mortal, de primeira linha. O Juninho seria um ótimo reserva para a posição de terceiro homem.
Falta também mobilidade ao time quando tem a bola. Ultrapassagens dos laterais, toques rápidos e envolventes, deslocamentos. O Gabriel, por exemplo, começa a padecer do mesmo mal que afligiu Jancarlos e Leo Moura: o isolamento. Ele recebe a bola aberto pela direita e ninguém, rigorosamente ninguém, se apresenta para a tabela, para o dois-em-um sobre o ala adversário. Isso não é difícil de conseguir.
Resumindo: apesar da bronca geral nossa depois da derrota para o Voltaço no primeiro jogo, agora já aliviados e com a faixa no pescoço, podemos dizer que, aos poucos, o Abel vai montando o melhor time do Flu desde o tricampeonato 83/84/85, a verdadeira Máquina Tricolor. O time de 95 tinha como únicos diferenciais o Ailton, em grande forma, e o Renato Gaúcho, em seu canto do cisne. O time atual tem muito menos pontos fracos.
Antes que eu me esqueça: falta também um goleiro de primeira linha, que nos deixe tranqüilos em um jogo decisivo # um jogo contra o Curintcha, por exemplo, no Pacaembu, em uma eventual final da Copa do Brasil.
Pena também que não contratamos o Jonilson, o melhor jogador daquele time do Voltaço, o substituto ideal para o Marcão, o homem que seria preparado para a posição quando o nosso velho guerreiro abandonasse a lança e o escudo. Por falar em Marcão, ele tem sido o melhor jogador do Flu, o homem que dá total segurança à defesa, estabilidade ao meio-campo e que chegou muito próximo da perfeição tática. Gostaria que os amigos que o criticaram tanto fizessem agora um mea-culpa e admitissem o erro.
JOGO DO TÍTULO E VITÓRIA CONTRA O GRÊMIO
A análise é basicamente a mesma, porque o time tem sido bem regular e apresentado as mesmas virtudes (muitas) e os mesmos defeitos (alguns). Sobre a vitória por 3 a 1 contra o resto do Brasil (que jogou vestido de amarelo e preto), cabe apenas registrar o ridículo e triste espetáculo de TODA a mídia, que não engoliu a nossa vitória e buscou de todas as formas nos desmoralizar e desmerecer o título. Falsos jornalistas, charlatães, reles torcedores , hipócritas, patifes. Dois únicos deles admitiram que o Flu mereceu vencer: Kleber Machado, no Arena Sportv, e PCVasconcellos, na escrotidão que é a ESPN, mesmo sob o risco de ser demitido no ar pelo psicopata com visual de Larry (dos Três Patetas) chamado Zé Trajano.
Mesmo assim, ambos foram obrigados a ser tímidos na defesa de seus pontos de vista, porque a chuva de agressões que sofreram foi de envergonhar um Mário Filho. O pederástico e alucinado Kajuru chegou a classificar a vitória do Flu como #escândalo# e pedir intervenção na CBF. Disse que havia uma gravíssima #denúncia# de que Michael Jackson estava #comprado# pelo Marcelo Penha. A gravíssima denúncia era um fax ou e-mail anônimo recebido pela diretoria do Voltaço # como se fax ou e-mail pudessem ser anônimos.
Mas tudo isso agora é história, o ridículo deles ficou evidenciado, e os canalhas estão sendo obrigados a verdadeiros malabarismos para apontar o Flu como uma das forças do campeonato, contrariando o que vomitavam antes. E nós vamos continuar nossa trajetória, felizes da vida, torcendo para que pelo menos o Arouca fique mais tempo no Flu, e que cheguem um bom zagueiro, um camisa 10 que resolva o problema da posição, e um bom centro-avante para fazer sombra ao Tuta. O nome ideal, e não muito caro, era o Finazzi. Leo Guerra é brincadeira.
Se conseguirmos pelo menos o camisa 10, acho que a Copa do Brasil poderá estar no papo. O único adversário temível é o Curintcha, muito mais pela pressão da mídia e da torcida sobre o árbitro. O Curintcha, aliás, consegue milagres das arbitragens, principalmente depois dos dólares do tal Kia Norte.

Cézar Motta - cezar_motta@uol.com.br