Juventude 3 X 4 Fluminense - Por Cezar Motta. - 12/10/2005

Não se choque, amigo leitor, com a frase que vem a seguir, porque eu explico adiante: ainda bem que já escapamos matematicamente do rebaixamento, porque estamos sendo roubados. E de forma desavergonhada.

A roubalheira deste juiz mineiro ocorreu quase nos mesmos padrões de 1997, quando foi anulado até mesmo um gol em que o Rogerinho veio de trás e marcou, contra o União São João de Araras.

Jogamos mal durante todo o jogo, é verdade. Alguns jogadores estiveram longe de um padrão aceitável para a primeira divisão # além da fraqueza técnica, uma apatia irritante, principalmente no primeiro tempo.

Um amigo tricolor me telefonou logo após o jogo e comentou: #Achei até que o juiz iria sair comemorando o terceiro gol do Juventude, tal a euforia dele naquela corrida de volta ao meio de campo#. E foi mesmo, o juizinho ficou eufórico.

Vamos a um resumo do roubo, e depois falamos do jogo: um minuto de partida, preguiça do Juan, bola alçada na área, o péssimo (vinha bem, mas há três jogos tem sido horroroso) Gabriel Santos perdeu na cabeça para o Índio, que ajeitou para Enilton que estava praticamente ao lado de Kleber.

Impedimento escandaloso, que até o Batista e o locutor caseiro reconheceram. Mas o ladrão e seus ajudantes validaram.

Em todo desarme que o Fluminense conseguia, lá vinha o apito, marcando a falta. Irritava o time do Flu, na melhor receita Edílson Pereira de Carvalho, que recomenda: para prejudicar um time, irrite seus atletas, inverta faltas etc.

Até que, na entrada da área, o careca Enilton (ótimo centro-avante) tentou girar e foi desarmado. Lance normalíssimo, mas sob medida para o apito caseiro inventar a penalidade.

Segundo tempo: Milton do Ó ganha bola no ombro, o juiz marca falta e, pior, amarela o zagueiro. Como ele expulsou um jogador adversário, estava louco para compensar. E o Milton do Ó, no final do jogo, fez um desarme normal no Marcelinho, sem falta, mas recebeu o segundo amarelo.

Agora, sobre o jogo: uma das piores partidas do Flu no campeonato, principalmente no primeiro tempo. Ninguém corria, parecia um time de futebol-totó, aquele dos bonecos na mesa.

Apesar de três cabeças-de-área, o Flu não marcava ninguém, os zagueiros do Juventude invadiam nossa área com enorme facilidade, e aquele Roger compridão, ex-lateral do Fla, chegou a perder um gol na cara do Kleber, acertando a trave.

O zagueiro Antônio Carlos, com quase 40 anos, ia até à linha de fundo, sem marcação. Parecia que tudo estava perdido.

No lance do pênalti, o jogador do Juventude ajeitou pela direita na nossa intermediária. Coçou o nariz. Ajeitou o calção, espirrou, esfregou os olhos. Tudo isso com o Arouca e o Juan, preguiçosamente, olhando de longe. O negão passou com enorme facilidade para o Enilton cavar o pênalti.

E a preguiça do Flu chegou a tal ponto que, no fim do primeiro tempo, o Radamés recebeu uma bola sozinho pela lateral direita, foi cercado por quatro jogadores e ninguém encostou para ajudar. Parecia que outra tragédia estava a caminho, outra goleada.

O time voltou melhor para o segundo tempo, apesar da entrada do Maicon e da insegurança de Gabriel Santos e Milton do Ó. Pelo menos, conseguia segurar a bola e tentar algumas jogadas de ataque (ah, que saudades do Leandro!).

Parecia que a expulsão de um jogador do Juventude, aos seis minutos, iria nos propiciar a virada. O juizinho não teve como evitar a expulsão do cabeludo Juliano, também ex-Flamengo.

Mas até atacando e pressionando, o time do Flu era preguiçoso. Ficavam cinco ou seis jogadores tocando a bola, indolentemente, na intermediária do Juventude, sem penetração.

Apenas Tuta buscava o gol, mas não estava em um bom dia. Perdeu dois dos chamados gols feitos, além de cabecear uma bola na trave.

E foi precisamente Tuta que, com um ótimo toque, lançou Gabriel na direita. O Anjo cruzou na medida para o gol de Adriano Magrão, apesar da presença incômoda e em impedimento do Maicon, que quase estragou o lance. Eram 11 minutos do segundo tempo.

De novo, Tuta deixou Adriano Magrão na cara do gol. E ele quase perde, mas era o empate. Com um pouquinho mais de esforço, a vitória viria.

Mas o sistema defensivo continuava um horror. Marcelinho, ex-Grêmio, de 18 anos, quebrou a espinha de Gabriel Santos fora da área e lançou Ramalho na esquerda. O volante cruzou e o baixinho e excelente Lauro ganhou na cabeça de Maicon e Milton do Ó e fez 3 a 2.

Quase atirei a televisão pela janela. Tudo parecia perdido. Mas aí, Adriano Magrão, que já havia marcado os dois gols, fez uma jogada de Robinho (um Robinho pesadão e desajeitado, mas ainda assim sensacional).

Aplicou a pedalada e o drible no Antônio Carlos, bateu de canhota e o goleiro espalmou para a meia lua, onde Lenny aproveitou o rebote e marcou. Pelo jogo que o Flu fez, e pela derrota no primeiro jogo, o empate não era um mau resultado.

Mas tinha mais. Na única vez em que não lembrou Alan Bob Esponja em todo o jogo, Pet, que esteve péssimo, recebeu pela esquerda, correu uns 40 metros e tocou entre as pernas do goleiro, pela esquerda, e de canhota. Era a virada de matar do coração.

Logo em seguida, Tuta recebeu livre, entrou na área sozinho, sozinho, e se deixou desarmar pelo goleiro Fabiano. Seria um 5 a 3 sensacional, se ele não desperdiçasse a chance. E ele merecia o gol, porque foi o maior guerreiro do Flu, o único que nunca desistiu.

Dito isso, resta acrescentar que foi uma vitória capaz de retemperar o ânimo dos jogadores e nos pôr de volta na briga.

Mas a falta que o Leandro faz é impressionante, porque é o homem que segura a bola na frente, é o homem dos lances imprevisíveis, é o guerreiro que incendeia o time. A saída dele provocou uma queda indiscutível de rendimento.

Podemos voltar a torcer. E Adriano Magrão desencabulou e fez ótima partida.

E que bom, ver o Vasco chorando arbitragem em jogo em São Januário, e na zona do rebaixamento! Impressionante a choradeira, eheh!!
Juventude 3 x 4 Fluminense: Kleber; Gabriel, Gabriel Santos, Milton do Ó e Juan; Marcão, Arouca (Lenny), Radamés (Maicon), e Petkovic; Tuta e Rodrigo Tiuí (Adriano Magrão).
Gols: Adriano Magrão, aos 11 e aos 35 minutos, Lenny, aos 44 e Petkovic, aos 47 minutos, todos no segundo tempo.
Cartões amarelos: Arouca e Milton do Ó.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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