Mais uma partida ruim, mais uma vitória, e nenhum gol sofrido até agora no Maracanã.

Mas não consigo entender a nossa torcida, sinceramente. Por que vaiar Thiago Neves, o único jogador que pode decidir um jogo, que deu o passe para o gol?

O importante era passar de fase, e somos realmente o primeiro time classificado para as quartas de final.

Mas a exibição do time foi preocupante, principalmente pela fragilidade defensiva e pela bagunça tática.

Caramba, um time que apenas treina há duas semanas não pode se apresentar tão desarrumado, tão sem jogadas, tão cansado. O primeiro tempo foi uma lástima, e só no segundo tempo, mais por conta de lampejos de Conca e Júnior César, o Flu fez alguma coisa.
Tenho reclamado da falta de padrão de jogo e de alma há vários jogos. Nossos gols tem saído exclusivamente de faltas cobradas pelo Thiago Neves na cabeça de alguém # Cícero, Thiago Silva, Washington (aliás, nem gol ele tem feito), Roger, Luiz Alberto...
Quando temos a bola, só criamos alguma coisa quando o Júnior César consegue ir à linha de fundo. Mas, quando chega ali, ele perde a lucidez e geralmente erra o passe ou o cruzamento # muitos treinos e um técnico detalhista, sem dúvida, corrigiriam isso.
Como a esmagadora maioria dos tricolores, temi pelo jogo, principalmente depois do que vi no começo da partida. O Flu errava passes demais, principalmente na passagem para o ataque, o que é perigosíssimo, porque permite um contra-ataque curto e rápido.
Inexplicável a queda de produção de alguns jogadores. Cícero fazia boa partida e substituiu bem a Arouca, principalmente na parte defensiva, nas bolas altas em nossa área, quando várias vezes nos livrou de situações de gol.
Mas Conca, Thiago Neves, Dodô e Washington erraram tudo o que tentaram no primeiro tempo. E eles chegavam com perigo, porque o time é desarrumado no meio de campo. Ô Renato, vamos trabalhar, arrumar esse time!!
Quem não torcesse para o Fluminense, deve ter sentido muito sono no primeiro tempo. Jogo aborrecido, chato, tecnicamente ruim. Só não foi monótono para nós, tricolores, porque havia o pavor de uma surpresa. A tensão permaneceu durante todo o primeiro tempo.
No segundo tempo, o time voltou melhor. Ou o deles piorou. Mas controlamos o meio de campo, Conca passou a jogar bem melhor, e encurralamos o time do extinto (será?) Cartel de Medellin.
Parecia que, de fato, o gol era questão de tempo. Mas é difícil, com dois atacantes com pouquíssima mobilidade e 33 e 34 anos de idade. Um time lento e envelhecido quando a bola chega ao ataque.

Mas, aos sete minutos, Conca sofreu falta pela ponta direita, bem na posição que já nos valeu vários gols este ano do mesmo jeito. Thiago Neves ajeitou, meteu o joanete esquerdo e não deu outra.

A zaga se preocupou com os grandalhões, o goleiro não saiu e o nosso herói Roger100 acertou a belíssima cabeçada. É um grande jogador, um grande caráter, e merecia o gol pelos cem jogos com a camisa do Flu.

A partir daí, o Nacional perdeu o prumo, apelou algumas vezes para a violência, mas a gente sentia que eles não tinham condições técnicas, físicas e anímicas para empatar. Estava sacramentado.

Mesmo assim, o Flu erra muito, pela desarrumação tática. Renato sacou Thiago Neves e pôs Maurício. Pensei: vai soltar mais o Cícero para que façamos o segundo gol, e prender o Maurício lá atrás.

Mas o que vimos foi o Maurício como verdadeira barata tonta, sem papel tático definido, inteiramente afobado, chegando lá na frente a toda hora e deixando incríveis buracos no meio de campo.

E o Cícero continuou preso lá atrás, o que acabou sendo muito bom, porque ele fez ótima partida no desarme e nos cortes de cabeça na área. Mas era jogo pra meter uns três a zero e agradar à boa torcida presente.

Não podemos continuar jogando mal assim, ou correremos sérios riscos contra o São Paulo e até contra o Nacional de Montevidéu.

Há muitas falhas defensivas, parece que o time joga na base do cada um por si, como em peladas.

Nas peladas é assim. Quem se considera beque fica lá atrás, quem é melhorzinho joga no meio e os fominhas e paradões ficam lá na frente. Organização zero. Eis o Flu.

Tomara que, na hora decisiva, o time se ajeite de novo, que Dodô pegue ritmo de jogo, assim como Washington (duvido muito, por causa da idade e das características dos dois).

Depois, entraram Tartá no lugar do Washington e Carlinhos no de Gabriel. Mas não havia mais tempo para muita coisa. Enfim, estamos nas quartas de final, vamos comemorar, embora com uma certa apreensão.

Destaques para Fernando Henrique, Roger100, Júnior César e Conca. Ygor também jogou direitinho.

Fluminense 1 x 0 Nacional de Medellín: Fernando Henrique (8); Gabriel (6) depois Carlinhos (sem nota), Luiz Alberto (7), Roger100 (9) e Júnior César (8); Ygor (7), Cícero (8), Thiago Neves (7) depois Maurício (5) e Conca (8); Washington (5) depois Tartá (6) e Dodô (5).

Gol: Roger100, aos 7 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Carlinhos.

Francisco José - Fr@an - franj@click21.com.br