FLUMINENSE 3 x 1 Americano por Gustavo Dumas - 27/03/2004 Acabou a brincadeira. O Fluminense passou da euforia do início do ano à depressão total ao término da Taça GB, com direito a muita poeira levantada pela imprensa, algumas vezes com aleivosia e em quase todas com sensacionalismo, que aliás vem sendo o modo de expressão costumeiro na cobertura esportiva de hoje, centrada nas ?personalidades? e nos resultados, simplesmente, deixando em segundo plano a informação e a análise do jogo e toda a sua aura, inclusive. Porque futebol não pode ser entendido unicamente pelos resultados. Futebol implica mistérios, subjetividades, sutilezas. Se o gol originalmente significava meta, há muito, quiçá desde sempre o futebol tenha ultrapassado o seu objetivo aparentemente principal, o gol. Parreira já disse o óbvio, e foi esculhambado: o gol é detalhe no futebol. Um detalhe fundamental; mas detalhe. O resultado é ainda mais detalhe que o gol. Certos resultados, então, são traiçoeiros por demais. Chegam a cegar a crítica. Servem de macia cama para os oportunistas se deitarem, soberbos na sua dignidade de botequim. Pois eu dizia que agora acabou a brincadeira. É encarar os grandes do Rio, os eleitos pela mídia como os dois maiorais do nosso estado, os dois que fazem o chamado ?Clássico das Multidões? ? embora os fatos (basta listar as bilheterias recordes do Maracanã) insistam em negar verdade a tais sugestões. O Fluminense atropelou o Americano, apresentando consistência tática, participação efetiva de todos os jogadores, seriedade, competitividade. Ganhou de 3 a 1 e poderia ter feito mais gols, porque jogou um futebol envolvente e de qualidade. O destaque evidente foi Roger: inúmeros lançamentos, daqueles de botar atacante na cara do gol, muita técnica e vibração, boa forma física. A perfeição num jogador de meio-campo, não fosse a falta que sinto de Roger chegar um pouquinho mais para os arremates, condição que ele pode e deve buscar atender, para ser alçado (inter)nacionalmente ao patamar que merece, o de craque. Mas eu quero destacar outros dois nomes do jogo: o lateral-esquerdo Júnior César e o nosso treinador Ricardo Gomes. O torcedor talvez não enxergue tanto. A mídia obviamente não festeja. Mas foi grandiosa, para quem acompanha o Fluminense, a evolução técnica e tática do nosso ala. Tá bom: os mais afoitos tricolores (?!), entre eles os capazes de vaiar o time aos cinco minutos e bradar, aos quinze, que Roger ?pitoca? (sic) em jogos decisivos ? infelizmente meus ouvidos foram testemunhas de tais descabidas manifestações ? hão de me lembrar a falha terrível de Júnior César no gol que abriu a contagem vascaína nos humilhantes 4 a 0 que o rival nos imputou durante o segundo turno. Ali, Júnior falhou, sim, e feio. Tentou uma jogada individual e foi desarmado. E daí? Ora, num time encorpado, organizado, bem distribuído, uma falha dessas simplesmente não dá em nada. Júnior falhou, mas o time falhou mais, por não estar preparado a cobrir uma simples falha individual, acontecida ainda no meio-de-campo. Falha, sim, mas de um jogador que nos levava, com ímpeto e velocidade, ao ataque, à meta que é o gol. Pois Júnior César se superou. É um dos mais esforçados da esquadra tricolor. Como marcador, é implacável ? em seu setor, marmanjo adversário nenhum se cria. No ataque, antes seu defeito, tem sido mais regular até que seu talentoso companheiro da ala direita, Leonardo Moura. Contra o Americano teve uma atuação exemplar. Junto a Marcão, Moura e ao promissor Diego, tem sido o pulmãozinho tricolor. Mérito, em toda essa evolução, para o treinador. É notável o trabalho desenvolvido até aqui, em tão pouco tempo, pelo Ricardo Gomes. O padrão que conseguiu dar à equipe, a firmeza com que fez suas acertadas opções ? Diego no lugar do bonde chamado Marciel, André Luiz posto de lado a recuperar a forma, se ainda houver, Romário ?enquadrado?, Ramon, fora de forma, substituído em vários jogos e Edmundo à espera de uma recuperação plena, entre outras ? e a vontade e o amor que dedica à nova função no seu clube de coração bastam para revigorar uma esperança que já ia se minando. Ricardo agora vai ter de se ver, apenas, com a sorte. Que venham, Bacalhaus e Urubus! Vale repetir, para nós e para eles: a brincadeira acabou. Gustavo Dumas - ggdumas@bol.com.br JOGOS ANTERIORES: Fluminense 3 X 2 Volta Redonda - Por Cezar Motta. - 23/03/2005 Fluminense 1 X 0 Esportivo-rs - Por Cezar Motta - 18/03/2005 FLUMINENSE 2 x 1 Juventude-RS por Gustavo Dumas - 24/03/2004 Juventude 2 x 2 FLUMINENSE por Guilherme Esbroglio - 17/03/2004 Fluminense 3 x 2 Coritiba - por Gustavo Dumas - 16/11/2003 Fluminense 2 x 2 Ponte Preta - por Claudio Maes - 03/11/2003 Bahia 2 x 2 FLUMINENSE - Autor Aroldo Ferraz - 25/10/2003 Figueirense 2 x 2 FLUMINENSE - Autor Ricardo Wille - 25/09/2003 Fluminense 1 x 1 Paysandu - Autor: Marcelo Porto - 20/09/2003 Atlético-MG 0 x 2 Fluminense - Colaboração UAI FLU - 05/09/2003 Fluminense 2 x 0 Grêmio - autor: Néio Lúcio - 30/08/2003 Despedida - 18/07/2003 FLUMINENSE 0 x 0 Paraná - 21/04/2003 FLUMINENSE 3 X 1 Internacional - 19/04/2003 FLUMINENSE X Flamengo - 15/04/2003 Criciúma 2 x 0 Fluminense - 30/03/2003 FLUMINENSE 1 X 2 Vasco (II) - 26/03/2003 FLUMINENSE 1 X 2 Vasco - 21/03/2003 FLUMINENSE 4 X 0 Flamengo - 17/03/2003 FLUMINENSE 1 X 1 Flamengo - 10/03/2003 Fluminense 3 x 3 Americano - 28/02/2003 Fluminense 5 x 0 Botafogo - 24/02/2003 Friburguense 2 x 2 FLUMINENSE - 20/02/2003 Fluminense 1x1 Volta Redonda - 17/02/2003 Fluminense 4 x 1 Madureira - 12/02/2003 Fluminense 4 x 1 Madureira - 12/02/2003 Fluminense 3 x 0 flamengo - 10/02/2003 FLUMINENSE 2 X 2 vasco - 02/02/2003 Bangu 1 x 2 Fluminense - 30/01/2003
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