Fluminense 4 X 3 Ponte Preta - Por Cezar Motta. - 30/10/2005

Ufa! Ainda bem que Leandro voltou! Graças a ele, o Fluminense não amargou nesta noite de sábado um péssimo resultado em casa, porque o sistema defensivo continua um verdadeiro desastre # e não apenas Zé Carlos e Milton do Ó, que tiveram atuações grotescas como zagueiros, mas, repito, o sistema defensivo como um todo.

Até que o Flu começou bem o jogo, tocando a bola e envolvendo o time da Ponte, que abusou das faltas, diante da fraqueza do juizinho de Brasília.

O lateral esquerdo Bruno, por exemplo, junto à linha lateral, entrou por trás para quebrar a perna de Radamés e levou um simples amarelo.

Mas ninguém tem uma zaga com Zé Carlos e Milton do Ó impunemente. Depois de um ataque frustrado do Flu, a Ponte lançou uma bola para o ótimo lateral direito Rissut, nas costas de Juan # uma enorme avenida, porque do Ó não sabe jogar de quarto-zagueiro.

Cruzamento de Rissut na área, uma bola fácil para o corte da zaga. Isto é, seria fácil se Zé Carlos tivesse ao menos uma pequena noção de colocação. Como não tem, gol da Ponte, do lateral esquerdo Bruno.

Bola do lateral direito na cabeça do esquerdo, uma falha primária de todo o sistema defensivo, e não apenas do Zé Carlos.

O erro iria se repetir à exaustão durante todo o jogo, porque Gabriel, Juan, Arouca e Marcão se mandavam, e às vezes até Milton do Ó ia ao ataque, de forma irresponsável.

Com o time perdendo, Abel mexeu bem, aos 32 minutos de jogo. Tirou Radamés, um jogador que marca bem e forte, mas apóia mal e não sabe distribuir jogo.

E pôs em campo o jogador que mudou o rumo da partida. Ele mesmo, o Guerreiro Leandro, que (ele sim, faz isso) incendiou o jogo, cavou logo a jogada que resultaria no empate. Sofreu falta.

Pet bateu, a bola foi devolvida pela defesa, Milton do Ó pegou de primeira na meia-lua e Marcão, no meio do caminho, desviou do bom goleiro Lauro. Aos 36 minutos.

Mas as barbaridades defensivas e a preguiça na marcação continuavam. Zé Carlos cometeu um erro pior do que a gripe aviária e a febre aftosa juntas.

Deu uma furada, perdeu a bola, o lateral Bruno tomou, foi ao fundo pela esquerda e ninguém cobriu. Bruno cruzou rasteiro, Milton do Ó e Juan ficaram olhando e Tico se espichou todo para marcar.

Como é sofrido torcer pelo Flu! Vamos do céu ao inferno em apenas quatro minutos # eram 40 do primeiro tempo.

No intervalo, Abel pôs Adriano Magrão no lugar de Rodrigo Tiuí. Logo aos 3 minutos, falta na intermediária da Ponte Preta. E Petkovic cobrou exatamente na cabeça de Marcão, que guardou nas redes seguindo o figurino dos mestres Assis e Washington, com grande estilo.

Nem deu tempo de respirar. Três minutos depois, novamente Pet, agora pelo lado esquerdo, pôs #com as mãos# na cabeça de Zé Carlos. E o nosso Zeca se redimiu das falhas anteriores, com uma cabeçada fulminante no ângulo de Lauro.

Mais uma virada sensacional. Mas aí surgiu a preguiça e, talvez, no caso de alguns jogadores, o cansaço. O time se acomodou e ficou trocando bolas curtinhas em nosso próprio campo, dando espaços absurdos à Ponte Preta.

Houve um grande período, dos 10 minutos até o empate da Ponte, aos 35 minutos, em que parecia que eles tinham dois ou três jogadores a mais em campo.

E nenhum time desiste de jogar durante 20 minutos sem pagar caro por isso. O gol deles estava anunciado. A Ponte tocava a bola sem problemas até dentro da área do Flu.

O goleiro Lauro deu-se ao luxo, várias vezes, de sair da área com a bola nos pés, e apenas Leandro tentava o combate. Todos os outros se limitavam a olhar e a trotar em campo.

Parecia que o time do Flu pedia para tomar o empate, a fim de arrancar outra vitória heróica no final. E foi o que aconteceu.

O time paulista saiu lá de trás tocando a bola em contra-ataque rápido e o fraco zagueiro central Thiago Matias recebeu como um ponta direita.

E quem lhe dava combate, como um lateral esquerdo? Petkovic. E ninguém deu cobertura ao gringo. Thiago Matias cruzou e novamente Zé Carlos falhou grosseiramente, perdendo a disputa no alto. Tico subiu e cabeceou no canto esquerdo de Kleber, sem chance de defesa.

Restava torcer por um novo milagre. Foram 12 minutos de sofrimento, principalmente quando a Ponte retomava a bola e saía no contra-ataque. O interessante é que nos finais de jogos, com o Flu em desvantagem, aí sim o Pet começa realmente a buscar o gol, a entrar na área.

Mas Leandro estava em campo, lutando como um leão. Finalmente, o Guerreiro recebeu uma bola limpa perto da meia-lua, ajeitou e mandou a bomba rasteirinha no canto de Lauro. Dentro das condições do jogo, um golaço. E mais uma vitória sofrida, heróica, sem qualquer necessidade de tanto sofrimento.

Neste ritmo, vamos terminar com o ataque mais positivo do campeonato, mas com uma das mais vazadas defesas. E o desgaste físico é imenso, devido ao esforço em busca dos resultados depois de sofrer tantos gols. O cansaço já é visível em Petkovic e Tuta, principalmente.

Estou acreditando em mais um tabu quebrado: uma vitória sobre o Goiás no Serra Dourada nesta quarta-feira, dia 2. Estamos agora a 9 pontos do Curintcha, restando 21 a serem disputados. E eles perderam o Roger e vão perder o Tevez, que foi convocado para a seleção argentina.

Será que dá tempo? É bom lembrar também que a viagem deles pela Sul-Americana será mais longa, até a Cidade do México, quase 12 horas. E vão jogar na altitude.

O Inter, por sua vez, terá um adversário duríssimo, o Boca Juniors. E o Flu está, aos poucos, tendo o retorno de jogadores importantes, como Leandro e, daqui a pouco, Beto.

É difícil, mas impossível não é. Mas o Abel precisa arrumar o sistema defensivo, a marcação tem que começar já no ataque. Não temos pegada no meio de campo, o que tem sobrecarregado Arouca.

Enfim, está bom de torcer novamente, apesar do sofrimento!
Fluminense 4 x 3 Ponte Preta (terceira vitória pelo mesmo placar e décima primeira virada no campeonato): Kleber; Gabriel, Zé Carlos, Milton do Ó e Juan; Marcão, Arouca, Radamés (Leandro) e Petkovic; Tuta e Tiuí (Adriano Magrão).
Gols: Marcão, aos 36 minutos do primeiro tempo; Marcão, aos 3, Zé Carlos, aos 6 e Leandro, aos 47 minutos do segundo tempo. Cartões amarelos: Marcão.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
JOGOS ANTERIORES:

Fluminense 3 x 1 Toluca - 24/07/2002
Fluminense 0 x 1 Palmeiras - 21/07/2002
Fluminense 1 x 0 Corinthians - 14/07/2002

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