Não havia um único torcedor do Fluminense que acreditasse em uma derrota pelo menos honrosa nesta funesta quarta-feira. Nenhum.

Todos sabiam seríamos goleados. Só os bobos acreditavam. Nenhum clube grande funciona com a lógica negativa do Flu, com a nossa incompetência e arrogância. Neste quesito, somos melhores (piores) até do que o Botafogo.

Ninguém consegue errar tanto, ser tão incompetente, apostar tanto na derrota, e tão impunemente.

Burrice, arrogância e incompetência cobram um preço altíssimo, e proporcional à grandeza dos defeitos citados. Quanto maiores a burrice, a arrogância e a incompetência, maior a pena a pagar.

No caso do futebol, e particularmente no caso do Fluminense - que é o que nos interessa - a burrice, a arrogância, o erro, a incompetência, parece que não têm limites. Nada é tão ruim que não possa piorar. É um desafio aos limites. É inacreditável.

Vamos recapitular, sem entrar nos detalhes sórdidos da sabatina vencida por Ivo Wortmann, por exemplo. É melhor apagar isso da história do Flu. Em nome do bom gosto, vamos omitir tudo isso.

Quero retroceder apenas ao momento do Campeonato Brasileiro em que o Fluminense era líder, e o Parmêra o lanterna. Último colocado. Ou seja, nós estávamos na ponta de cima, e eles na de baixo.

Pois agora estamos somente três ou quatro pontos à frente deles. Nem quero saber exatamente quantos pontos, porque não mereço isso # e nem os amigos tricolores merecem. Eles vão nos ultrapassar em duas ou três rodadas.

O que interessa, repito, é que nós vamos brigar para não cair, e o Parmêra vai brigar por uma vaga na Libertadores. No começo do campeonato, ao contrário, nós éramos cotados como campeões, e eles como prováveis rebaixados.

E vem mais coisa ruim por aí: vamos ser eliminados pelo Botafogo na primeira fase do mata-mata da Sul-Americana. É pior do que apanhar de bêbado, do que levar rasteira de perneta, do que ser tapeado na Praça 15 ou na Central do Brasil.

E aí os amigos que vivem fora do Brasil, ou os que não assinam o PPV, hão de perguntar: #Por que?? Será que o Parmêra tem um elenco melhor do que o do Flu?# E a resposta é ainda mais chocante: Não!! O time do Fluminense é melhor, o elenco é melhor, as opções do treinador são melhores.

O tricolor que acabou de chegar em casa, cansado, louco pra tirar o sapato e jantar, tomar uma cervejinha, namorar a patroa, e saber o que aconteceu no jogo, continua em sua indignada supresa: #Por que então vamos pra baixo, por que perdemos feio, enquanto o Parmêra vai subir, e eles nos deram outra goleada?#

Vamos ao jogo:

O Parmêra, como todo mundo que acompanha futebol sabia, está motivadíssimo, bem treinado, com todos os jogadores sabendo exatamente o que fazer em campo, totalmente concentrados no jogo, marcando por pressão, correndo, em ritmo alucinante, todos se deslocando e acreditando em todas as bolas.

O Flu, ao contrário, em ritmo de Aterro do Flamengo, desconcentrado, lento, desorganizado, desmotivado. A saída de bola demora cinco ou dez minutos para nos levar ao meio do campo. Mas, geralmente, não chega lá. Antes da nossa intermediária, já fomos desarmados.

O segundo gol do Parmêra foi assim. Veio aquela saída de bola da defesa do Flu lenta, horrorosa, arrastada, paraplégica.

O tal do Wendell toma a bola com enorme facilidade em nossa intermediária, arranca a 200 km por hora, dribla quem está pela frente, e toca na saída da suave borboleta que jogou em nosso gol nesta quarta-feira. Parecia jogo de adultos contra crianças.

Cansei de escrever isso, e os amigos, provavelmente, de ler. O Flu chega com um ou dois no ataque, contra seis ou sete defensores adversários. Facílimo para eles. O adversário chega em alta velocidade no ataque, com cinco ou seis contra um ou dois defensores do Flu.

Uma luta desigual para Roger, Marcão ou Thiago Silva. Não importa se é Parmêra, Curintcha, Santa Cruz.

Talvez seja por isso que jogadores com bom mercado não aceitem jogar no Flu, mesmo com garantia de bons salários da Unimed, e pagos em dia. E a Unimed ainda leva a culpa.

É mole jogar contra o Flu. É o adversário ideal, que joga o pior futebol deste Campeonato Brasileiro e é, repito, sério candidato ao rebaixamento. Aguardo agora a derrota no Maracanã para o Patético Paranaense.

Quando um jogador do Flu consegue o milagre de receber uma bola no ataque, por uma das pontas, vê-se isolado e cercado por três ou quatro defensores adversários.

Como não temos nenhum Ronaldinho Gaúcho, esse jogador acaba perdendo a bola, claro. Ninguém encosta pra uma tabela, uma jogada. Nada. O cara está sozinho.

Quando, ao contrário, o adversário nos ataca, chegam cinco ou seis contra um ou dois do Flu. Time estático, de futebol-totó; time de botão, em que ninguém se mexe, um não fala com o outro, em que não há vontade de vencer.

Dá pena ver jogadores de bom nível técnico, de caráter, de raça, como Roger, Thiago Silva e Marcão, envolvidos por atacantes de merda como Enilton. Sim, porque esses atacantes de merda têm o apoio de laterais, de alas, de apoiadores, que chegam em velocidade. Solidários.

Já o time do Flu se omite. Apenas olha o que acontece.

O Arouca, aos poucos, vêm-se entregando à mediocridade. Lento, óbvio, errático, até mesmo pouco inteligente. Claro, um garoto de 20 anos cercado por bagunça, incompetência e inépcia, acaba comprometido.

Enfim, este jogo contra o Parmêra foi a goleada mais anunciada dos últimos anos. Foi até pouco porque, para nossa sorte, o time deles é péssimo individualmente. Temos melhores jogadores, por incrível que pareça.

Vimos um time motivado, voando em campo, sabendo o que fazer, bem treinado, hiperconcentrado, apoiado pela torcida - o Parmêra, claro.

Contra um bando em câmera lenta, desmotivado, desorganizado, assustado, sem direção, sem comando, sem metas. Acho que foi a vitória mais fácil do Parmêra nos últimos anos. Nem nos tempos da Parmalat era tão fácil.

Para mim, foi um fator de convencimento: o Josué não tem condições de dirigir o Flu, por melhores intenções que tenha. Ele pode até conhecer futebol teoricamente, mas faltam condições emocionais, liderança, tempo de serviço, estratégia, planejamento, sabedoria etc.

Sem um técnico mais experiente, vamos, repito consternado, correr o risco de rebaixamento, com um dos maiores orçamentos do país, repito.

Só o salário do Petkovic e os de mais uns dois ou três jogadores inúteis, pagariam a folha de vários times da primeira divisão. Com os três patetas no comando do futebol, não vamos a lugar nenhum, está claríssimo.

Foi incrível o desperdício dos 40 dias de paralisação para a Copa do Mundo. O Osvaldinho conseguiu destruir tudo o que foi construído antes. E os Três Patetas conseguiram piorar tudo, desperdiçar um orçamento milionário proporcionado pela Unimed. Um verdadeiro desperdício, um caso de polícia.

Pitbull, Evando, Beto, Diego e Rissut, provavelmente, seriam ótimos caixas de supermercado ou de banco, bons funcionários públicos, auxiliares de enfermagem, iluminadores, motoristas de táxi, vereadores, motoristas de ônibus, ou funcionários do metrô.

O Pitbull, talvez, se desse bem como roqueiro. O Diego Borboleta, como coreógrafo. Jogadores de futebol é o que eles não são; só mesmo nas mentes geniais de Gustavinho, Bhering e Tote, nossos algozes. No Flu é que não podem jogar.

O gol que o Evando perdeu, com cinco minutos do segundo tempo, sozinho, em frente ao goleiro, bola limpa na cabeça, sem precisar nem pular, é caso pra rescisão de contrato imediata, antes do fim do jogo. Seguida de exame psicotécnico e, talvez, internação imediata.

Esse cara não pode jogar futebol, deveria ser interditado, processado por exercício ilegal da profissão.

Beto e Evando merecem estar na lista dos piores atacantes do Flu de todos os tempos, junto com Toninho El Bíblico, Parraro e outras aberrações da natureza. Senti saudades até do Adriano Magrão/cinco gols.

O Josué arrisca-se a entrar também para o folclore, arrisca-se a bater recordes negativos no comando de um time de primeira divisão, tendo em mãos um dos elencos mais caros do país # é preciso repetir isso.

Mas, aí, olho para a escalação do Parmêra: é tão ruim, ou pior, do que a do Flu. Só que, lá, há um técnico, há um mínimo de organização, há cobrança, há metas, há conseqüências para erros.

Há canalhas, patifes e ladrões na diretoria, piores até, e de maior coturno, do que os que há no Flu, mas estão uns vinte anos à frente dos nossos incompetentes em outros quesitos.

Eles têm uma oposição forte. Tanto que vão acabar com o caixa único, separar o futebol do resto do clube, o que no Flu soa como heresia.

Não suporto mais nem ouvir falar nos nomes desses cidadãos que dirigem o futebol do Flu. São um flagelo, um desastre, um aborto não-planejado, um tsunami, um katrina, um ataque ao World Trade Center do bom senso e da lógica. Só permanecem nos cargos porque o salário deles não sai do bolso do Horcades.

Quero lembrar também que, quando se cogitar um novo técnico, que todos se lembrem de que o Tite, que volta e meia está desempregado, é chato, é prolixo, mas é competente.

Há quem insista no delegado Antônio Lopes, dona Elza e Toninho Lopes. Sim, porque o pacote vem completo, com os três. É um pacote ruim, mas seria hoje a única esperança de um mínimo de organização tática, de treinamento, de diretriz futebolística.

Amigos, foi um massacre tático, de motivação, de velocidade, de ritmo de jogo, de organização, como todos nós esperávamos.

Eles jogavam a 120 km por hora. O Flu, por sua vez, jogava a 15 ou 20 km por hora, como um Horcades disputando os 100 metros rasos contra o Asafa Powell # e com o Powell dopado. Como um velho fusquinha 1.300 ano 1967 contra uma Ferrari.

Foi uma vergonha, uma humilhação, um vexame, um absurdo. Todos nós sabíamos e esperávamos por isso. E nada aconteceu antes para evitar isso.

Estamos com déficit de gols. Saldo de gols: menos um. Piores do que o Botafogo, que pelo menos não leva goleadas.

Não agüento mais perder de 3 a 0 para times inferiores ao do Flu, como Ponte Preta e Parmêra. Fora com os três patetas! Tenham dignidade e peçam demissão! Incompetentes! Vocês são o problema! Deixem o Flu em paz!! Não adianta trocar de técnico, se a causa da doença, da infecção, não for removida.

Infelizmente, não consigo ser mais analítico ou criativo do que isso, porque uma derrota humilhante como essa, e prevista vários dias antes, não permite. É a crônica da morte anunciada.

Vamos cair, se nada mudar. Não li sequer um tricolor inteligente, em todos os sites que freqüento, que não soubesse que seríamos duramente goleados pelo ultramedíocre time do Parmêra. Foi a humilhação mais anunciada do futebol.

Ao mesmo tempo, é uma sacanagem, uma covardia com jogadores como o pobre do Fernando Silva, de 18 anos, que até mostrou qualidades.

Foi uma queimação do Radamés, barrado por ele. Um acinte, uma absurda falta de respeito com a torcida. Ou há uma mudança decisiva, ou corremos o risco de cair para a segunda divisão, em um campeonato que está tão nivelado por baixo que, com o time do ano passado, seríamos facilmente campeões. Três Patetas, por favor, peçam o boné e vão pra arquibancada!

Parmêra 3 x 0 Fluminense: Diego (3) (temos agora uma mariposa no gol); Marcão (5), Thiago Silva (5) e Roger (8); Rissut (1), Romeu (0), Fernando Silva (6) depois Radamés (5), Arouca (5) e Marcelo (5); Pitbull (5) e Beto (0) depois Evando (0).
Cartões amarelos: Marcelo, Roger, Romeu. Cartões vermelhos: Romeu.

Alô, dirigentes do Flu: Vão ser burros e incompetentes assim nas quadras de tênis, de vôlei, nas piscinas, nos estandes de tiro, no bar do clube!

Gastem lá, nessa merda toda que não vale nada, o dinheiro que o futebol arrecada! Andem para trás, regridam, ofendam, afrontem e humilhem a nossa torcida.

Matem o que resta de fonte de receita, destruam a mística do clube! A posteridade lhes há de fazer justiça! O Sírio Libanês, ali pertinho, na Rua Marquês de Olinda, em Botafogo, acabou. Foi vendido por uma merreca para pagar dívidas acumuladas. É o destino que vocês reservaram para o Fluminense.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br