Flu 3 X 1 Cabofriense - Dever de Casa Feito - Por Cezar Motta. - 01/03/2008

Talvez tenha sido a melhor partida do Flu este ano, embora o Cabofriense tenha sido pouco mais do que ridículo em campo. Mas nosso time soube impor-se, com bom toque de bola e alguns momentos de preocupante displicência e fraqueza na marcação.

O começo foi excelente. Toque de bola rápido e, antes dos cinco minutos, boa jogada pela esquerda, tabela rápida, e Júnior César cruzou, a bola fez boliche na defesa do Cabofriense e sobrou para Arouca, desequilibrado, chutar alto.

Parecia que o gol era questão de tempo. E, realmente, era. Aos 11 minutos, Thiago Neves fez grande jogada pela esquerda, driblou o improvisado lateral Aldo e cruzou na medida para a cabeça de Washington, dentro da área, mais para a direita.

A cabeçada deslocou o goleiro Flávio e foi lá no canto oposto, bateu na trave direita do nanico e votou para Conca escorar com a coxa direita. Parecia bem o Flu, com jogadores de excelente nível técnico, mas de marcação frouxa.

Por isso, aos poucos o Cabofriense começou a assanhar-se. O Flu ia bem até perto da área, mas ressentia-se do fato de que Dodô entrou em campo totalmente desmotivado e ausente da partida.

Aliás, naquelas chatíssimas entrevistas anteriores ao jogo, já dentro de campo, a câmera não mentiu: Dodô parecia abatido, com profundas olheiras, olhar perdido, como quem está doente ou convalescente, com voz apagada.

Por volta dos 30 minutos de jogo, o Cabofriense tinha tomado conta do campo. Tocava a bola com enorme facilidade e rondava a nossa área. O Flu se limitava a tentar rápidos contra-ataques quando retomava a bola, mas errava sempre o último passe.

Em um desses contra-ataques, Dodô finalmente acordou, deslocou-se, recebeu livre dentro da área, pela direita, e chutou fraco, para Flávio defender. Aos 36 minutos, novamente o nosso melhor jogador brilhou. Thiago Neves foi novamente ao fundo pela esquerda e cruzou na cabeça de Washington.

A cabeçada foi um tiro no travessão, e para sorte nossa (até que enfim!), voltou na cabeça do próprio Washington. Como se ele estivesse treinando cabeçadas contra a parede.

Desta vez, o artilheiro do campeonato não perdoou e jogou lá dentro, com o goleiro batido no chão. No finalzinho, pressão do Cabofriense em bolas paradas, bola no travessão em cobrança de falta de Têti e boas defesas de Fernando Henrique.

O time começou a se poupar, e só ia ao ataque em contra-ataques, sem se expor a contusões, contando também com a colaboração do Cabofriense, que não apelou para a violência em nenhum momento. Afinal, do outro lado estavam ex-jogadores nossos com bela história no Flu, o técnico Ailton e o volante Marcão.

No segundo tempo, o Flu voltou devagar, quase parando. Foram uns oito minutos de pressão do Cabofriense, mas sem assustar em nenhum momento. Aos poucos, o Flu retomou o controle do jogo e, com grande categoria, fez a bola circular, de pé em pé, e só não fizemos mais uns três ou quatro gols por falta de maior empenho.

Mas, aos 17 minutos, o gol veio. Conca fez boa jogada pela intermediária e meteu a bola para Dodô, já dentro da área, de costas para o grandalhão Leandro Amaro. Dodô deu um drible de corpo que quase fraturou a coluna vertebral do zagueirão.

Depois do drible, o sonolento e desmotivado Dodô saiu na cara do goleiro, tirou a bola dele e levou uma violenta rasteira, no momento em que ia fazer o gol. Seria o caso de expulsão do Flávio, mas ele recebeu apenas um amarelo.

Washington pegou a bola e ia bater, mas veio a ordem de Renato: bate o Dodô. Certamente para dar moral e acordar o nosso centro-avante.

E Dodô fez o que sabe fazer, e com enorme categoria. Goleiro para o lado esquerdo, bola no lado direito. Três a zero, e parecia que teríamos uma bela goleada, inclusive porque Washington disputa a artilharia.

Dodô realmente acordou, e passou a fazer belas jogadas, embora ainda a meia-boca. Renato trocou Gabriel, que jogou bem, por Rafael, que entrou cheio de vontade. Júnior César também jogou bem, mas não adianta: parece que nunca vai aprender a cruzar uma bola.

Na defesa, Roger foi um monstro, imbatível no combate direto e inteligente nas coberturas. Falhou apenas no gol de honra do Cabofriense, ao perder a disputa de cabeça com Leandro Amaro. Mas ele tem 1,78m, contra 1,87 do zagueiro adversário.

Thiago Neves foi quase perfeito até os 3 a 0, com grandes jogadas, participação direta nos dois primeiros gols e vários lances de enorme perigo e grande criatividade. Conca também foi bem, embora tenha errado algumas bolas que resultariam em gol.

Outras mudanças foram Cícero no lugar de Thiago Neves e David no lugar de Conca. Cícero entrou muito bem # é impressionante como evoluiu do ano passado para cá, recobrou a disposição e a vontade de jogar. E é, sem dúvida, um jogador de excelente nível técnico.

Enfim, foi um bom coletivo para o jogo contra o Arsenal na quarta-feira. Cabe ainda um protesto de indignação contra o Sportv, que simplesmente insiste em boicotar a torcida tricolor, sempre belíssima e vibrante.

O canto tricolor, a animação e a beleza das faixas exibidas pela torcida foram sistematicamente escondidos pela transmissão, e só por acidente mostravam a vibração da nossa torcida.

Esses calhordas, patifes e desonestos querem fazer crer que só o Flamengo tem torcida vibrante e capaz de proporcionar espetáculos. Cabe a nós não desistir, e empurrar o time para vencer este Carioca e a Libertadores, o que seria nossa grande vingança contra esses filhos da puta.

Fluminense 3 x 1 Cabofriense: Fernando Henrique (8); Gabriel (8) depois Rafael (7), Luiz Alberto (7), Roger (10) e Júnior César (7); Ygor (6), Arouca (7), Conca (8) depois David (5) e Thiago Neves (10) depois Cícero (8); Washington (8) e Dodô (7).
Gols: Conca, aos 11, e Washington, aos 36 do primeiro tempo; Dodô, aos 17 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Washington, por reclamação contra pênalti não marcado.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
JOGOS ANTERIORES:

Fluminense 3 x 1 Toluca - 24/07/2002
Fluminense 0 x 1 Palmeiras - 21/07/2002
Fluminense 1 x 0 Corinthians - 14/07/2002

 Primeira  Anterior  13  14  15  16  17  18  19  20  21  (22)     
  


Copyright (c) 1998-2025 Sempre Flu - Todos os direitos reservados


Fatal error: Uncaught Error: Object of class mysqli_result could not be converted to string in /home/sempreflu/sempreflu.com.br/tools/control.php:19 Stack trace: #0 /home/sempreflu/sempreflu.com.br/tools/control.php(19): array_unique(Array) #1 [internal function]: shutdown() #2 {main} thrown in /home/sempreflu/sempreflu.com.br/tools/control.php on line 19