Gostaria de relembrar quatro lances que explicam a quarta derrota em cinco jogos (três em casa) contra times que têm como destaques Mixirica, Mussamba, Galeano, Kahê, Canindé e outras aberrações do futebol (aliás, seria bom fazer uma seleção dos onze piores jogadores desses times que nos derrotaram). Mas vamos aos lances exemplares:
1) No primeiro tempo, lá pelos onze ou 12 minutos, falta quase frontal à área da Ponte Preta, um pouco pela meia esquerda. Pensei: #Lá vem o Juan isolar a bola#. Não veio. Desta vez, foi o Preto Casagrande quem bateu no pé de um adversário, com enorme displicência.
2) Leandro recebe em condições excelentes, semelhantes às do Gabriel no gol contra o Curintcha, pela direita. Bastava encher o pé de primeira no contrapé do excelente goleiro Lauro, da Ponte. O Leandro tenta dominar e chuta de forma ridícula.
3) No segundo tempo, Juan corre como uma barata tonta pela meia direita com a bola, até ser desarmado de forma patética. Gabriel, que estava ao lado dele, poderia ter recuperado a bola facilmente, mas pôs as mãos nas enormes e gordas cadeiras e ficou olhando, completamente desinteressado e parado lá na frente;
4) Em excelente contra-ataque, Beto recebe sozinho, sozinho, diante do goleiro, corre uns 10 metros, no gol mais feito de todo o campeonato. E chuta em cima do goleiro, que espalma.
Há mais. Comparem, por favor, as diferenças entre o espírito, a alma, a disposição com que entraram em campo o reserva Isaías, da Ponte, que marcou o segundo gol deles e quase marcou outros, e a disposição, a raça do Rodrigo Tiuí e do Juninho. Juninho perdeu todas as bolas que recebeu, errou tudo que tentou, não fez sequer um desarme, não deu um só pique e presenteou a Ponte com o segundo gol, ao dar condições ao Isaías. Será que esses rapazes, Tiuí e Juninho, estão doentes? Não sei.
De uma coisa estou certo: o Gabriel não quer mais jogar no Flu; está de sacanagem. Talvez conseqüência da multa idiota que recebeu da diretoria. Tem errado lances que não errava, e não corre mais. Anda em campo, displicente. Como o Juan é absolutamente inútil, erra tudo o que tenta, jogamos com dois a menos. E aí entra o Lino em campo, no lugar do Juan. E o que faz? Tenta um passe de calcanhar ridículo e cede um contra-ataque mortal à Ponte. Não saiu o gol pela ruindade do time campineiro (que é muito fraco, estava totalmente desfalcado só faria mesmo nome em cima do nosso triste e ridículo time).
O que dizer de atacantes que não fazem gols, não sabem chutar? O Leandro até agora não fez sequer um golzinho no Campeonato Brasileiro. O Beto só fez um porque o adversário era o Botafogo. Todos os elogios que fiz ao planejamento de curto prazo, para 2005, durante o Campeonato Carioca e em crônicas mais recentes, se desmancharam no ar. Literalmente. Não havia planejamento técnico nenhum, apenas financeiro (e só de um ano, à base da venda e liberação de jogadores).
Fica a dúvida: o time é ruim e limitado assim mesmo depois das perdas, e nós nos enganamos no começo, ou o prazo de validade está vencido, não conseguiremos ir além. O certo é que, a continuarmos em tal nível de atuações, em pouco tempo estaremos bem mais próximos da zona lá de baixo do que até mesmo da Sul-Americana. Ninguém vai me convencer de que Felipe ou Tuta podem mudar este quadro. Temo que venham por aí dias e meses de pesadelo, que imaginávamos que haviam ficado para trás. Não há como reagir um time que não sabe chutar, não sabe cruzar, não sabe cabecear, não sabe lançar, não sabe tramar uma jogada e tem graves defeitos em fundamentos elementares do futebol.
Está mais para o Inferno de Dante Alighieri: #Perdei toda a esperança vós que aqui entrais#. Péssima maneira de começar a semana. E o pior é que somos fregueses do próximo adversário, o Goiás.
Ponte Preta 2 x 1 Fluminense: Kleber; Gabriel, Gabriel Santos, Igor e Juan; Marcão, Romeu, Preto Casagrande e Leandro; Tuta e Beto. Gol: Tuta, aos 32 do segundo tempo. Cartões amarelos: Preto Casagrande, Gabriel, Marcão, Juan e Igor. Cartões vermelhos: Preto Casagrande (suspenso por dois jogos, já que antes do vermelho recebeu o terceiro amarelo da primeira série).

Cézar Motta - cezar_motta@uol.com.br