Juve 1 X 1 Flu - Sofrimento Infinito - Por Cezar Motta. - 22/10/2006

O Flu até que começou bem o jogo. Toque de bola razoável, mais velocidade na subida ao ataque do que o ritmo de lesma que temos visto.

Mas a maior mobilidade e o melhor toque de bla não propiciaram jogadas claras de gol devido à ansiedade absurda dos jogadores.

Ansiedade que se revelava nas caras assustadas (ou melhor, apavoradas), nas pisadas na bola e no chute do Pedrinho na bandeirinha de escanteio, na pressa, na vontade de bater rápido.

Facilitava a vida do nosso time o fato de que o Juventude jogou uma partida péssima, abaladíssimo em sua autoconfiança depois da goleada sofrida para o São Paulo, e desfalcado de vários jogadores importantes.

Era o jogo propício para o Flu tirar o pé do lodo e emplacar uma vitória. Se o Juve jogasse sempre assim, seria o lanterna do campeonato.

Mas nosso time tem alguns jogadores mulherzinhas, aqueles que caem só de ver a sombra do adversário, como Juliano e Pedrinho, chupa-sangues como Bruno, e um inacreditável centro-avante que ninguém sabe como conseguiu marcar 12 gols no campeonato.

Sim, porque ele, o Tuta, simplesmente não sabe fazer gols.

O gol que o Tuta perdeu, depois de uma falha incrível da zaga do Juventude, lá pelos 10 minutos de jogo, é de matar de raiva, de ódio, até mesmo o Dalai Lama e o velho iogue Hermógenes, que em seus 90 e tantos anos de nunca soube o significado das palavras estresse ou irritação. Isso porque nunca torceu pelo time do Tuta.

A defesa abriu passagem para o Tuta entrar. Ele entrou e ficou olho-no-olho com o André, mas...pisou na bola e caiu sentado. Patético...

Para não deixar o Tuta envergonhado, Marcelo perdeu em seguida um gol ainda mais feito, na cara do goleiro # mas pelo menos criou toda a jogada a partir do meio de campo. Tabelou com Tuta e recebeu na cara do bom goleiro André, que já saiu do gol desequilibrado.

Com um pouco mais de calma e talento, Marcelo poderia ter driblado para o lado direito, ou ameaçar o chute. Mas não. Ele rebolou para chutar na mão do goleiro. Uma dsesperdício de jogada que mataria de vez o pobre Hermógenes, e faria o Dalai Lama xingar em chinês.

O Juventude se esforçava terrivelmente para entregar o jogo. Errava passes na própria meia-lua, não acertava uma saída de bola. Mas o Flu pipocava, ora com o cai-cai Juliano, ora com o fracote Pedrinho, ora com o trapalhão Tuta.

O tal Neto também nos deixa com uma saudade enorme do Gabriel. Neste domingo, até que ele correu e tentou no primeiro tempo. Mas sempre nega fogo no momento de fazer o passe decisivo, cruzar com precisão ou mesmo finalizar. Brocha invariavelmente na hora H.

De onde menos se esperava, veio o belíssimo arremate de fora da área, aos 43 minutos de jogo. Tanto o Juventude pediu que acabou recebendo. Juliano, pela esquerda, passou a Romeu, que teve tempo de ajeitar, olhar, e bater de curva, no ângulo direito de André, de fora da área. Um belo gol.

Começado o segundo tempo, parecia que, enfim, viria a vitória, depois de três derrotas seguidas e mais de um mês depois do jogo contra o Figueirense.

O Juventude começou ainda pior, errando tudo, o que permitiu a Tuta e Pedrinho perderem seguidas chances de gol, na cara de André.

Trata-se do Fluminense, e isso não passa impunemente. Aos poucos, jogo fácil demais, o nosso time começou a se tornar preguiçoso, a oferecer espaços terríveis no meio de campo, os jogadores a passear, a andar indolentemente.

E o castigo veio a cavalo (já que era um jogo na Serra Gaúcha...). Falta em nossa intermediária, bola na nossa área, falha coletiva de Marcão, Thiago Silva e Gabriel Santos. Os três pularam errado e o Marcel cabeceou no ângulo.

Foi o único erro do Marcão e do Thiago Silva em todo o jogo.

Pronto. Eu tive a instantânea certeza de que o empate já seria bom resultado, porque não via no time nenhuma vontade para marcar outro gol.

Pelo menos não por parte das mulherzinhas do time, Pedrinho, Juliano, os chupa-sangues Bruno e Neto. E eram os jogadores de ataque. O Tuta, sozinho, não conta, não existe.

Juliano passou a se jogar no chão em toda bola que recebia. A ponto do PCGosmão gritar, alucinado: #Pára de cair, porra!!#. O grito pôde ser ouvido nitidamente em mais uma das cenas de teatro armadas pelo Juliano.

Lenny entrou no lugar de Pedrinho. Mas continua parecendo displicente e querendo sempre tentar jogadas geniais. Só que sempre erra na seqüência, ou se atira ao chão.

Finalmente, o golpe de misericórdia em nossa paciência e em nossas esperanças: Rissut e Evando. Em #A Divina Comédia#, o poeta Dante Alighieri conta, no fim do Canto II, que chega à porta do inferno, guiado por Virgílio, e lá está a inscrição ameaçadora: #Deixai fora toda a esperança, vós que aqui entrais#.

Uma voz me disse coisa parecida quando vi Evando e Rissut no aquecimento. Estávamos às portas do inferno.

A partir dos 30 minutos do segundo tempo, o jogo ficou terrível de se ver. Passes absurdamente errados de ambas as partes, erros primários, e mais um gol incrível desperdiçado pelo Flu.

A defesa do Juventude marcou em linha, como aconteceu durante todo o jogo. O Lenny passou pelo meio dos dois zagueiros, que pareciam dois postes parelelos (um deles, o nosso velho conhecido Igor # o PerIgor), invadiu a área sozinho com o goleiro André, a menos de um metro de distância e... pisou na bola e caiu.

Exatamente como Tuta no primeiro tempo. Lenny parece cada vez mais dispersivo e individualista. Pena, porque tem enorme potencial.

Perdido este gol feitíssimo, minha vontade foi atirar a lata de cerveja na tela da televisão e tratar de outra coisa.

E aí bateu o medo do gol de virada deles. E quase veio, não fosse o preciso senso de cobertura do Marcão, que botou a chanca número 42 na frente da bola e desviou para escanteio.

Está difícil, amigos. Já fomos ultrapassados pelo Curintcha e nossa única sorte é que a Ponte Preta parece já ter jogado a toalha, assim como São Caô, Fortaleza e Santa Cruz.

Precisamos desesperadamente vencer o Grêmio, ou melhor, precisamos vencer os jogos em casa, pelo menos. A agonia não tem fim.

Ainda vamos passar pelos sete círculos do Inferno de Dante antes de entrar no Purgatório. Se é que, ao contrário do poeta, não ficaremos pelo Inferno mesmo...

Juventude 1 x 1 Fluminense: Fernando Henrique (5); Marcão (7), Gabriel Santos (5) e Thiago Silva (7); Neto (4) depois Rissut (4), Romeu (7, pelo golaço), Bruno (4), Juliano (4) e Marcelo (5); Pedrinho (5) depois Lenny (5) e Tuta (3) depois Evando (2).
Gol: Romeu, aos 43 do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Marcão, Neto e Juliano.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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