Ridículo. Um orçamento como o que foi posto à disposição da diretoria do Fluminense inteiramente desperdiçado por absoluta incompetência. Confesso que eu mesmo considerei, de início, excelentes as contratações dos jogadores. Foram buscados nomes vencedores, atletas habituados a vencer Brasileirões, Copas do Brasil e Libertadores.

Mas não adianta pôr bons nomes à disposição de um treinador absolutamente incompetente e inseguro como o Ivo. A escalação do Flu contra a poderosa Cabofriense foi simplesmente absurda, com Marcão no banco e Rogério de lateral, e as mexidas feitas durante o jogo, já o tornariam digno de uma demissão sumária ainda no vestiário, antes mesmo da saída do Maracanã. Manter o Ivo será insistir em um erro que custará o bicampeonato.

Trocamos também um goleiro de regular para bom, como o Kleber, por uma bailarina, que atua na ponta dos pés e não consegue segurar firme sequer uma boa # e, pior, faz absoluta questão de rebater todas para o meio da área, e de preferência nos pés ou na cabeça de um adversário que chega de frente e em condições de marcar. Decepção total, e nem quero aqui especular qual o salário do tal Diego, que tem conseguido atuações inferiores e mais ridículas do que as do Fernando Henrique.

A insegurança do Ivo é tão patente, tão escandalosamente agressiva contra o nosso time que nos agride até mesmo nas entrevistas dele. Assim como ele fica inteiramente perdido quando lhe dirigem uma pergunta objetiva, quando pensa pelo menos dez segundos antes de responder, ele fica também perdido quando tem que escalar o time ou substituir. Parece que trabalha no puro chute, no voluntarismo, sem qualquer base de raciocínio, tática, estratégia, nada. Olha para o banco, fecha os olhos e arrisca.

A escalação inicial também pareceu baseada no puro palpite, de forma aleatória, como quem escolhe uma cartela de bingo ou números para apostar na mega-sena sem nunca ter apostado antes. Não está à altura do Flu e do elenco que tem nas mãos, e se insistirem com ele, teremos um desastre. A impressão que temos, vendo imagens em close e em detalhes da TV Globo, é que Petkovic escala o time e decide quem entra e quem sai.

Manter Rogério no segundo tempo, por exemplo, e sacar Lenny para pôr Adriano Magrão, é coisa de quem está inteiramente perdido e teme os jogadores mais experientes e mais velhos. Pouco há a dizer quando o Flu, com uma folha salarial de quase R$ 2 milhões, perde para o time de Esquerdinha, do goleiro Flávio (aquele mesmo, irmão do Fabinho, e que pagou mico no Flu), do Sorato, e de rejeitados pelo Cruzeiro. O Ivo não só não viu a uva, como está inteiramente perdido. Não tem o perfil, a personalidade de técnico de time grande.

Eu, particularmente, não aceito a justificativa de falta de preparo físico (depois de um mês?), de desentrosamento, de começo de temporada. Estou com as barbas e os bigodes de molho, com os dois pés atrás, com uma pulga atrás de cada orelha. Até acho que podemos ainda ser bicampeões, mas confesso que perdi o tesão, não vejo nenhuma graça em ficar esperando e ouvindo explicações, aturando aquele fraseado cheio de #tu# do Ivo, com aquele farol baixo, sem entusiasmo, inseguro, medroso, sem passar confiança e sem qualquer empatia com a nossa torcida.

Sinto muito se pareço desanimado a quem teve a paciência e a gentileza de me ler até aqui. Mas não acredito em nosso técnico, não o acho com perfil vitorioso, e considero fraquíssimo o nosso caríssimo goleiro. O Petkovic não tem uma função tática, ele simplesmente faz o que quer em campo, corre como um louco, manda nos jogadores, recua e erra passes absurdos na saída de bola. Mas vamos esperar pela volta do Thiago, do Arouca, pela estréia do Pitbull. Há tempo de arrumar a casa, mas...
Fluminense 0 x 1 Cabofriense: Diego; Rogério, Gabriel Santos, Roger e Jean; Romeu, Ângelo (Rissut), Petkovic e Evando (Fernando); Lenny (Adriano Magrão) e Tuta.
Cartões amarelos: Romeu e Jean.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br