Ataque mais positivo (23 gols), maior saldo de gols (15), único invicto do campeonato, sem saber o que é derrota no Maracanã há quase seis meses.

E isso tudo apesar de não ter ainda encontrado a escalação certa # longe disso, temos visto um desperdício de elenco (talvez o melhor do Brasil, apesar de alguns desequilíbrios), com escalações equivocadas e erros de arbitragem contra nós, com pênaltis claros nunca marcados.

Se tivesse apostado antes do jogo, eu cravaria um empate, ou uma vitória apertada do Flu, pela ausência de atacantes.Achava também que ninguém correria grandes riscos, o que provocaria um jogo morno.

Errei totalmente, porque nenhuma goleada de 4 a 1 do Flu é jogo morno para nós, tricolores, principalmente em cima da arrogante, paparicada e supervalorizada urubulândia. O Flu terá uma semana inteira para treinar antes da semifinal e do jogo contra o LDU, lá no alto do morro do Equador. Espero que o Flu jogue lá com um meio de campo protegido, ou pelo menos com três zagueiros.

Vamos a esse Fla-Fla delicioso # toda goleada sobre eles é deliciosa. Com dois minutos de jogo, o Flu já tinha arrumado duas faltas pela direita do nosso ataque, em cima de Thiago Neves e de Conca. Começamos pressionando, embora a falta de atacantes tenha atrapalhado demais.

Parênteses: dia de muito, véspera de nada. Passamos um turno inteiro com três atacantes e um meio de campo deserto, e fomos para a rodada final com um ataque terra de ninguém e um meio de campo superpovoado. Fecha parênteses.

Aos sete minutos, Conca fez grande jogada pela esquerda, livrou-se de três, rolou para Thiago Neves dentro da área. O melhor jogador do campeonato (talvez de todo o Brasil este ano), Thiago Neves, girou bem, mas bateu mal, de pé direito, fraco, no canto.

Aos 11 minutos, o urubu chegou, e Fernando Henrique (ao contrário do que disse a péssima equipe do Sportv, nunca perdeu para o Flamengo em toda a vida, e não apenas como profissional) fez grande defesa .

O Flu apresenta-se bem mais compacto do que nos jogos anteriores, por causa do grande número de jogadores de meio de campo. Só não marcamos devido à falta de pelo menos um atacante. Mas Rafael e Gustavo Nery jogavam muito mal, sumidos do jogo.

Fabinho também comprovava que não pode ser titular. Aos 20 minutos, perdeu estupidamente uma bola para o Kleberson, pertinho da área, mas Fernando Henrique defendeu.

Aos 33 minutos, erro grave da arbitragem. Thiago Neves recebeu livre, em condição legalíssima, mas o bandeirinha errou e levantou o que antigamente se chamava de #instrumento de trabalho#.

Aos 36 minutos, novo erro de marcação e Diego Tardelli chutou forte, da entrada da área, para nova excelente defesa de Fernando Henrique. Aos 42 e aos 44 minutos, boas chances de gol desperdiçadas por Cícero # que jogou bem, e fora de posição.

A chuva atrasou o recomeço do jogo por quase 10 minutos no segundo tempo. O Flu voltou sonolento e, aos 4 minutos e 47 segundos, a bola foi cruzada na área pelo tal Índio, que livrou-se com enorme facilidade do mole e sonolento Gustavo Nery. Diego Tardelli aplicou uma cotovelada no Roger, que ia cortar, atirando-o ao chão, o que permitiu a Kleberson marcar . Placar injusto.

Três minutos depois, no entanto, falta a nosso favor pela direita de nosso ataque. Thiago Neves e Conca poderiam cobrar, porque são excelentes no fundamento. Thiago, que melhora a cada partida, meteu uma curva, e a bola descaiu como um pião louco no canto esquerdo baixo do Diego Mancha, um frangueiro profissional e de carteira assinada.

Aos 11 minutos, quase viramos. Thiago Neves entrou driblando na área, mas a falta de atacantes de ofício estragou tudo. Tentou passar ao Cícero, que perdeu o gol. A cena se repetiu aos 19 minutos, quando novamente Thiago deixou Cícero livre na área, pela esquerda, mas o capixaba chutou fraco.

Aos 23 minutos foi a vez de Conca esticar na esquerda para Cícero. Ele cruzou com violência, mas ninguém aproveitou.

Aos 27 minutos, Rafael sofreu falta perto do bico esquerdo da área dos urubus. Praticamente no mesmo lugar em que Thiago Neves executou Diego Mancha. Tive a certeza: vai ser gol. E Thiago Neves foi cruel: em vez de bater no mesmo lado esquerdo, ele preferiu caprichar ainda mais na curva e jogou lá no outro lado, no ângulo direito, provocando talvez um bico-de-papagaio ou um deslocamento de vértebra no pobre Diego.

Aos 31 minutos, o Flu errou de novo na saída de bola, o horroroso zagueiro urubu Thiago Sales (de craque, só tem o primeiro nome) recuperou, entrou na nossa área mas, felizmente, isolou a bola.

Aos 33 minutos, a mais bela jogada deste início de ano em todo o futebol brasileiro. Thiago Neves partiu pela esquerda, tabelou com Cícero, recebeu na meia e enfileirou a zaga da Urubulândia.

Thiago Neves driblou um, driblou dois, bola entre as pernas, driblou três, mas a bola insistia em ficar no pé direito. Ele teve calma, então, para dar um tapa sutil com o lado de fora do pé esquerdo, longe do alcance do Mancha. Covardia...

Aos 42 minutos, a última pá de terra na cova do Urubu. Falta do lado esquerdo, bola na área, e Maurício entrou sozinho, como um ponta direita, e jogou a bola lá no ninho do Urubu. Delírio total, e o Sportv murchou, porque até o meio do segundo tempo insistia em mostrar apenas a torcida do Flamengo. Aos 45 minutos e meio, Fernando Henrique ainda teve tempo de mostrar serviço e fazer excelente defesa, garantindo o saldo de gol.

Vamos agora esperar a Cachorrada, e caprichar nas bolas altas na área deles, para que Washington possa deslanchar na artilharia e massacrar o nanico goleiro Castillo, que não faz jus ao nome. Não temos ainda um time definido, e está claro que é preciso povoar mais o meio de campo, retirando um atacante (Dodô), para pôr três zagueiros, ou o Conca, ou até mesmo o Romeu.

Ridícula a #agressividade# do Obina no final do jogo, tentando agredir o garoto Anderson, acusando-o de deboche. É uma triste figura esse Obina, endeusada pela torcida e por uma mídia, um molambo ruim de bola e apalhaçado, mas com muito espaço em jornais e tevês, por torcedores travestidos de jornalistas. Chora, Urubulândia, chora, nas arquibancadas, nas ruas e nas redações de jornais, nas rádios e nas tevês.

Urubu 1 X Fluminense 4: Fernando Henrique (8); Rafael (5, pela falta que sofreu e resultou no segundo gol); Anderson (6), Roger (9) e Gustavo Nery (2); Fabinho (5), Romeu (7), Arouca (7) depois David (5), Conca (7) depois Maurício (7), Thiago Neves (10, ou mil, se quiserem) depois Tartá (7), Cícero (8).
Gols: Thiago Neves, aos 7, aos 27 e aos 33, e Maurício, aos 42 minutos, todos no segundo tempo.
Cartões amarelos: Arouca, Gustavo Nery e Anderson.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br