SEMPRE FLU

Foi uma boa atuação, uma partida disputada como devem ser disputadas as partidas da Libertadores fora de casa.

Os corvos, os lorpas, os pascácios, os bovinos, as hienas da mídia irão dizer, como já disseram antes do jogo: #Ah, o Libertad é uma baba, é um time fraquíssimo, bom é o Caracas, é o Cerro Porteño, é o San Luis. A partida do Flu é mole, se perder é uma vergonha etc#.

Antes, não era nada disso. O grupo do Flu era o #grupo da morte#, todos apostavam que o Flu seria o último do grupo, eliminado de forma vexatória, porque #não tem tradição de Libertadores, é clube caseiro# etc.

É o que eles gostariam que acontecesse. Mas não aconteceu, e nem vai acontecer. Caminhamos para ser os primeiros do grupo, o time brasileiro com melhor desempenho até agora, o único a vencer fora de casa. Para desespero #deles#.

É até bom que o Flu continue desacreditado, com torcida contra, exatamente como aconteceu na Copa do Brasil. No fim, #eles# vão ficar surpresos.

O Flu começou bem o jogo, com excelente toque de bola, mas ressentindo-se de um melhor passe final, que deixasse Washington na cara do gol, ou de uma jogada de aproximação de Thiago Neves, Conca ou Arouca na área, para o arremate de surpresa.

O toque de bola é ótimo, mas há um defeito que pode nos atrapalhar, e que eu venho martelando aqui em todos os jogos do Campeonato Carioca: a falta de pegada no meio de campo, a marcação frouxa, que permite o toque de bola adversário até dentro da nossa área.

Contra o Libertad, dá pra sobreviver, mas já tivemos aborrecimentos em jogos contra os pequenos no Cariocão.

E quando pergamos um Boca, por exemplo, com o veneno de ação lenta de Riquelme, Palacio e Palermo, podemos pagar caro.

É preciso reforçar a pegada no meio, e não vai ser com Ygor que isso irá acontecer. É o pior de nossos volantes, dentre Romeu, Fabinho e Maurício. O Renato cismou com o Ygor, é um caso de protecionismo e pistolão explícitos.

Mas o Flu jogou bem, embora nada que empolgasse a nossa vibrante e aguerrida torcida lá no Defensores del Chaco.

Parabéns a todos os tricolores que foram ao Paraguai e deram show # dava pra ouvir pela televisão os gritos e cantos de incentivo.

No começo do jogo, sensacional saída de gol do Fernando Henrique, em bola enfiada para o centro-avante. O cantor de guarânia entrou livre, mas FH fez o corte e permitiu à defesa aliviar.

Aos 21 e 22 minutos de jogo, Thiago Neves e Conca, em lances separados, fizeram grandes jogadas e arremataram de fora da área para sensacionais defesas do goleiro Gonzalez. Nosso toque de bola estava ótimo.

O Flu sempre esteve melhor, mas por volta dos 28 minutos, Júnior César sofreu uma falta desleal e deslocou o cotovelo. Saiu de campo de maca, e nem falta o juizinho argentino marcou.

Sem o nanico em campo, veio a cobrança de um escanteio, aos 30 minutos. A defesa marcou pessimamente, principalmente Ygor, e um paraguaio daqueles meteu a cabeça e jogou no ângulo, sem a menor chance de defesa para Fernando Henrique, embora haja quem vá dizer que foi #frango#, certamente.

O Flu se perdeu um pouco # e custou a se achar. Ficou um jogo feio e errático. Aos 40 minutos, no entanto, duas boas jogadas do Flu quase resultaram no gol de empate, que estava perto de acontecer.

Aos 40 minutos e meio, finalmente, Gabriel arrancou pela intermediária, e deu a Conca, um passe vertical pela meia direita de nosso ataque, quase dentro da área.

O argentino bom de bola girou o corpo e devolveu ao lateral, que foi ao fundo e cruzou na cabeça de Washington, sempre bem colocado. Cesta!

Depois do gol, retomamos o controle do jogo e poderíamos ter virado ainda no primeiro tempo.

Mas viramos logo no começo do segundo. Jogo envolvente, escanteio a nosso favor, depois de um muchacho daqueles, certamente eleitor de Fernando Lugo, tentar assassinar o Conca. O juiz Hector Baldassi, um peronista safado, ignorou a falta.

Conca teve que cobrar duas vezes. Na segunda, Washington se antecipou à zaga e, na base da raça, arrastando-se no chão, jogou a bola na teia de aranha do goleiro Gonzalez. Era a virada.

A partir daí, o Flu manteve o jogo sob controle, e confesso que meu grande medo era uma eventual contusão de nossos jogadores mais importantes, como Washington, os dois Thiagos, o Conca.

Júnior César já parecia fora de combate, com o braço direito imobilizado, depois de ter feito excelente primeiro tempo. Mas quem saiu primeiro foi Arouca, para a entrada de Maurício.

Com o garoto Maurício, a pegada melhorou. Ele marca melhor, tem mais raça, embora não seja um grande passador de bolas.

Depois saíram ainda Thiago Neves, que não jogou bem, para a entrada de Tartá, que matou a pau, e Júnior César, que deu a vaga a Roger.

Se Thiago Neves tivesse jogado o que costuma jogar (é o melhor jogador em atividade no Brasil, afinal de contas), teríamos saído da terra de Romerito com um placar bem maior.

Tivemos ainda várias chances de gol, como um cruzamento de Roger para Washington, que por muito pouco não marcou um gol de placa. Esse lance, aliás, começou com uma belíssima jogada de Tartá.

Na seqüência, o Libertad saiu jogando mal, e Tartá recuperou. Mas levou uma porrada mais violenta do que a sofrida pelo exército de Solano Lopez na Guerra do Paraguai.

Parecia meio gol, bola parada na meia esquerda, do jeito que Washington gosta. Mas o chute saiu muito alto.

Depois disso, foi só administrar e sonhar com uma bela vitória sobre o Vasco # está na hora dessa vitória chegar. Pena que não dá tempo pra escalação de Leandro Amaral. Seria pra matar de raiva o Eurico e sua gangue.

Vamos em frente, esperar pela escalação de Leandro Amaral e torcer pela volta rápida de Dodô e até mesmo de (por que não?) Somália.

Gostaria de recomendar aos tricolores o blog Flusócio.com.br/blog, sempre com ótimos artigos, informações e notícias de bastidores do Flu.

Foi este blog, por exemplo, quem noticiou em primeira mão a liminar obtida em favor de Leandro Amaral, no meio da tarde desta quarta-feira.

Libertad 1 x 2 Fluminense: Fernando Henrique (8); Gabriel (7), Thiago Silva (8), Luiz Alberto (8) e Júnior César (8) depois Roger (8); Ygor (5), Arouca (6) depois Maurício (7), Thiago Neves (6) e Conca (8); Cícero (7) e Washington (9).
Gols: Washington, aos 40 do primeiro tempo e aos 5 do segundo.