SEMPRE FLU

Foi de lavar a alma. Não pela atuação do time, que foi ruim coletivamente, sem organização tática, sem conjunto, um time mal treinado.

Mas foi fantástico, foi como um bálsamo para as nossas sofridas almas, vencer um adversário odiento, que nos classificou em seu site oficial como #Palhaços do Rio#.

Foi genial pelo resultado, pelo estraçalhamento do medíocre time deles, em que pouquíssimos jogadores têm nível de primeira divisão.

Gostei do espírito dos jogadores, que buscaram durante todo o jogo superar a desorganização tática por meio de muito esforço, de muita luta.

Acredito que vamos virar o primeiro turno já na zona da Sul-Americana e, lá pelo final do campeonato, em dezembro, poderemos chegar à zona da Libertadores.

Temos que nos acostumar a jogar sem Thiago Neves, o melhor jogador em atividade no Brasil. TN vai à Olimpíada, e dificilmente voltará depois a jogar pelo Flu.

Thiago Neves joga demais, cresce em partidas decisivas, e se o Flu vencesse a Libertadores poderia ter o mesmo status do Riquelme # aquele jogador especial que marca três gols em uma final de Libertadores.

Não importa. O que importa é que esta é a primeira vitória da série que vai nos levar de novo à zona da Libertadores. Se os fatos futuros me desmentirem, pior para os fatos.

Adorei a participação e a vibração da torcida, bela como sempre, a disposição dos jogadores, o belíssimo gol do Somália, depois do passe sensacional do Tartá.

Não gostei da bagunça tática, que obriga os jogadores a um esforço físico muito maior do que o normal, porque precisam tapar buracos, preencher espaços, correr mais do que seria preciso em um time organizado.

Enfim, o Patético Paranaense não é um parâmetro confiável, porque é um time muito fraco.

Gostei do espírito dos jogadores do Flu, mas não gostei, como sempre, da organização (?)tática; o Flu não é um time confiável # claro que por limitações do técnico, que não consegue organizar taticamente sua equipe.

Mas o que nos resta agora é torcer para que o time tenha uma arrancada semelhante à do ano passado, quando chegamos em quarto lugar, depois de estarmos ameaçados de rebaixamento por causa do foco exclusivo na Copa do Brasil. Lembram?

O jornal "O Globo" e seus canalhas da Editoria de Esportes, que sempre torcem pelo pior para o Fluminense, o Globo, como dizia, chegou a estampar na primeira página que, depois de vencer a Copa do Brasil, o Flu era candidato ao rebaixamento.

Estou mal acostumado: quero de novo disputar a Libertadores. Não importa a brutal incompetência e obscuridade de Horcades & Cia. O Flu é maior do que eles, tem luz própria.

Quero novamente a mística, a fantasia, a paixão e a força da nossa camisa, da nossa torcida, do nosso Fluminense. Mística que renasceu nessa mágica campanha da Libertadores.

Nosso time mostrou nesta quarta-feira que precisa de alguns reforços. Uns dois ou três, para posições importantes, sem contar os substitutos para o caso de saída dos dois Thiagos, nossos melhores jogadores # e melhores jogadores do país.

Aí teremos condições de brigar lá em cima da tabela. Mas precisamos, principalmente, de um técnico que dê padrão tático ao time, que organize os excelentes jogadores que temos.

Durante a transmissão, os repórteres da Sportv, que não são confiáveis, mencionaram Marcos Assunção e Marcelinho Paraíba como jogadores que interessariam ao Flu.

Não sei, não tenho informações sobre isso. Mas são contratações que eu aprovaria.

Marcelinho Paraíba sempre foi um atacante rápido, canhoto, forte, raçudo, goleador, que deu certo na Alemanha, depois de brilhar no São Paulo e no Grêmio.

Tem fama de farrista, de gostar da noite e de cerveja. Já deve ter mais de 30 anos. Não sei se daria certo, se ainda é o mesmo jogador. Mas se jogasse o que mostrou no Brasil, seria excelente contratação.

Marcos Assunção, acredito que todos se lembrem dele. Excelente volante que vinha jogando no Valencia da Espanha.

Atuou no Santos, no Curintcha, no Framengo. Grande cobrador de faltas, volante que sabe sair jogando, melhor do que o primo Marcos Senna, que acaba de vencer a Eurocopa pela seleção da Espanha.

Resta saber se é o mesmo jogador, porque também já passou dos 30 anos, e não estaria dando esse mole se estivesse ainda em sua melhor forma.

Do jogo contra o Patético, como não há análise tática a fazer, porque não se pode analisar o que não existe, gostei do espírito dos jogadores e, individualmente, do Fernando Henrique (melhor goleiro do Brasil atualmente), do Luiz Alberto, do Conca, do Tartá.

Somália provou que pode ser muito útil. Os demais jogadores, dentro do que conhecemos de cada um, para o bem e para o mal.

Washington e Dodô estiveram muito interessados no jogo, aguerridos, mas a mim parece que a idade pesa um pouco para eles.

Thiago Silva parece perturbado pela perda da Libertadores - foi o mesmo guerreiro, profissionalíssimo, apaixonado, mas um pouco dispersivo e afobado.

Fabinho, mesmo longe de ser o volante de nossos sonhos, é mais útil do que Ygor.

Conca tem errado mais do que costumava errar, mas é um jogador fundamental para o Flu, um dínamo, um motorzinho, que não desiste nunca, é o nosso argentino, e fez um golaço.

Tartá vem crescendo aos poucos, tem pinta de excelente jogador, tem momentos de grande brilho técnico, como o passe para o golaço de Somália.

Tartá é um diamante bruto, que precisa ser trabalhado com muito carinho. Sabe desarmar, tem garra, coração, técnica, personalidade. Vai dar jogador, anotem aí.

Não vamos desanimar, amigos. O Flu está vivíssimo. Nenhuma instituição mobiliza o que o Flu mobilizou na reta final da Libertadores sem ser uma potência, uma força viva.

Não há pestes como Horcades, Carlos Henrique ou Tote, ou qualquer praga semelhante, que consiga destruir uma força viva da natureza, uma paixão como é o Flu.

Os gols do jogo foram mais ou menos assim: no primeiro, escanteio cobrado pela ponta direita, Cícero raspou de cabeça e Dodô, livre, pela meia esquerda, tocou de testa para o fundo das redes pateticanas. Aos 13 minutos de jogo.

No segundo gol, contra-ataque rápido do Flu, Conca e Dodô contra três zagueiros do Patético.

Conca, inteligente, esperou Dodô sair do impedimento e se livrar da marcação. Mowgli, então, enfiou na frente para o genial preguiçoso de cabeça quebrada.

Dodô, mais lento do que o zagueiro, apenas dividiu a bola, que sobrou livre para Conca, na cara do goleiro.

Nosso Mowgli, o Menino Lobo, tocou de canhota à direita do goleiro, com calma e categoria. Aos 39 minutos do segundo tempo.

Quando tudo parecia resolvido, e Tartá fazia suas bruxarias em campo, a bola lhe foi esticada na esquerda.

Tartá tapeou a marcação e, pela ponta esquerda, já dentro da área, virou alto, com enorme categoria, para Somália, que entrava pela ponta direita.

O passe alto foi caprichado, e Somália pegou de primeira, à La Dodô, um voleio mortal, que Roger Federer assinaria sem problemas. Aos 47 minutos. Nossa belíssima torcida enlouquecida.

Fluminense 3 x 0 Patético # Fernando Henrique (10); Rafael (6) depois Maurício (sem nota), Thiago Silva (6), Luiz Alberto (6) e Júnior César (6); Fabinho (6) depois Tartá (8), Arouca (6), Cícero (6) e Conca (7); Dodô (6) e Washington (6) depois Somália (7).
Gols: Dodô, aos 13 minutos do primeiro tempo; Conca, aos 39, e Somália aos 47 do segundo tempo.