Quem conhece Wagner Tardelli já esperava pelo pior. Nos últimos Flu e Bota que ele apitou, o Bebeto de Freitas fez escândalo. Acusou o Fluminense de ter #esquema# de arbitragens, esperneou etc. Faz parte do show da cachorrada. Querem sempre ser beneficiados.

Quando li, ainda ontem, sobre a escala de árbitros para este jogo, previ o pior. O Tardelli, que tecnicamente um bom juiz, quando quer, é, no entanto, um indivíduo sem qualquer caráter, sujeito a pressões, um covarde. Eu sabia que seríamos roubados.

O gol do Botafogo merece entrar para uma antologia de roubos no mesmo parâmetro do grande assalto ao trem pagador na Inglaterra, que valeu fama ao Ronald Biggs.

O tal do Juninho conseguiu colocar-se atrás do goleiro Diego. Fez um gol de cabeça tão impedido que até mesmo a tchurma que transmite pelo Sportv fingiu-se de chocada na hora. Aquilo não foi só um impedimento: foi um estupro.

Claro que ninguém do Fluminense vai protestar, vai ficar tudo por isso mesmo. O Juliano merecia ser expulso? Alguns torcedores, ingênuos e bobos, do Fluminense, vão dizer que sim. Mas o time do Botafogo fez dezenas de faltas piores ao longo do jogo sem ao menos um cartão amarelo.

Vou citar apenas um: Lá pelos 38 minutos do segundo tempo, o Arouca arrancava para um contra-ataque quando um tal de Bill agarrou-lhe a camisa e aplicou-lhe uma rasteira por baixo. Cotovelaços e empurrões, para impedir contra-ataques, houve vários por parte do time do cafajeste Bebeto de Freitas.

Mas o Horcades não vai reclamar. Ninguém vai reclamar. E, não duvido, o Wagner Tardelli vai novamente apitar Flu e Bota na semana que vem, para nos eliminar desta Sul-Americana. Alguém duvida? Vamos ser roubados novamente, em pleno Maracanã.

Quanto ao jogo, vamos tentar resumir, com enorme frustração por sofrer uma pressão enorme de um time que tem Júnior César, Bill, Diguinho, Jefferson Feijão, Claiton e outros elementos que se equivocaram de profissão.

Foi um jogo de enorme empenho físico e emocional dos dois times, que precisam de afirmação. Só que um deles tem uma folha de pagamento que não chega a um milhão de reais, enquanto o outro paga um total de salários superior a dois milhões.

Parecia que o Flu iria vencer, logo no começo, porque a zaga do Botafogo, fraquíssima, errava nas saídas de bola e perdia lances fáceis para o Osmar, que mostrava enorme empenho.

Em uma das roubadas de bola, Osmar deixou Tuta na cara do gol, mas ele adiantou demais quando ultrapassou um zagueiro e permitiu a saída do goleiro Lopes.

O nosso notório e finório Wagner Tardelli, desde o início, parecia disposto a compensar a choradeira permanente do Eurico envernizado e legitimado pela mídia, o vigarista Bebeto de Freitas.

Em um lance bobo, aplicou cartão amarelo no Juliano, aos 12 ou 13 minutos de jogo. No lance seguinte, com o Juliano de costas para o jogador do Botafogo, ele finalmente redimiu-se com Bebeto e a cachorrada: expulsou o Juliano.

A partir daí, permitiu toda sorte de entradas violentas do Botafogo sem aplicar cartões. Era uma espécie de pagamento de dívidas, de mea culpa com a cachorrada e o canalha que a preside.

Mas o Flu, incrivelmente, melhorou com a expulsão do Juliano. Marcelo entrou no lugar do bom Osmar. O Delegado sabe substituir.

Nosso time passou a correr, a dar tudo de si, a jogar com enorme empenho e inteligência tática. Fica a pergunta: Por que não fazem isso em todos os jogos? Por que insistem em perder todas as divididas, em jogar de forma preguiçosa e entregar jogos praticamente ganhos, como aqueles contra Grêmio, São Caetano, Goiás etc etc??

Parecia que o Flu tinha um a mais, tamanho o empenho do time, e finalmente, aos 29 minutos, em um novo e rápido contra-ataque, Tuta recuperou uma bola perdida na ponta esquerda e rolou para Arouca, que entrava como um ponta-direita. Arouca encheu o pé e meteu no ângulo do bom goleiro deles, o Lopes.

Tudo indicava que, mesmo com a má vontade do juiz, o Flu conseguiria finalmente uma vitória. No intervalo, pelas entrevistas, os jogadores do Flu pareciam em sintonia com a torcida: temos que vencer, a dedicação foi decisiva para o bom resultado etc.

Começamos o segundo tempo de forma inteligente: um fortíssimo bloqueio defensivo e tentativas de contra-ataque com o enorme talento ainda verde de Marcelo.

Aos 15 minutos, Marcelo arrancou, jogou de um lado do Rafael Marques e pegou do outro, em alta velocidade e enorme categoria, e chegou à meia-lua. Para nosso azar, o chute final saiu rente à trave esquerda do time dos mortos-vivos.

Lopes tirou o pouco confiável Romeu e pôs o péssimo Ângelo. Um dos piores jogadores, em 40 anos, que já vi no Flu, no aspecto técnico.

O Flu armou um forte bloqueio, mas ficou encurralado diante de um time fraquíssimo. Aparentemente, foi um bom resultado, mas não é aceitável levar calor do Botafogo.

Wagner Tardelli, de caráter semelhante ao dos mensaleiros e sanguessugas, esperava o momento de garantir o empate. Bebeto de Freitas estava de olho nele. E eles, Bebeto e Tardelli, conseguiram.

Bola cruzada na área, o Reinaldo, impedido, cabeceou para o ainda mais impedido zagueiro Juninho, que estava atrás do nosso goleiro. Um impedimento escandaloso, que chegou a chocar os narradores do Sportv.

Batida a nossa carteira, estuprados o nosso time e a nossa torcida, ficamos ainda mais acuados. Chutões para o alto, bumba-meu-boi, o que, diante de um time ridículo como o Botafogo, é simplesmente humilhante.

Quando o Flu tentava um contra-ataque, os botafoguenses apelavam para agarrões, faltas por trás, anti-jogo, o diabo. Mas o Tardelli estava ali para contentar o Bebeto.

Vejo um lado positivo: o nosso time tem demonstrado vontade de reagir, de mudar o quadro negativo. Depois da derrota para o Goiás, temia pela rendição absoluta. Parecia que o time havia jogado a toalha e entraria em um ciclo de derrotas semelhante ao dos anos de rebaixamento.

Não é o que temos visto. Há espírito de luta, vontade de vencer, garra. Falta apenas uma solidez tática que nos permita voltar a vencer. Se houver paciência com o Delegado, é possível que cheguemos a um equilíbrio.

Temo, no entanto, o desgaste físico deste jogo, que nos pode prejudicar no jogo de domingo contra o Paraná. O time sofreu, repito, enorme desgaste, principalmente por parte dos principais jogadores, como Roger, Thiago Silva, Marcão, Marcelo, Arouca.

Mas houve uma sensível melhora de Rissut, Tuta, e de outros jogadores em não confiávamos mais.

Botafogo 1 x 1 Fluminense: Diego (6); Rissut (5), Anderson (6), Thiago Silva (6) e Roger (9); Marcão (8), Romeu (6) depois Ângelo (5), Arouca (7) e Juliano (1); Tuta (7) depois Lenny (5) e Osmar (7) depois Marcelo (7).
Juiz: Wagner Tardelli (0) # Ladrão safado.
Gols: Arouca, aos 29 minutos do primeiro tempo, e Juninho (impedidíssimo), aos 20 min do segundo tempo.
Cartões amarelos: Juliano, Marcelo, Roger e Rissut.
Cartões vermelhos: Juliano.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br