Se alguém precisa se reabilitar, é só esperar o jogo contra o Fluminense chegar. O Fluminense joga hoje o pior futebol (?) do campeonato. O virtual rebaixado Vasco ainda joga melhor, talvez muito melhor. Na falta do que falar sobre o jogo, proponho-me a fazer uma abordagem da trajetória do time neste campeonato.

Após um campeonato carioca medíocre no qual foi eliminado por um time de e da segunda divisão, o Fluminense começou o campeonato brasileiro tendo como horizonte de expectativa não passar sufoco na luta contra o rebaixamento, pois nem o mais otimista dos Tricolores pensaria em G4 ou título em tempos onde a desconfiança sobre a capacidade de sobrevivência do time após a saída da Unimed era enorme e coerente. Ganhamos no apagar das luzes do Joinville no Maracanã e fomos humilhados pelo Atlético MG em Brasília. Caiu o Drubsky (é assim que se escreve?) e chegou o Enderson.

O novo técnico chegou fechando a casinha e unindo os jogadores, que pareciam desejar a queda do anterior. Jovens que até então nunca haviam demonstrado muita utilidade no time principal começaram a se mostrar úteis, como Marcos Junior e Gustavo Scarpa. Uma sequência de jogos em casa e um punhado de vitórias conseguidas com muita transpiração e um mínimo de organização tática fizeram com que houvesse uma mudança no horizonte de expectativas. O G4 se tornava palpável.

Se com jogadores até então desprestigiados a campanha era surpreendente, havia a impressão de que com um algo a mais os sonhos poderiam tornar-se maiores. Eis que em uma excelente jogada de marketing o Fluminense, contrariando os prognósticos que anunciavam o fim do clube no ano passado, anuncia Ronaldinho Gaúcho como reforço. Na apresentação do veterano o Fluminense enfrenta o Vasco com a possibilidade de chegar à liderança do campeonato em caso de vitória. Ou seja, o time que começou o campeonato preocupado em não passar sufoco esteve muito próximo de brigar pelo título. Perdeu! E não se encontrou mais.

O time que superava seus limites dentro de campo morreu naquele jogo contra o Vasco. De lá para cá, o time só ganhou mais duas vezes, e lá se vão 11 rodadas e oito derrotas. Ao final do primeiro turno o Fluminense, já em decadência, se segurava na quarta colocação. O sonho do Penta foi tão efêmero quanto o ânimo de parte da torcida com a chegada do Ronaldinho.

Estamos na quinta rodada do returno e temos apenas 1 mísero ponto. Lanterna do returno e jogando um futebol (?) de péssima qualidade. Em situações como essa na qual as coisas em campo não dão certo começam a emergir notícias e/ou fofocas de bastidores que tornam ainda mais turbulenta a situação e borram as fronteiras do que é causa e o que é efeito do mau rendimento do time.

O Fluminense encontra-se hoje a sete pontos do céu (G4) e do inferno (Z4), mas o bico do avião está apontando para baixo. Pelo desempenho recente, considero que nosso horizonte de expectativa hoje é o mesmo do início do campeonato, mesmo após sonhos de uma noite de verão. Material humano para isso temos, mas não sei se o comandante tem condições de superar as turbulências que insistem em se fazer presentes, inclusive aquelas criadas por quem tem o papel de não permiti-las.


Tricoladas

Considerando a instabilidade do Clube, se perdermos para o Palmeiras na quarta, a briga será diretamente e exclusivamente contra o rebaixamento.

Cícero, por mais mau caráter e de difícil convivência que possa ser, não pode ser reserva nesse time.

Gum, muito obrigado pelos serviços prestados, mas... adeus!

Saudações Tricolores!

Marcus Bomfim - marcus.bomfim@gmail.com