Internacional 2 x 2 Fluminense - 14/10/2002

Mais um mole fora de casa

Motivos para o pessimismo não faltavam. O Inter era um adversário descansado, assim como foram Flamengo, São Paulo e Vitória. Renato Gaúcho falou demais antes da partida, invocando a rivalidade colorada. O jogo seria passado ao vivo em rede aberta, fenômeno que não tem dado sorte. Usaríamos um 3-5-2, com dois cabeças-de-área, que treinamos somente uma vez. Entraríamos em campo com o maldito short grená. Estávamos desfalcados de três meio-campistas, entre eles o eficiente Marcão. O razoável Carlos Miguel voltava ao time deles. O goleiro Clemer nunca perdeu para o Flu. Somos fregueses do adversário e não vencíamos no Beira-Rio desde 1987. Há 10 anos ocorreu o grande roubo da final da Copa do Brasil. Romário também é freguês do Inter, não fazia gol neles desde os tempos inicias de asco da grama e não fez nenhum gol fora do Maraca com a camisa tricolor. O Flu, fora de casa, venceu apenas um jogo, empatou outro e perdeu todos os demais. Zé Carlos voltava ao time. Diniz seria o único meia-armador. Marciel, mais uma revelação (?) de Xerém, estreava. E a lista era ainda mais extensa.

O jogo começou em alta velocidade, apesar do forte calor em Porto Alegre, e com muitos erros de passes das duas limitadas equipes, que eram vizinhas no lado intermediário da tabela de classificação. Aos 9 minutos, primeira chance deles. Leandrão chutou uma bomba e Kleber espalmou bem. Estava com pinta que eles sairiam na frente a qualquer momento, mas o ataque sentia a falta de Fernando Baiano e os dois em campo eram horrorosos.

O time deles um legítimo bando de leitão e o lateral-direito chamava a atenção pelo cabelo ridículo. Mais ridículo ainda era ver Alonso não aproveitar dois passes brilhantes do Baixinho. No entanto, não posso omitir dois representantes do mais puro futebol molambo. Flávio, mesmo como ala, não subia ao ataque e nem aparecia na defesa. Só era notado em suas várias amareladas nas dividas de bola. O outro é o Zé do gol (contra), que dava mais uma vez o ar da sua graça ao adversário.

Mesmo com o esquema novo, o Flu estava bem postado em campo. Nossa marcação, apesar da ausência do Marcão, impedia a saída de bola colorada. Ataque perigoso deles só com erros de passes nossos. Eram sempre falhas individuais, não coletivas. Nesse ponto, pela primeira vez reconheço, mérito ao Renatão.

O nível técnico da partida era sofrível. Só Válber e Carlos Miguel produziam algo de útil nas duas meiucas. Diniz não estava tão ruim como sempre, mas as rotineiras voltinhas tiravam a objetividade de todos os seus lances. Por parte dele, de positivo, houve uma arrancada da defesa para o ataque, que deve ter surpreendido até ele mesmo e talvez por isso, não aconteceu um bom desfecho.

O lado esquerdo da defesa deles conseguia ser tão ruim quanto o setor direito da nossa. E aos 32 minutos, na primeira chegada perigosa tricolor, aproveitamos. Magno Alves, em jogada individual, driblou um dos leitões colorados e finalizou entre as pernas de um dos refugos da Flavela deles. A bola foi no canto direito de Clemer, que aceitou.

O gol veio ao acaso e o Inter não desanimou. Aos 40?, o leitão exótico cruzou e Zé do gol (contra) quase conclui para dentro. A bola passou perto do gol de Kleber. Aos 45?, última chance deles. Cássio cobrou falta e o meu xará do Carvalho, nas costas de Andrei, cabeceou na trave.

Final da primeira etapa e o time deles voltou mais ofensivo para o segundo tempo, com duas substituições. Entraram mais um leitão e o Gugu Liberato. Eles ficaram pressionando desde o primeiro minuto, até que aos 8?, Andrei deu uma de Toninho Cerezo e armou o contra-ataque deles. Marciel (que não foi tão bisonho quanto o Célio) ficou só olhando o adversário seguir com a bola (aí se fosse o Marcão...). O meu xará do Carvalho (ou será outra coisa?) partiu com tudo, passou com facilidade pelo Zezinho de Xerém e mandou uma bomba no ângulo direito de Kléber. Foi tão fácil entrar em nossa defesa que parecia gol do jogo Fifa Soccer.

Pronto. 1 a 1. Tomamos o gol de sempre. Diniz mostrava cansaço, mas também depois daquela arrancada na primeira etapa era previsível que ele ficaria morto. Flávio, pela apatia e omissão, só não dava raiva nas marias-chuteiras que o perseguem. Ele passava (errado) quando tinha que chutar, chutava (torto) quando era para cruzar e não cruzava porque não sabe fazer isso. Lamentável! Romário deve ter ficado rouco de tanto chamá-lo atenção.

A partir dos 26?, em três minutos, Renatão estorou todas as mexidas. Claramente não esgotou todas de uma vez porque queria brecar o jogo e estava satisfeito com o empate. Entraram Zada, Roni e Marquinhos nos lugares, respectivamente, de Diniz, Magnata e El ?sonso?.

O jogo estava completamente indefinido e aos 32?, quase sai a virada deles. Leandrão tocou na pequena área para o rival do Faustão, que conseguiu chutar para fora. Marquinhos tinha acabado de entrar, deveria estar por lá na marcação, mas o carequinha gosta de ser palhaço.

No ataque seguinte, aos 33?, Roni partiu driblando em velocidade, lembrando o lance do quarto gol contra o Paraná, e dessa vez deixou Romário na cara do gol. Dentro da área, ele não perdoa. Toquinho de sinuca, com a clássica sutileza dele, no cantinho esquerdo de Clemer, que nada pôde fazer. Romário quebrava um duplo tabu. Primeiro gol dele fora do Maraca com a camisa tricolor e gol no Inter depois de um longo jejum.

Parecia que ganharíamos, até porque sempre saímos com três pontos quando o Romário faz gol (Cruzeiro, Grêmio, Figueira e Paraná). Contudo, esqueci que Zé estava em campo e aos 41?, o leitão que entrou no segundo tempo levantou a bola para a área. O ex-anão da Gávea conseguiu ganhar na cabeça dele, a muralha (quem dera que fosse o bloqueio russo, felizmente derrotado pelo Brasil). Certamente, o meu amigo, jornalista e também tricolor Cauê Rademaker, zagueirão de um time da Liga Amadora de Futsal, cortaria a bola com facilidade. No desfecho da jogada, Gugu Liberato estufou nossa rede, com um bico de primeira.

Empate dado. Eles ainda tiveram duas chances de virar, mas Kléber impediu, numa delas, aos 47?, com mais uma defesa milagrosa. Romário também arriscou uma bola de fora da área, aos 45?, mas Clemer não aceitou dessa vez.

O jogo terminou empatado e somamos apenas um pontinho. Desde que a vitória passou a valer três pontos, um ponto, mesmo jogando fora, é sempre quase uma derrota. Continuamos precisando de sete vitórias, mas agora em apenas nove jogos. Nosso próximo adversário é o Bahia e depois ainda teremos mais três jogos em casa. Chegou a hora da arrancada!

Daniel Cohen


 
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