Paysandu 3 x 2 Fluminense - 11/11/2002 Sobraram duas alternativas: vencer e vencer Teríamos que superar uma longa viagem, o calor, a torcida, a umidade, os desfalques, mas nossos maiores adversários foram um trio revelado dentro da nossa casa ? Jancarlos, Zé Carlos e Marciel ?, além, é claro, do senhor árbitro. Vou comentar rapidamente sobre os três patetas e lá embaixo há palavras sobre o digníssimo. O Flávio foi bisonho o Brasileiro todo, mas o Jancarlos consegue ser pior. Ele é tenebroso como volante e mais patético ainda como lateral. Pelo menos tem porte, ao contrário do Junior César. Zé Carlos manteve a regularidade de sempre, ou seja, falhou em quase todos os lances em que precisamos dele. Para fechar, faltou o Marciel, que consegue ser pior do qualquer Roberto Brum, Dirceu ou Cadu da vida. Esse novo cabeça-de-área simplesmente vacilou nos três gols que tomamos. Tudo levava a crer que perderíamos, mas o começo do jogo deu esperanças. Logo aos 5 minutos, Roni, em rápido contra-ataque, foi derrubado. Falta perigosa e Andrei foi para a bola. Depois de tentar várias vezes, finalmente ele acertou o seu ?famoso? bico e fez 1 a 0 para a gente. Começamos muito bem, mas será que iríamos segurar o resultado, assim como contra o Corinthians? Seria bem mais difícil. O adversário não estava acomodado, muito pelo contrário, a motivação era enorme para fugir do rebaixamento. Ao menos um dado ajudava. Enfrentamos o Papão duas vezes em 2002 lá dentro e não perdemos (uma vitória e um empate). Em toda a história da Série A do Brasileiro, nunca tínhamos perdido para eles. Números que jornais como a Folha de São Paulo adoram, mas que o imprevisível futebol não sustenta. A tática defensiva estava nos encurralando, mas a sorte ajudava. Era pressão total do Papão. O gol de empate parecia ser questão de tempo. E ele só saiu graças ao árbitro gaúcho, que quis colaborar com o Grêmio e o Juventude. Aos 43?, Leonardo Gaciba (Mais um juiz terrível que deve ir para a Fifa. Depois reclamam do nível do apito na Copa...) inventou um penal para eles. Já sabia, pelo histórico do Campeonato, que o Paysandu sempre tinha um pênalti marcado no Mangueirão. Só não tinha reparado ainda que o erro era tão descarado. Numa falta cobrada na área, a bola desviou na mão de Jóbson, mas o juiz deu toque de Marciel. Souza cobrou bem e empatou. Acredito que essa marcação decidiu a partida. Se virássemos com 1 a 0, eles viriam desesperados na segunda etapa e poderíamos matar o jogo nos contra-ataques. O segundo tempo foi totalmente aberto e um gol poderia sair para qualquer um dos lados. O forte calor não impediu a intensa movimentação das duas equipes. A raça de Beto e a garra de Marcão fizeram falta nessa correria. A precisão de Romário, então... Roni, que já tinha perdido um gol feito no primeiro tempo, desperdiçou outra oportunidade. Se ele era o de sempre, Magno nem arriscava algo. As atuações dele têm sido tristes nos últimos jogos. O problema maior nem foi nosso ataque cardíaco, que não é novidade ser assim quando as duas mulas super-assalariadas estão juntas. Lamentável mesmo foi assistir a virada do adversário. Aos 24´, o lateral-direito deles cruzou e Rato, de cabeça, desempatou. Pouco tempo depois, Jóbson fez uma falta criminosa em Yan e foi merecidamente expulso. Com um a mais, tínhamos a chance de partir para cima. Renato colocou o seu companheiro de Porção ? Fábio Bala ? no lugar de Zé Carlos. O time foi para frente, mas aos 38´, num contra-ataque, eles decidiram o jogo. Marcos foi lançado, driblou Kleber e entrou com bola e tudo. Aos 45´, Fábio Bala ainda fez o nosso segundo gol, de cabeça, mas não adiantou nada. 3 a 2 para eles. Sexta-feira passada, o meu amigo, jornalista e rubro-negro Flávio Izhaki disse para mim: ?Contra o Palmeiras, vocês imitaram o que o Flamengo fez em 96 no jogo com o Bahia.? Respondi da seguinte maneira: ?Vocês ainda não viram nada. A vingança surgirá em dobro contra o Paysandu.? Pena que a brincadeira virou realidade. E o pior é que eles venceram a fraca Lusa, que vem mordida contra a gente. Só espero que ao menos um grande caia. Imaginem se cair quatro entre Portuguesa, Figueirense, Gama, Paraná, Paysandu e Bahia? Estou escrevendo, como já devem ter percebido, após o término da rodada e vejo que não dependemos mais da gente. Além de São Paulo, São Caetano, Corinthians e Juventude, acredito que Atlético-MG e Coritiba, pelos adversários que têm pela frente, já estão classificados. Restam, então, duas vagas para as quartas-de-final. O Santos, que muitos estatísticos chegaram a dar 98% de chances (Isso prova a tese de que a estatística é uma mentira que se vende com verossimilhança.), só se classifica caso vença o São Caetano no Anacleto. O Grêmio terá dois jogos difíceis contra Paraná (fora) e Atlético-MG (casa). Apesar disso, Santos e Grêmio só dependem de si. Vitória e Ponte Preta, com possíveis derrotas para São Paulo e Vasco na próxima rodada, já estarão fora. Tomara que o Vasco colabore de novo para pegarmos a freguesa Macaca eliminada. Sobrou, então, apenas a gente (Cruzeiro e Goiás, para mim, já estão fora), que precisamos obrigatoriamente vencer as duas próximas partidas. Como fazem falta certos pontos bobos, como os dados ao Inter, Goiás e Atlético-PR... E fica mais difícil ainda ser otimista com nossa defesa, que já levou 44 gols. No entanto, não adianta lamentar. Temos agora duas decisões. Mais do que o Campeonato, jogamos nosso Centenário nesses dois jogos. O futebol carioca chegou num nível tal que ganhar o Estadual não tem o mesmo mérito de outrora. Não fico nem um pouco orgulhoso de gritar: ?Oh!!! Oh!! Oh!! Oh!! Oh!! Oh!! Oh!! Melhor do Rio!!!? Devemos sempre pensar grande. Houve vários erros de planejamento, mas ainda podemos chegar. Precisamos muito desse título. Não estou nem aí se Flamengo ou Palmeiras vão ser rebaixados, quero é ser campeão. Daniel Cohen - daniel.cohen@sempreflu.com JOGOS ANTERIORES: Fluminense 3 x 1 Toluca - 24/07/2002 Fluminense 0 x 1 Palmeiras - 21/07/2002 Fluminense 1 x 0 Corinthians - 14/07/2002
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