Eu vi, na noite desta quarta-feira o Fluminense protagonizar uma das cenas mais patéticas que pude presenciar como torcedor, não a derrota em si, mas o que aconteceu antes dela.

O jogo na verdade foi o fim de um espetáculo de incompetência que começou fora e se arrastou para dentro do campo, iniciado há 8 (oito) dias atrás, como que um prenúncio.

Eu vi, o Fluminense genuflexo, subjugado com servidão, em nome desse ?fairplaysmo?, que não tem sido recíproco, ao colocar faixas de campeão no Corinthians, achando que foi pouco, já ter anuído com a concessão de generosos dias de descanso, ao vencedor da Copa do Brasil, tudo isso numa afronta ao bom senso e na contra-mão dos interesses do clube.

Bom, já que somos assim tão bonzinhos, então somos percebidos como alguém incapaz de vencê-los, incapaz de reagir a um pênalti não marcado, incapaz de reagir a um impedimento que não houve, incapaz de reagir a uma expulsão indevida ao nosso principal jogador, e assim vai.

Desde o final da Copa do Brasil, (coincidências à parte) escolheram o Fluminense, ou entregaram-lhe a cabeça numa bandeja, para ser o ?pato da hora?, de modo a acomodar e dar sentido à sanha daqueles que usam o futebol unicamente como um objeto mercantilista, a favor dos interesses televisivos, econômicos e/ou pessoais em detrimento das paixões, das emoções geradas pelo futebol.

Nessa linha de entreguismo, estão todos aqueles do lado de cá, que compactuaram com a subserviência, de postergar a partida antes programada para uma determinada data, de modo a atender ao interesse do ?bass fond?, esse fundo negro, por onde está vertendo esgoto abaixo, 107 anos de história de muita grandeza, sedimentada pelo amor dessa torcida e dos incontáveis abnegados que irradiam a beleza eterna de torcer pelo Fluminense.

Sabe-se que preparo físico é um planejamento acurado, muito metódico, que envolve preparação, cronologia das partidas, seus deslocamentos, tempo de retorno e tudo mais, ressalvado as características de cada atleta, mas tudo isso, como um condão de mágica foi ignorado lixo abaixo, volto a dizer, em nome da conveniência e do alinhamento automático que movem aqueles que têm o telhado de vidro.

Não há de se questionar (em termos) ou desmerecer a Copa do Brasil ganha pelo Corinthians, mas daí a alterar a data da partida porque foi uma solicitação, tendo como desculpa o cansaço da competição. Mas desde quando é admissível esta cessão de direitos, em nome de que? Isto faz parte do jogo, literalmente, ou como prefiram é, ?cada um por si e Deus por todos?, parafraseando o popular.

Não vejo isso tudo como uma desculpa para derrota desta quarta-feira, objeto de outra análise, mas como um elemento a mais que contribui para a derrocada do futebol do Fluminense, hoje refém de um patrocinador unilateral, vaidoso, ingerente e de uma diretoria permissiva e incapaz de conduzir e dar dignidade ao nome do Fluminense e torná-lo adequado e à altura da torcida que tem.

Mais uma para o anedotário de Corinthians e Fluminense, o dia em que o FLU colocou as faixas e foi derrotado por goleada.

Como diz o adágio: ?Quem muito se abaixa, acaba perdendo os fundilhos?

Quem viver verá!

José Constantino - jcmsilva04@gmail.com