Foi uma derrota daquelas que não doem muito, que não machucam tanto, mas a gente não aceita derrota do Fluminense. Eu, pelo menos, não aceito. Principalmente para um adversário de quem somos esmagadoramente fregueses.

É possível até que alguns torcedores que não acompanham com atenção o campeonato, não sabem exatamente o que é a tradição do Fluminense, tenham torcido pelo Parmêra.

É lamentável que isso tenha acontecido, e li com tristeza as mensagens que defendiam a #entrega# do jogo, a fim de prejudicar um certo adversário, a quem dão tanta importância.

Ora, quem acompanha futebol sabe que o grande prejudicado com a nossa derrota (além do orgulho tricolor, da nossa tradição) foi o Cruzeiro.

Ou seja, ajudamos um adversário odiento, de quem somos fregueses, sem que nenhum proveito tenhamos disso, além dos arranhões em nossa bela campanha. Podíamos ter sido vice-campeões brasileiros.

Reforçamos uma freguesia. A derrota tem dois grandes culpados: o técnico Renato Gaúcho, que apresentou uma escalação absurda, errada, covarde, como se ainda fosse técnico daquele limitadíssimo técnico do Vasco de 2006.

Meteu três zagueiros (até aí, tudo bem, porque são três excepcionais zagueiros), um Fabinho que não pode nem ser reserva do Flu, prendeu Gabriel na marcação, e acovardou o time em um esquema 5-4-1.

Cinco jogadores atrás, e mais Fabinho, Arouca, Thiago Neves e Cícero no meio, com o enrolado Soares isolado no ataque, sofrendo de uma solidão comparável à de Dolores Duran.


No começo até que pusemos alguma pressão, porque o time do Parmêra é fraquíssimo, ruim demais, abaixo de medíocre.

Aliás, vergonhosa a transmissão, com o canalha do Kleber Leite torcendo escancaradamente para os porcos.

#Olhem o espetáculo da torcida do Parmêra#, vibrava, e as câmeras da Rede Fla-Globo mostravam um público ridículo, de 24 mil pessoas # o Flu põe isso contra o América de Natal.

Mas, dizia eu, uma escalação absurda. A derrota deve ser debitada na conta do Renato Gaúcho, e pode ser atribuída à ruindade absoluta do Fabinho, que perdeu uma bola na entrada da área do Fluminense por puro esnobismo, por querer driblar dois ou três adversários, quando mal sabe dominar uma bola.

O jogo foi bom também para escancarar, gritar, explicitar, ribombar, tonitruar, as deficiências técnicas do nosso elenco.

Precisamos - e até as mesas da Skol que Horca promete levar ao bar da piscina sabem - de lateral esquerdo, de dois jogadores de categoria e força para o meio de campo e de dois atacantes com nível, ao menos, de primeira divisão.

Não confio em Horca e nem nos parentes incompetentes dele e do tal Carlos Henrique, que foram contratados com altos salários pelo clube, em um nepotismo escancarado, vergonhoso e lesivo ao clube. Eles vão destruir o Flu, anotem.

Mas confio em que o esquema da Unimed há de contratar os jogadores certos # pelo menos de nível melhor do que alguns que temos hoje.

Renato Gaúcho não pode mais cometer semelhantes absurdos, como a escalação do Flu neste jogo. Uma falta de respeito para com a torcida. Renato tem suas qualidades para torneios à base de mata-mata.

Mas perdemos as chances de brigar por este título brasileiro pela incompetência dele em torneios de pontos corridos, de tiro longo. Ele valoriza demais os empates, como mostram os números do Flu ao longo do Brasileirão.

Uma outra constatação, e novamente discordo radicalmente de alguns tricolores, é a evolução técnica do goleiro Fernando Henrique. Alguns pedem o frangueiro do Parmêra como uma das soluções para o gol do Flu.

Pois o jogo de hoje comprovou que Fernando Henrique é, hoje, muito melhor do que o frangueiro do outro lado.

Diego Cavalieri só não entregou o jogo por pura incompetência dos nossos #atacantes#, pela falta de coragem e vigor do nosso meio de campo, e porque aquele juiz jamais deixaria o Flu empatar.

Sei que alguns vão discordar. Mas quantos #perigos de gol# o juizinho marcou no segundo tempo??

Em um dos mais escandalosos, o atrapalhado goleiro deles quis sair jogando com o pé, foi desarmado por Adriano Magrão, mas o baiano do apito marcou: perigo de gol. Toda bola de ataque perigosa do Flu, resultava em "falta de ataque".

No primeiro tempo ele quis #sair jogando# e chutou a bola em cima do Soares, e só por milagre não abrimos o placar.

No segundo tempo, Thiago Silva cabeceou, a bola foi em cima dele e ele, todo atrapalhado, deu de manchete a bola no travessão. Se o Fernando Henrique fizesse metade disso, seria linchado na volta ao Rio.

Fernando Henrique, ao contrário, fez pelo menos quatro defesas sensacionais, de puro reflexo, em um campo difícil, encharcado. Aliás, o gol do Parmêra foi do Luiz Alberto contra.

Porque a bola chutada pelo marido da Hortência, o Rodrigão, não iria entrar. Ia para fora, porque FH fechou muito bem o ângulo. Mas o Luiz Alberto tentou rebater e jogou para dentro.

Excelente também a nossa zaga. Thiago Silva, Luiz Alberto e Roger, novamente, estiveram soberbos e salvaram o pescoço do Renato Gaúcho.

Não são apenas grandes zagueiros, são grandes profissionais e homens de caráter, que entram em campo para fazer o melhor, para lutar e vencer.

Gabriel, depois da boa atuação contra o Náutico, teve o seu dia de Júnior César. Errou tudo o que tentou, foi apático e ficou preso lá atrás. Pode ser que o campo pesado tenha atrapalhado, mas foi mal o Gabi. Tem que melhorar muito para ser confiável em uma Libertadores.

Fabinho não pode estar no grupo da Libertadores. Se estiver, não pode ser titular, é ruim demais, e o mesmo comentário se aplica ao Júnior César.

Precisamos de dois jogadores muito melhores na proteção à zaga e na ligação, na saída de bola. Jogamos à base do chutão, da ligação direta defesa-ataque, e isso nem em pelada de fim de semana se usa mais.

Não temos atacantes no elenco. Por mais restrições que tenhamos às idades de Dodô, Leandro Amaral e Washington Cardíaco, nada pode ser pior do que o espetáculo dos nossos atacantes atuais apanhando da bola. Feio, muito feio.

Thiago Neves foi supervalorizado. Não é esse jogador todo, é apenas mediano. Precisamos de alguém mais efetivo, mais consistente, mais articulador, mais inteligente por ali.

Pedir Riquelme reconheço que é demais. Mas precisamos de alguém melhor do que o Thiago Neves, seja para barrá-lo, seja para jogar com ele.

Cícero tomou uma dose dupla de Lexotan antes do jogo. É o oposto da Rebeca Gusmão. Futebol ele tem, é habilidoso, mas faltam alma, garra, objetividade, espírito de vencedor.

Está cada vez mais ridícula a tal #cobrança de falta ensaiada#. Um bestalhão rola para o outro, que isola a bola, ou dá um peteleco nas mãos do goleiro.

Precisamos de um cobrador de faltas temível, que meta a bola no ângulo, que treine 40 cobranças por dia, como faziam Rivelino, Edinho, Roberto Dinamite e Petkovic antes de chegar ao Flu.

Enfim, amigos, foi uma derrota que poderia ter sido evitada. Renato Gaúcho errou feio na escalação, e perdemos para um time muito inferior tecnicamente, mas que estava mais motivado, mais aceso e ligado no jogo, e melhor armado pelo Caio Júnior.

A derrota me incomodou muito, não gosto de ver o Flu perder. Mas a grande vitória que estou esperando este ano é a de Peter Siemsen nas eleições do dia 27 próximo.

O Fluminense não pode continuar sendo um clube criminoso, que se apropria de forma indébita dos tributos descontados de seus funcionários, conforme consta das atas de reuniões do Conselho Deliberativo.

Não pode ser um clube caloteiro, e nem um clube apático, omisso, flácido e frouxo nos confrontos políticos com o Flamengo, com Eurico.

Ou vamos ver o Flamengo tomar posse do Maracanã no ano que vem, e o nosso clube, nossa paixão, receber cotas de tevê muito menores do que clubes com menores públicos e menor apelo popular, como Santos, Parmêra, Atlético-MG.

Por pura omissão, vaidade, alienação e burrice dos nossos dirigentes.

Por tudo isso, é fundamental derrotar esta diretoria e este presidente nas eleições de 27 de novembro.

Parmêra 1 x 0 Fluminense: Fernando Henrique (10); Gabriel (2), Thiago Silva (9), Luiz Alberto (9), Roger (9) e Júnior César (4); Fabinho (0) depois Adriano Magrão (3), Arouca (4), Cícero (3) e Thiago Neves (4) depois David (3); Soares (3) depois Léo Itaperuna (sem nota).
Cartões amarelos: Roger.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br

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