A mesma modorra de sempre. Conseguimos, como nos últimos jogos, o controle do jogo na base do entusiasmo, principalmente no segundo tempo, quando o envelhecido time do Figueirense cansou e nos deu totais condições de vencer.

Mas somos um time medíocre, sem brilho técnico, sem jogadores capazes de decidir. Como tenho lamentado, perdemos nossa espinha dorsal e alguns jogadores que se destacavam caíram dramaticamente de rendimento, como Gabriel, Juan e Leandro. No caso do Leandro e do Juan, o entusiasmo deles permanece, lutam, brigam o tempo todo, mas são pouco produtivos.

O Leandro está sacrificado. Em vários lances, o Gabriel ficava no ataque, parado, e era ele, Leandro, quem tinha que correr para marcar o adversário que atacava pela esquerda. No primeiro tempo, vimos um jogo feio, mais na base da disposição física do que do talento. No segundo, um erro incrível do Juan (ou teria sido o Beto), que não lançou o Gabriel livre pela direita, permitiu o contra-ataque do Figueira, nas costas do Gabriel, e o gol que parecia selar nossa sorte.

Neste lance, o Juan (ou o Beto?) preferiu tentar o Tuta pelo meio, enquanto o Gabriel tinha melhores condições pela direita. O passe, claro, como sempre, saiu errado, o Gabriel pôs as mãos nas cadeiras, e o contra-ataque saiu mortal e rápido. Abel demorou a mexer no time, mas finalmente pôs Juninho e Tiuí, o que deu novo gás, já que Leandro produzia pouco, e as chances de gol começaram a aparecer.

Tuta perdeu de cabeça, Tiui errou a cabeçada, até que, finalmente, ao tentar girar para o chute fatal, Tiuí foi derrubado. Pênalti claro que Gabriel marcou com a categoria habitual, apesar do nosso pavor, já que o Edson Bastos, o excelente e jovem goleiro do Figueira, é um grande pegador de penais.

Até o fim ameaçamos, o time deles cansou, a torcida deles pegou no pé do próprio time e Marcão, no finalzinho, cabeceou para uma defesa espetacular de Edson Bastos. Minha única esperança em uma sorte melhor neste campeonato está na volta do Felipe e na chegada do Petkovic. Precisamos desesperadamente de talento, de gente que saiba organizar o time, criar e até mesmo finalizar. Nosso melhor atacante continua sendo o Gabriel, apesar de não marcar ninguém.

Precisamos também desesperadamente de um zagueiro mais seguro. Nosso time, ao contrário do que acontecia no começo do campeonato, não inspira mais confiança. Pet e Felipe já!!

Fluminense 1 x 1 Figueirense: Kleber; Gabriel, Gabriel Santos, Igor e Lino (Juninho); Marcão, Arouca, Juan e Leandro (Tiuí); Tuta e Beto
Gol: Gabriel, de pênalti, aos 20 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Marcão, Leandro e Juan.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br