Goiás 2 X 1 Flu (rumo ao Rebaixamento) - Por Cezar Motta. - 30/08/2006

Em marcha batida rumo à segunda divisão (como já vimos escrevendo aqui há várias rodadas), o pior time do campeonato levou um vareio de bola e escapou de ser goleado pelo time reserva do segundo pior time do campeonato.

Quem viu trechos de Santa Cruz e Inter, mesmo com a derrota do Santa, pôde constatar: o lanterna Santa Cruz joga hoje muito melhor do que o Fluminense. Melhor futebol, mais técnica, além de mais raça, mais vontade de vencer.

Lá vai mais um alerta: o time do Flu dá apavorantes sinais de que jogou a toalha, de que não quer mais vencer jogos e nem ao menos jogar; de que entra em campo apenas para cumprir uma enjoada obrigação. O time desistiu.

No segundo tempo, então, vimos os jogadores arrastando-se em campo e olhando o péssimo e desorganizado time do Goiás jogar # os goianos só não aplicaram uma goleada histórica porque são realmente o segundo pior time do torneio, porque estavam com os reservas, estão desorganizados e porque seus jogadores estão fora de forma.

O be-a-bá do futebol vem sendo humilhado pelo Fluminense. Zagueiros que não sabem o que é cobertura (exceto o Roger), goleiro que não sabe defender, meio-de-campo que não sabe marcar, controlar e nem passar a bola.

Atacantes que não sabem sequer dominar a bola ou correr com ela nos pés. Chutar? Talvez o Antônio Lopes seja hoje o melhor chutador do Flu. Ou o Horcades, que #chuta# no sentido de mentir.

Aos 24 minutos, por exemplo, Jadilson dominou pela esquerda deles, passou facilmente por Romeu, que continuou na perseguição. Gabriel Santos paradão dentro da área.

Jadilson correu 30 ou 40 metros com Romeu em seu encalço, chegou na lateral da nossa área e sofreu falta do Romeu, que ganhou cartão amarelo. Gabriel Santos continuou estático dentro da área. Cobertura? Ele não tem a mínima idéia do que seja isso.

Logo depois, o Flu conseguiu finalmente um contra-ataque. O primeiro em cinco ou seis jogos. Tuta estica para Lenny, que entra sozinho na área, na cara do Harley. Gol feito.

Talvez pelo peso do brinco, ou da tintura de cabelo, ou da máscara, Lenny deu um peteleco da marca do pênalti, fraquinho, fraquinho, e permitiu a defesa de Harley, que espalmou para o lado.

Mas a bola insistia, queria entrar. Sobrou para Tuta, que se tivesse a velocidade de um bancário, faria o gol. Mas ele arrastou-se, tentou dominar e girar, em uma penosa e sofrida manobra, como uma jamanta em uma estreita rua de pedestres, e permitiu o corte para escanteio.

Aos 35 minutos, finalmente uma jogada de time profissional por parte do Flu. Falta cobrada curta na esquerda para Lenny que, rápido, enfia nas costas da zaga para Juliano. O menino fraquinho conseguiu tocar na saída de Harley e marcar.

Pensei: não é possível que o time vá ceder o empate. O Johnson, centro-avante angolano deles, é tão ruim que foi dispensado pela Lusa paulista, prestes a cair para a terceira divisão.

O outro atacante, o Romerito #paraguaio#, é volante de origem, e joga às vezes improvisado na lateral-esquerda. E o Flu com três zagueiros: como sofrer um gol? Fim do primeiro tempo.

No intervalo, Lopes trocou Romeu por Rissut. O Goiás substituiu Danilo Bahia pelo Nonato, veterano, decadente e pesado atacante que jogou no Bahia e andava esquecido na Sibéria. Está ainda mais gordo e pesado.

Mas o Flu tem um compromisso com o erro, com a derrota, com a preguiça, com a burrice (certamente, influência da diretoria).

Permitiu (como sempre permite, aliás) a pressão total (mas totalmente desorganizada e medíocre) do Goiás. O juiz, por sua vez, ajudava desde o primeiro tempo, invertendo faltas, e deixando de marcar as cometidas pelos goianos, que chutavam livremente os tornozelos de Lenny e Juliano.

Nada justifica, no entanto, a calamidade que foi o "time" do Flu no segundo tempo. Um escárnio, uma vergonheira. Há muito não vejo um time dito profissional atuar de forma tão lamentável. Sofremos a virada em sete minutos.

Dois minutos de jogo no segundo tempo, e um dos fraquíssimos e obscuros jogadores do Goiás fez exatamente o que fez o Paulo Baier no jogo contra o Parmêra: recebeu pela direita, livre, só, em agoniante solidão.

O time todo do Flu dormindo em pé, estático como time de botão.

O tal Vítor teve tempo de ajeitar o calção, coçar o nariz, pensar, olhar confuso para o Geninho, arrumar novamente a bola e, finalmente, cruzar entre a marca do pênalti e a linha da pequena área.

Um livre, solitário, isolado Nonato marcou de cabeça, sem problemas, dando-se ao luxo de fazer pose, como um elefante bailarino.

A partir daí, tivemos então um show de erros, indignos (indignos, sim) de qualquer pelada de aposentados barrigudos no Aterro do Flamengo.

Nossos "atletas" demonstraram total falta de vergonha na cara, de brio, de profissionalismo, de hombridade. Símbolo de uma diretoria escabrosa, a pior desde o patético Álvaro Barcellos, e que nos levará certamente à segunda divisão.

Depois de inúmeros vexames, com erros incríveis, aos quatro minutos, finalmente, Gabriel Santos conseguiu afastar uma bola, que caiu logo adiante, mas perto da nossa meia-lua.

Bola fácil, que qualquer menino de oito anos dominaria. Mas o fracote Juliano assustou-se com a presença de um jogador goiano e deu um soco na bola. Falta perigosíssima e cartão amarelo idiota. Ridículo, patético.

Finalmente, aos cinco minutos, o Flu chegou ao ataque! Lenny arrancou livre pela direita e rolou para Tuta na cara do gol. Mas o bonde deu um lamentável toque de calcanhar atrás do Rissut, que passou da linha da bola.

No ataque do Goiás que se seguiu, um minuto depois, Jadilson cruzou da esquerda, e quem é que fez o corte, jogando de zagueiro, na posição em que Henry marcou contra o Brasil na Copa? O Tuta. Bagunça total no time.

A palhaçada continuava. Aos 7 minutos, torcida do Flu com o coração na mão (os que ainda se iludiam, claro).

Gabriel Santos rebate de forma psicótica, pega mal na bola, qual um Zé Carlos redivivo, e entrega rasteirinha nos pés do Romerito "paraguaio", que rola para Jadilson, que cruza para um novamente livre como um pássaro, desimpedido, desmarcado, solteiríssimo Nonato, na marca do pênalti.

Ele pega um belo voleio de canhota e joga no ângulo. Nem na peladinha de condomínio do filho dele com os amiguinhos o Nonato costuma ter tanta facilidade. Era a virada, a derrota e a desmoralização. Mas tinha mais, muito mais. Nada é tão ruim que não possa piorar...

Depois de ser mais uma vez chutado covardemente por trás, Juliano deu lugar a Juninho. Nada mudou. Aos 12 minutos, Juninho entrou pela esquerda e sofreu pênalti claríssimo.

O juiz deu escanteio e uma bronca no Lopes, que foi à loucura na beira do campo. Como o locutor e o Paulo Vitor torciam pelo Goiás, fingiram também que não viram o pênalti.

Aos 14 minutos, atrasam uma bola para o Arouca, um dos piores em campo, na nossa intermediária. Pois o Arouca rodou, rodou, fez o possível para perder a bola. E conseguiu.

O Johnson aceitou o convite, fez o desarme e deixou o Nonato na cara do gol, mas o gordo desperdiçou. Nunca havia sido tão mole, nem no Campeonato Goiano, contra o time do Catalão ou a Jataiense, que pelo menos são formados por homens, com vontade.

Aos 19 minutos, outro lance de comédia (para os goianos) e de tragédia (para nós): Lateral para o Flu, no ataque. O Rissut vai bater e...erra a cobrança! Reversão de lateral, coisa que não acontece nem mesmo em jogos de pré-mirim.

O Flu, como já disse antes, não entrou em campo no segundo tempo. Marcão, dentro da nossa área, rolou mansamente na meia lua para um atacante deles perder mais um gol feitíssimo.

As nossas saídas de bola, como tem acontecido sempre, eram torturadas. Passes lentíssimos, de meio metro, em nossa intermediária, bola queimando nos pés, até que nosso jogador seja desarmado e permita contra-ataques mortais. Nossa sorte é que também não havia um time decente do outro lado.

Lenny tropeçava na bola e caía sentado sobre ela, mesmo sozinho. Arouca me deu saudades do Marciel e do Sidney. Juninho me fez lembrar do Fernando Diniz e do Jorginho Sobrancelha como se fossem cracaços de bola. Perto do Tuta, até mesmo o Romário dos dias finais do Flu era um prodígio de mobilidade e raça.

Veio a última troca: Pitbull por Ângelo. Seis por meia dúzia. Harley, o goleiro mais baixo do campeonato, parecia ter dois metros de altura, tal a fraqueza dos chutes dos nossos portentos. E só defendeu umas duas bolas.

Víamos em campo um Flu desmoralizado, desfibrado, derrotado, sem vontade, sem condição física, errando arremessos laterais e passes de um metro. Como nos trágicos idos de 1996/97. Um pesadelo.

Faltava a vergonha final. No fim do jogo, o tal Fábio Bahia, um jogador que não teria vaga no Madureira ou na Cabofriense que disputaram o Cariocão, arriscou um chute de mais de 50 metros.

E o Diego deu a sua contribuição, apresentando uma coreografia de Ana Botafogo, com um saltinho em pás-de-deux, e engolindo o pior frango de todo o campeonato.

Restam ainda duas humilhações definitivas e das quais não sei se o clube poderá se recuperar: a eliminação da Sul-Americana logo na primeira fase para o Botafogo (time muito melhor do que o nosso), e o rebaixamento, que se aproxima célere.

Da forma como o time joga, não vejo condições de conseguirmos mais sequer uma vitória no campeonato. Assim, vamos perder até para o Fortaleza e para a Ponte Preta no Maracanã.

É o pior time do Flu desde aquele que começou a terceira divisão em 99, com Joel Cavalo, Betinho, Mano, Arinelson, Yan e similares.

Goiás 3 x 1 Fluminense: Diego (4); Marcão (3), Gabriel Santos (1) e Roger (5); Romeu (4) depois Rissut (1), Ângelo (3) depois Cláudio Pitbull (3), Arouca (1), Juliano (3) depois Juninho (3) e Marcelo (4); Lenny (1) e Tuta (0).
Gols: Juliano, aos 35 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Romeu, Juliano e Marcão.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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