Quando, logo cedo, li a escalação do Flu, pensei e avisei aos amigos tricolores: se o Friburguense jogar o que sabe, vamos perder.

Estava na cara: o meio de campo estava totalmente desguarnecido, desarmado. Pet e Pedrinho não marcam, e muito menos o Bruno, escalado como segundo volante.

Como nossos zagueiros são fracos e lentos, tomar gols era questão de tempo. Para completar, nossos laterais não existem, são fraquíssimos, estão entre os piores do campeonato.

E um jogador como Tuta, com as condições físicas e técnicas do Tuta, é uma falta de respeito com a torcida e com a camisa e as tradições do Fluminense. Aquela cara cínica, mascando chicletes, parece estar sempre debochando de todos nós.

Os três gols que o Tuta perdeu no primeiro tempo foram verdadeiros acintes, nem mesmo veteranos barrigudos em peladas no Aterro do Flamengo perdem. Ali começou a nossa derrota, naqueles três lances ridículos, dignos dos péssimos programas humorísticos do SBT.

Nenhum time pode ter cabeça fria para continuar tentando uma vitória ou virar um jogo quando o centro-avante é aquilo ali que nós infelizmente vimos.

Paulo Campos começou muito mal. Escalou mal, demorou a mexer. Mas não é só a bagunça tática e a total e absoluta falta de condições físicas que nos levam à ruína no campeonato.

Jogadores que deveriam desequilibrar são verdadeiros zumbis em campo, como Petkovic. Alguma coisa está acontecendo, sem dúvida. Um jogador de 300 mil por mês de salário jogar o que tem jogado o Pet, é caso para ação do Ministério Público, caso de gestão temerária, um absurdo total.

Se Arouca não pode jogar, o segundo volante tem que ser o Fernando, e ponto final. O Bruno pode ser um reserva do terceiro homem de meio, nunca um segundo volante.

Rissut e Roger juntos, no mesmo time, nem mesmo em partidas de veteranos, de masters. Estão mortos, e o Roger, como o Pet, é um fantasma, uma sombra do jogador que já foi um dia.

Restaram os esforços de Pedrinho, Pitbull e Lenny que, mesmo assim, jogaram abaixo do que podem. E o Djordjevic mostrou que é infinitamente melhor do que o Gabriel Santos, embora esta partida não possa servir de base para avaliar se ele tem realmente condições de ser titular do Flu.

Com o elenco atual, sem dúvida, o gringo merece ser titular. Pelo menos, sabe o que é colocação e sabe sair jogando com alguma técnica.
Thiago não faz nenhuma intervenção sem uma falta violenta. É lento, coloca-se mal e tem a péssima mania de agarrar pela camisa e puxar.

Quero me penitenciar com os amigos que têm a paciência de me ler: apostei nas contratações no começo do ano, acreditando que eram jogadores guerreiros, vencedores, como Rogério, Roger, Thiago, Diego. Agora, tendo a acreditar que me enganei.

Temos um time lento, pesado, previsível, com jogadores em uma assustadora decadência física e técnica. E todos mal preparados físicamente, sem organização tática e aparentemente desinteressados. E que custam, ao Flu e à Unimed, talvez uma das cinco ou seis maiores folhas de pagamento do país.

Se alguma coisa resta, é torcer contra o Americano. Mas é difícil crer que este grupo possa render mais, mesmo com a volta de Arouca. Sem laterais, por exemplo, time nenhum vai longe. Sem centro-avante, idem.

E, por enquanto, nenhum dos zagueiros se mostrou confiável. São fracos. Os jogadores confiáveis não estão jogando nada. Ah, e também não temos goleiro. E nem técnico. Nem direção. Não temos nada...

Fluminense 1 x 4 Friburguense: Fernando Henrique; Rissut, Gabriel Santos (Djordjevic), Thiago e Roger (Jean); Marcão, Bruno, Pedrinho e Petkovic; Tuta (Lenny) e Cláudio Pitbull.
Gol: Petkovic, de pênalti, aos 25 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Gabriel Santos, Thiago, Bruno, Pedrinho e Lenny.
Cartão vermelho: Thiago.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br