Fluminense 2 X 1 Universidad Catolica - Por Cezar Motta - 19/10/2005

O Fluminense vem jogando mal desde o empate com o Inter, no Beira Rio. Durante esse período, amargamos a goleada contra o Paraná e a derrota para o Curintcha.

Mas também vibramos com algumas vitórias absolutamente inesperadas, por causa das viradas sensacionais no final, depois de atuações medíocres ao longo do jogo.

O que eu quero dizer é que o time tem vencido sem convencer, sem grandes atuações. As viradas se devem ao esforço individual de alguns jogadores que não aceitam derrotas, como Tuta e Leandro (contra o Santos), e ao brilho técnico de Gabriel e Petkovic.

Os demais jogadores caíram de forma assustadora, além do fato de que o time do Flu tem demonstrado um jogo coletivo, tático, abaixo de medíocre.

O cansaço pode ser uma explicação. Tanto que, lá pelos trinta e poucos minutos do segundo tempo deste jogo contra o Universidad Catolica, o time acelerou o jogo e quase marcou o terceiro gol. Mas não deu seqüência e parou de novo.

E não pode tomar um gol como o que tomou. No mesmo instante, me bateu a lembrança da Copa do Brasil que perdemos para o Internacional em 1992. Um golzinho que pode ter sido fatal, porque lá em Santiago a UCA não vai jogar de forma tão passiva como hoje.

Em suma: foi um mau resultado, e uma péssima atuação. Começamos o jogo de forma lenta, com a preocupação de evitar a velha rotina: a de tomar gols antes dos dois minutos de jogo.

Conseguimos, mas mesmo assim o time se arrastava ao ritmo da lesma, do chumbo, do homem dentro do pesadelo, como escreveu mestre João Cabral de Mello Neto.

O gol de Juan foi inesperado, porque o lateral era um dos piores e mais irritantes do time. Nem o fraco goleiro argentino acreditou quando a bola chutada de longe entrou no ângulo, aos 24 minutos.

rtir daí, o time melhorou um pouco, o UCA sentiu o golpe, e o segundo gol era questão apenas de um pouquinho mais de empenho e esforço. E finalmente Petkovic marcou o gol de falta que a gente tanto esperava, aos 34 minutos.

Mas a rotina seguia inalterada: Gabriel Santos está cada vez mais inseguro e errático, Schneider, com medo de correr riscos, tentava livra-se logo da bola, Juan em 90 minutos conseguiu apenas acertar a bola do primeiro gol, Rodrigo Tiuí com uma impressionante incapacidade física, técnica e psicológica.

No intervalo, Abel, irritado, dizia que o time abusava do toquinho, achando que estava tudo decidido. E urrava: #vamos acabar tomando um gol, e isso não pode acontecer#.

volta para o segundo tempo, o time estava ainda mais irritante. Como tem acontecido em todos os jogos: preguiça, displicência, erros tolos de passe pertinho da nossa área. E pedindo para tomar um gol.

Até que, quase aos 20 minutos, Abel finalmente resolveu sacudir o time: pôs Preto no lugar de Schneider, devolvendo Gabriel à lateral direita.

A preguiça continuou, mas o time ficou um pouco mais consistente no meio. Depois, Abelão pôs Juninho no lugar de Tiuí e Romeu no de Arouca, que implorava para sair de campo, alegando cansaço.

Há um erro tático fundamental no Fluminense: como a saída de bola da defesa para o ataque é ruim, Petkovic recua para pedir a bola aos zagueiros. Com isso, ele está sempre longe da área e do gol adversários, desgasta-se demais, não chega na frente, e deixa Tuta sempre isolado. Isso se tem repetido de uma forma tão evidente que até o pessoal do Sportv percebeu hoje.

E tem mais: como recua muito, tem excesso de autoconfiança e se desgasta fisicamente, Pet começa a perder bolas perto da nossa área e a ceder contra-ataques mortais aos adversários. Foi o que aconteceu contra o Flamengo, por exemplo, naquele empate inaceitável.

O que não dá para aceitar é a preguiça com que jogadores descansados, como Preto, Romeu e Juninho entraram em campo. Quando Tuta alega cansaço (e ele nunca faz isso), Gabriel e até o Juan, é uma coisa aceitável. Eles jogaram praticamente todas as partidas do time.

Mas Juninho, Preto e Romeu, além de Tiuí, Milton do Ó e Schneider, por exemplo, não podem falar em cansaço. Os caras têm jogado pouquíssimas vezes. Entram em campo e não aproveitam a chance de se firmar, não lutam, não mostram serviço.

Juninho deu raiva, pelos erros que peladeiro nenhum comete sem levar esporro. Carregava a bola e saía com ela pela lateral, sozinho, por ruindade e total falta de controle da pelota. E não tentava sequer um desarme. Só queria bolinha no pé.

Estava na cara que iríamos tomar um gol no final do jogo. Mas o pior é ver que eles retomaram a bola lá no nosso ataque e trocaram passes até dentro da área sem que um desgramado desses que entraram descansados fizesse, se não o desarme, pelo menos a falta.

Erros de cobertura, moleza nas divididas, falhas de posicionamento, preguiça, má colocação, burrice no combate direto e na compreensão do jogo. Falta de ambição de marcar o terceiro gol e liquidar o assunto.

Tudo isso permitiu o golzinho dos chilenos aos 48 do segundo tempo, quando o juiz já olhava preguiçosamente o relógio e pensava no vinho que iria tomar no jantar em um restaurante da Zona Sul. E o fantasma da Copa do Brasil de 1992 nos atingiu em cheio.

Pelo histórico de luta deste time do Flu, podemos até acreditar que a vaga é possível lá em Santiago.

Mas pela maratona de jogos e pelo cansaço evidente de algumas das principais peças, como Gabriel, Tuta, Pet, e até o Juan, ficou meio complicado. Nossa esperança é que até lá, duas semanas a mais, já tenhamos o Leandro em boas condições e talvez o Beto.

Mas vamos com fé, porque esse grupo de jogadores nos tem reservado boas surpresas, quando menos esperamos.

É possível sim, assim como é muito possível o título brasileiro. O Curintcha vai se cansar também, vai ter que ir ao México jogar contra o Pumas, e o Inter terá uma pedreira contra o Boca Juniores. Tudo isso representará para eles desgaste para o Brasileirão (ou Zveitão-2005?).

Destaques nesta terça frustrante para Kleber, Gabriel, Petkovic e Igor. Medianos estiveram Arouca, Milton do Ó, Tuta e Schneider (inibido e intimidado pela responsabilidade), Preto e Romeu. Ruins Gabriel Santos, Juan, Rodrigo Tiuí e Juninho.
Fluminense 2 x 1 Universidad Católica: Kleber; Schneider (Preto), Gabriel Santos, Igor e Juan; Milton do Ó, Arouca (Romeu), Gabriel e Petkovic; Tuta e Tiuí (Juninho).
Gols: Juan, aos 24, e Tuta, aos 34 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Gabriel Santos, Gabriel e Tuta.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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