Não considero aceitável perder em casa de quatro de um time fraco como o Coritiba, mesmo levando-se em conta que o Cuca conseguiu implantar seu método de trabalho com duas semanas de treinamentos, enquanto o Flu, sem treinar, enfrentava a guerra da Paraíba. Não aceito também a desculpa do cansaço. A derrota, às vezes, é inevitável, mas o Abel está cansado de saber como o Cuca trabalha. Nós, aqui de Brasília, vimos isso no Gama e no Goiás: ele impõe uma marcação fortíssima e cronometra os coletivos: quando o time titular recupera a bola, tem 10 segundos para criar uma situação de gol, na base do contra-ataque em velocidade. Se não criar, ele inverte a posse de bola.
Mas o Coritiba não interessa, é um time medíocre e que vai ficar nas posições intermediárias da tabela. O problema é o nosso time. A última boa partida do Fluminense ocorreu contra o Grêmio, lá no Sul. De lá para cá, a queda de rendimento é assustadora. Hoje, então, foi de irritar. No primeiro tempo, o Flu esteve auto-suficiente, arrogante, tocando bola de forma displicente, marcando frouxo, andando em campo. Não é esse o nosso estilo. Não temos craques, temos operários, guerreiros, jogadores que precisam suar a camisa. Quando esses jogadores acham que podem tocar de calcanhar, enfeitar os lances, #administrar o jogo#, estamos no sal.
O Coritiba, hoje, foi o Fluminense. Ou seja, marcou duro, foi humilde, guerreiro, concentrado o tempo todo, fiel a um esquema tático. Nós fomos apenas uma caricatura do Flu que nos acostumamos a ver este ano. A mim, parece que o excesso de viagens está afetando mais ao Abel do que aos jogadores. Não adianta ficar reclamando de calendário. Clube grande, que quer disputar títulos importantes, tem que jogar muito e de forma constante. Os times europeus disputam, simultâneamente, o campeonato nacional, a Liga dos Campeões da Europa, as copas nacionais (equivalentes à nossa Copa do Brasil) etc. Se cansaço fosse desculpa, o Levante, o Cagliari, o Fulham, o Extremadura, seriam campeões todo ano, porque os grandes clubes da Espanha, da Itália, da Inglaterra estão sempre envolvidos em várias copas, jogos duríssimos. Santos e São Paulo têm jogado a Libertadores todo ano, com viagens mais longas, para o exterior. Se for pra chorar por causa de viagens, é melhor nem tentar disputar a Libertadores.
A queda de rendimento do nosso time vem sendo assustadora. O Gabriel e o Juan não acertam sequer uma jogada há três jogos, ou 270 minutos. Têm sido uma nulidade, erram tudo o que tentam, sendo que o Gabriel tem sido de uma displicência, de um desinteresse assustadores. O Leandro tem corrido muito, reclamado bastante, mas rendido pouquíssimo, assim como o Tuta. Nenhum time pode disputar títulos nacionais com o Juninho vestindo a camisa 10.
Os que têm mantido o rendimento alto são o Kleber e o Marcão, que mais uma vez foi heróico.
A ressaltar a euforia dos dois asnos que transmitiram o jogo pela Sportv. Eu confesso, amigos, que não agüento mais a Sportv. Quando jogamos no Norte ou no Nordeste, os #locutores# e #comentaristas# locais torcem de forma desbragada pelos times da casa. Quando nós jogamos em casa, os dois energúmenos, cujos nomes me recuso a mencionar, torcem pelo time visitante. No segundo tempo, 4 a 2 para o Coritiba, um jogador deles erra o último passe em um contra-ataque mortal. O animal que narrava o jogo deu um grito de frustração. Eles nem se preocupam mais em disfarçar, em fingir neutralidade. Torcem contra mesmo, de forma descarada. Sei que vários tricolores que acessam a SF acham que é #mania de perseguição#. São ingênuos. Lembram do lance no primeiro tempo em que o Tuta reclamou pênalti, em uma bola alta cruzada na área?? Alguém se lembra disso?? Não, claro, porque fizeram questão de não mostrar o replay e esquecer o assunto. Pode não ter sido pênalti, porque o Tuta reclama demais. Porém, temos o direito de rever o lance.
Estamos na quinta rodada, e é o terceiro jogo do Flu apitado por um trio paulista, sendo que o Kleber Abade apita pela segunda vez. Em cinco jogos, apenas!! Na primeira delas, o Fabiano Eller disse que o sujeitinho de preto o xingou, e xingou sua mãe. Todos esses caras têm permitido faltas violentas, por trás, sem dar ao menos cartão amarelo aos adversários. E, em relação aos jogadores do Flu, são de um rigor impressionante. Expulsaram o Preto por falta comum de jogo, são fortemente influenciados pelo programa do Milton Neves, o único nacional em canal aberto, e que ocupa toda a noite de domingo. E que, queiramos ou não, forma opinião, influi no ânimo dos juízes. Vou anotar e controlar quantos paulistas vão apitar nossos jogos, e quantas vezes o Kleber Abade será #sorteado#. A euforia dos #jornalistas#, neutros e imparciais, está impressionante!! Vão poder encher a boca: #O Fluminense era cavalo paraguaio, era fogo de palha!!#.
O Roberto Assef (parente do Michel Assaf)e o pessoal do "Linha de Passe" já vomitaram hoje: "O Fluminense não tem time para ser campeão brasileiro".
Fluminense 2 x 4 Coritiba: Kleber; Antônio Carlos, Marcão e Fabiano Eller; Gabriel, Arouca, Preto (Schneider), Juninho (Tiuí) e Juan; Leandro e Tuta (Alex).

Cézar Motta - cezar_motta@uol.com.br