Universidad Catolica 2 X 0 Fluminense - Por Cezar Motta. - 10/11/2005

Foi uma derrota triste para um time vagabundo, mas há uma lição importante a tirar: o Fluminense não tem ainda time e nem elenco para vencer ou fazer papel digno em uma Libertadores, e muita coisa precisa mudar para que não passemos vexame no ano que vem.

Quem acompanha futebol com um pouco mais de atenção do que o torcedor comum sabe muito bem que, em jogos internacionais, as faltas que são marcadas por juízes brasileiros, em sua maioria, são ignoradas pelas arbitragens estrangeiras, principalmente as sul-americanas. E aí fica o Juan reclamando que sofreu falta na vacilada imperdoável que resultou no primeiro gol chileno.

Os juízes brasileiros interrompem demais o jogo. Pressionados pelos débeis mentais intitulados #comentaristas de arbitragens#, e pelos calazans da vida, que insistem em que há excesso de violência, esses nossos fracos juízes marcam falta em qualquer esbarrão. Esquecem-se os calazans, que não gostam e nem entendem de futebol, de que futebol é um esporte de contato.

A prova do mal que esses imbecis fazem ao nosso futebol está na frase do Juan para se justificar e alegar uma falta do chileno no primeiro gol: #Ele usou força excessiva, foi falta#, disse o lateral, copiando uma expressão criada pela ridícula e patética figura que é o Arnaldo César Coelho. No Brasil, teriam marcado a falta que, de fato, não existiu.

O Flu perdeu por vários fatores. O primeiro, evidente, é que o time não entrou com o mesmo empenho com que disputa o Brasileirão. Jogadores importantes, como Pet, Gabriel e Tuta, visivelmente se pouparam, e só entraram no jogo no segundo tempo, quando o time estava perdendo. Só o Leandro se matava em campo.

Em segundo, as improvisações atrapalharam. Arouca e Marcão fazem muita falta, porque não têm substitutos à altura. E, quando aos 12 minutos do segundo tempo, Tiuí entrou no lugar de Petkovic, a derrota estava consumada, tal o desnível técnico entre os dois jogadores.

Outra causa, importantíssima, foi que o Flu não está habituado a partidas internacionais, principalmente sul-americanas. Alguns jogadores, como moças delicadas, atiravam-se ao chão, tentando cavar faltas. São (mal) habituados às arbitragens brasileiras, que temem os calazans e os arnaldos, e não deixam o jogo correr normalmente. Marcam faltas onde há apenas encontrões, esbarrões, ou jogo vigoroso.

Leandro, por exemplo, irritou-se logo no começo com uma dividida mais dura, embora normal, e foi à forra com um pontapé quase sem bola. Resultado, tomou um amarelo bobo. É preciso entender que uma Libertadores, uma Sul-Americana, exigem um tipo de jogo diferente, mais pegado, mais disputado. Não adianta tentar cavar faltas tolas. É preciso garra, vontade de ganhar, o que o Flu não teve ontem.

É verdade que a arbitragem errou demais contra o Flu. O pênalti marcado e desmarcado sobre o Tiuí, por exemplo, foi um escândalo, com a cumplicidade desta outra figura errática, suspeita e idiota chamada José Roberto Wright. Ele não interfere diretamente nas partidas que comenta, mas cria pressões futuras sobre juízes fracos de caráter e de personalidade como os nossos.

Não havia impedimento no lance do Tiuí, e as sucessivas repetições deixaram isso bem claro. O Tiuí veio de trás e, quando o passe foi feito, um zagueiro lá na esquerda da defesa, na parte superior do vídeo, dava totais condições ao atacante tricolor. A imagem foi repetida pelo menos três vezes, e isso ficou bem claro.

Faltas que recebiam cartão amarelo por parte dos jogadores do Flu eram ignoradas ou não amareladas por parte dos chilenos. No segundo gol, o atacante quase pulou o alambrado para comemorar com a torcida, sem receber o amarelo. E nós já vimos Leandro ser expulso por fazer o mesmo.

Mas isso não justifica a derrota. O Flu não merecia sorte melhor, pela apatia inicial, pela frouxidão nas divididas, pelas falhas individuais, pelos desfalques e pela falta de seriedade com que encarou o jogo.

Tuta teve momentos até brilhantes ao longo do ano, mas um time que quer ser campeão brasileiro e da Libertadores não pode tê-lo como titular absoluto do ataque. É preciso um atacante de maior mobilidade, de mais habilidade, poder de conclusão, velocidade e, claro, mais jovem. Tutão ontem voltou aos seus piores momentos de #poste#, além de desperdiçar chances incríveis.

O Flu tem uma dependência quase total de Gabriel, Arouca, Leandro e Petkovic. Quando um deles falta, ou joga mal, o rendimento cai. Se faltam dois ou três deles, a queda é quase fatal.

É preciso um esquema de jogo mais eficiente e jogadores melhores nas outras posições. Por exemplo, ao menos um zagueiro firme, inteligente e que saiba sair jogando, um outro jogador de meio campo dinâmico como Arouca para dividir com ele as tarefas de desarme e ligação. E um centro-avante realmente temível, matador, rápido. E um banco de reservas de melhor qualidade.

Ou seja, além das boas lições para a Libertadores, a outra vantagem é que o Flu poderá se dedicar apenas ao Brasileirão, seja para conquistar o título em caso de bobeira da Lavanderia, seja para ser vice-campeão e entrar direto na Libertadores. Entre as desvantagens, a pior de todas é o prejuízo de US$ 2,2 milhões (prêmio para o time campeão), que faz falta quase mortal ao Flu, e a menor, a dor da derrota para um time inferior.
Universidad Católica 2 x 0 Fluminense: Kleber; Gabriel, Gabriel Santos, Igor e Lino; Milton do Ó, Preto (Maicon), Juan e Petkovic (Tiuí); Leandro e Tuta.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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