Um tricolor mandou-me e-mail, no meio da semana, dizendo que tenho pegado pesado demais com o Oswaldo de Oliveira. Tive toda a boa vontade com o técnico, assim como, acredito, quase toda a torcida vem tendo.

Mas, realmente, amigos, não agüento mais o Oswaldo, assim como não agüento mais o Petkovic e sua pose arrogante, e o Rogério, um burocrata, um não-jogador.

Para que não pareça implicância, perseguição gratuita contra eles, vou tentar explicar (se é que já não me expliquei exaustivamente antes). Em primeiro lugar, o Oswaldo:

1) O Fluminense não existe como time. Há um grupo de jogadores de bom nível técnico que recebem as camisas, vão para o jogo, e cada um faz em campo o que bem entende.

Isso depois de 40 dias de treinamento, de pré-temporada, sem jogos. Com ele, Oswalado, não vamos a lugar nenhum, não temos a menor chance de disputar títulos ou vaga na Libertadores. Logo, logo, seremos ultrapassados por vários times que vêm crescendo.

2) A única coisa armada no Flu era a defesa, assim mesmo por acidente, antes da Copa. O Pedrinho se machucou e Oswaldo foi obrigado a escalar uma defesa com três zagueiros.

A coisa funcionou, pelo ótimo nível técnico dos jogadores. O problema era a inexistência de contra-ataques. O desarme era feito, mas o contragolpe era tão lento que que até um time de veteranos conseguiria armar-se a tempo de evitar o gol.

3) Recomeçou o campeonato e a coisa piorou. A pretexto de escalar o Juliano, que realmente vem jogando bem, ele desarmou a defesa. E passamos a ter uma defesa que é a alegria de qualquer timeco, por mais medíocre que seja.

Há vários corredores, totalmente escancarados, que vão do nosso ataque à cara do Fernando Henrique. Por esses corredores, os jogadores do Grêmio, do Juventude e do São Caetano fizeram a festa. É facílimo fazer gol no Flu, e temo pela nossa sorte quando pegarmos times mais fortes, que ataquem melhor. Juliano, tudo bem, não pode sair. Mas é preciso armar a defesa.

4) Para completar, um técnico que tem jogadores como Arouca, Juliano, Petkovic, além de zagueiros que sabem sair jogando, e não consegue fazer o time articular um ataque, um contra-ataque, um time que não consegue trocar dois passes no sentido vertical, não tem um desenho tático, esse técnico não serve para o Flu.

Claro que Petkovic atrapalha, porque joga para si e mata os contra-ataques. Mas o técnico existe para enquadrá-lo. Para piorar, além de não saber atacar, o time é de uma fragilidade defensiva que nos apavora, por pior que seja o adversário.

Duvido que um grande time paulista volte a contratar o Oswaldo, ou similares como Espinosa, Levir Culpi etc. Só mesmo no Flu...

Quanto ao Rogério, as atuações dele falam por si. Não preciso gastar o tempo de ninguém falando da fraqueza física, técnica, motivacional e anímica desse jogador. Parece que está completamente sem vontade de jogar, que o corpo entra em campo, mas a cabeça está longe, em São Paulo ou Portugal.

Vamos então ao Petkovic. Exibe uma atitude completamente antiprofissional, de desprezo pelos companheiros, pela torcida e pelo clube. Arrogante e auto-suficiente, joga apenas por si e para si.

Perde bolas em frente à nossa área com total irresponsabilidade. Se o passe para ele não for exatamente no pé, ele simplesmente pára e demonstra seu descontentamento, faz carinha de zangado. Não treina mais cobranças de faltas, mas insiste em bater todas. Sente-se mais importante do que tudo e todos.

Está certo que fez dois gols olímpicos em dois finais de semana, e que marcou um golaço contra o Grêmio, mas são lances isolados, que não sabemos quando irão se repetir. No resto do jogo, caminha em campo.

E este foi o jogo contra o São Caetano. Um bagunça tática do Flu, que se torna também lento nos ataques e contra-ataques por conta da desarrumação (que prejudica os atacantes e o Arouca), e com buracos incríveis na defesa.

Não sei quando voltaremos a vencer, porque não importa quantos gols nosso ataque marque, nossa defesa sempre levará o mesmo número (ou mais, como aconteceu contra o Inter).

Impressionante a subserviência, a sabujice, a espinha curvada dos repórteres, editores e câmeras do Sportv com os cafajestes Leão e Luxemburgo.

Não sei quantas vezes a cara do Leão foi mostrada durante a transmissão, quantas vezes a reclamação dele foi exibida, a ponto de ele dar-se ao luxo de mostrar para a câmera que o Evando pôs a mão na bola na hora do gol.

E dão todo o tempo e espaço do mundo para que agrida o juiz, o bom senso, o próprio futebol, e faça o seu marketing pessoal. Deplorável!

Insuportável também acompanhar uma transmissão do Fluminense em que o locutor está mais preocupado com o jogo do Curintcha, torcendo pelo Curintcha, falando todo o tempo no Curintcha.

Neste terrível jogo contra o São Caetano, destaque para a boa exibição de Juliano (infelizmente, perdeu o gol da vitória, aos 42 minutos, quando errou a cabeçada na cara do goleiro), do Thiago Silva e do Roger (embora tenham bobeado no segundo gol do São Cão).

Ficou provado também que é melhor ter o Radamés como lateral direito do que o Rogério. E que os atacantes, mesmo que estejam todos longe do que gostaríamos de ver no Flu, têm pouca culpa: as bolas não chegam a eles e, quando chegam, são bicudas da defesa impossíveis de dominar. Na única boa jogada pela lateral do campo, o Marcelo cruzou e o Juliano marcou.

Se o Gabriel volta, e joga por uma lateral, com o Marcelo na outra, será fundamental o esquema com três zagueiros. Os dois apóiam excepcionalmente, mas não marcam ninguém.

Enfim, mais dois pontos jogados na lata do lixo, pontos que se somam aos dois desperdiçados na semana passada contra o Grêmio, aos três que perdemos em casa para o Inter.

E assim vamos, torrando de forma irresponsável, e sem títulos, mais um ano de orçamento altíssimo para padrões brasileiros e de bons valores individuais. E vendo o Flamengo levantar um título brasileiro com um time digno do Aterro do...do...do Flamengo!

Fluminense 2 x 2 São Caetano: Fernando Henrique (6); Rogério (1) depois Radamés (6), Thiago Silva (6), Roger (8) e Marcelo (7); Romeu (5), Arouca (5), Petkovic (5) e Juliano (7); Pitbull (5) depois Lenny (5) e Evando (5) depois Tuta (5).
Gols: Petkovic/Evando, aos 26 minutos do primeiro tempo, e Juliano, aos 9 do segundo.
Para o São Caetano, Anderson Lima, aos 38, em pênalti de Rogério em Canindé que só o juiz, Leão e o locutor paulista viram. No segundo tempo, Wellingon Amorim, aos 14 minutos, aproveitando os enormes buracos que a ausência de esquema tático cria na nossa defesa.
Cartões amarelos: Arouca, Juliano e Marcelo.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br