São Paulo 1 X 1 Fluminense - Por Cezar Motta. - 25/08/2005

É muito sofrimento para os nossos pobres corações tricolores (porque o São Paulo é, na verdade, rubro-negro). É preciso que se diga, logo de começo, que é inadmissível que um time que joga com três zagueiros tome um gol como aquele do Amoroso. Um absurdo. Os três patetas estavam em linha, deixando soltos o Amoroso e o Christian.

Um jogo que nos poderia ter garantido os três pontos, se o Leandro usasse o cérebro com a mesma intensidade com que usa as pernas, os pulmões e a vontade. Primeiro, o gol perdido, logo no primeiro tempo, na cara do Rogério Ceni, depois de uma bela trama que envolveu Petkovic, Felipe e Juan. Depois, no segundo tempo, quando recebeu uma bola pela direita, também na cara do narigudo marqueteiro. Mas isolou pela linha de fundo, em chute cruzado maluco e sem sentido.

Dada a fraqueza da nossa zaga, o esquema do Abel até que funciona, embora nos mate do coração. Um bloqueio muito atrás, perto da nossa área, e a busca do contra-ataque. E foi assim o começo do jogo. O Flu se fechava, esperava o São Paulo e, quando retomava a bola, apostava no toque de bola de jogadores habilidosos como Pet, Felipe, Gabriel, Beto e Leandro.

Mas faltava objetividade, a jogada mortal, de área. Era muito toque, muitos passes e driblinhos curtos, e pouca eficiência ofensiva. Quando, no entanto, prevaleceu o talento de Pet e Felipe, o Leandro perdeu na cara do Luciano Huck espichado. Em vez de pensar, olhar, esperar a decisão do frangueiro, que já caía antes do chute, e tocar de chapa no canto oposto, Leandro preferiu encher o pé e isolar a bola. Meu filho, de seis anos, disse: #Pai, ele tinha que chutar rasteiro#. Elementar, meu caro Leandro...

E o panorama seguiu assim durante todo o primeiro tempo. O São Paulo não conseguia o gol, mas pressionava, e o Flu se defendia e saía na base do toque de bola, mas sem a jogada mortal. Sem entrar na área. A chance havia sido desperdiçada. No segundo tempo, Petkovic, que era um dos melhores do Flu, cansou, visivelmente. E o ritmo do time caiu.

O São Paulo, ao contrário, voltou com vontade redobrada. E todos tememos pelo pior. Mas, desta vez, o Abel fez as substituições certas. Tirou o exausto Petkovic e o Leandro (como poderia ter tirado o Beto). Pôs
Tuta e Juninho. O brilho técnico do toque caiu, mas voltou a pegada.

Finalmente, aos 35 minutos, Juan afinal fez um cruzamento perfeito, na cabeça do Tuta que, meio impedido, matou o marqueteiro narigudo. E levantou, com a cara amarrada, sem festejar. Logo, entrou o Preto no lugar do Beto, para reforçar e dar consistência ao meio de campo.

Mas, logo, dois minutos depois do nosso gol, nossas deficiências explodiram na nossa cara. Em uma rebatida errada da nossa zaga, o Mineiro lançou uma bola alta, dentro da área, fácil de controlar. Mas nossos três (!) zagueiros se adiantaram antes da hora e deixaram Amoroso e Christian livres. E Amoroso não é Leandro. Tocou sem chances para Kleber.

A partir daí, era rezar para o fim do jogo. Fisicamente, o time deles se impunha, ganhava todas as divididas, pressionava. E nossos jogadores insistiam em sair em toques curtos na entrada da área # várias vezes foram desarmados e quase o desastre se consuma.

Nosso time tem uma virtude belíssima: a garra, o empenho, a união, a luta de todos os jogadores. Mas tem, também, graves deficiências técnicas e de inteligência. O Juan e o Leandro são exemplos disso: lutam, dão o sangue em campo, mas como erram, por falta de raciocínio!

O Milton do Ó não é jogador para o Fluminense. A insegurança e a fraqueza técnica que demonstra são gritantes. Um juiz mais rigoroso teria marcado dois pênaltis dele. Espero que o Thiago corrija isso.

Mas, como sempre este ano, há boas notícias: ficou claro que, quando Petkovic entrar em forma e conhecer melhor os colegas, vai arrebentar com o Felipe. Enquanto teve fôlego, foi ótimo. No segundo tempo, pesaram os três meses sem jogar e os 33 anos. Mas ele sabe dosar seu ritmo, a técnica é impressionante, e acho que vamos ter muitas alegrias com ele.

O Tuta continua puto com o Abel, e espero que isso não envenene o ambiente entre os jogadores. O time está sendo remontado, é um time novo, com peças novas, e tem tudo para engrenar.

Eu diria, hoje, que o título está entre o Flu, o Curintcha, o Cruzeiro, o Santos e o Parmêra. E estamos a três pontos dos líderes, com um jogo teoricamente fácil no domingo, contra o Paysandu. Mas tem que ganhar, porra!!
São Paulo 1 x 1 Fluminense: Kleber; Gabriel Santos, Milton do Ó e Igor; Gabriel, Arouca, Felipe, Petkovic (Juninho) e Juan; Beto (Preto) e Leandro (Tuta).
Gol: Tuta, aos 35 minutos do segundo tempo. Não houve cartões amarelos para o Flu # apenas um para o Júnior, do São Paulo.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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